Capítulo 16 — Visita Desnecessária

Na Itália... À noite... Letícia abraçada com Vitório na cama.

— Eles estão bem lá... E isso me deixa tranquila. Mas você não me disse o que o Vicente vai fazer lá... Não vai me dizer que...

— Exatamente! Ele vai continuar com a construção do hotel.

— Depois de todo o aborrecimento com a Suzana?

— Vicente queria um motivo para ficar lá e agora achou. Já comecei os trâmites com alguns conhecidos para providenciar as equipes, amanhã ou depois, Vicente entra em ação e continua de lá.

— Será que ele vai contratar a Cecília?

— Isso eu não sei amor.

— Seu irmão é louco!

— Tem uma coisa que eu quero que você saiba.

— O que amor?

— Falei com ele sobre a formação da Graziela e provavelmente ele vai chama-la.

— Tudo bem, amor. Depois do que ela fez por nós.

— Sabia que você ia agir assim, por isso, te amo.

— Também amo você!

A campainha toca e Letícia curiosa em saber.

— Quem será Vitório? Não estamos esperando ninguém...

— Não sei Letícia.

— Vou atender.

Letícia mal abre a porta e Gisela adentra perguntando:

— Onde está meu filho?

Letícia fica parada na porta sem ação, enquanto que Vitório vendo toda a situação.

— Mãe, isso não são horas de visita! Já passa das 20h.

— Vicente me mandou uma mensagem dizendo que estava indo para o Brasil. Falei com ele e ele não deu à mínima. O que significa isso?

— Se ele não lhe deu a mínima, não espere que eu dê.

— Meu filho, precisamos conversar. — Diz Gisela olhando para Letícia com desprezo. Letícia percebendo.

— Amor, eu vou descer e você conversa com sua mãe.

— Nada disso, Letícia! Fique aqui, por favor.

Gisela não gostando da reação de seu filho.

— Vitório, isso é um absurdo! Não posso nem conversar com você mais a sós?

Vitório sem ligar para o que a mãe disse.

— Amor, venha até aqui, por favor.

Letícia vai até a ele, ele a abraça e diz à sua mãe:

— Tudo o que a senhora quiser falar, ela pode ouvir. Então, diga o que quer e seja breve. A partir de amanhã sem o Vicente aqui, teremos que trabalhar mais e queremos descansar.

— Você vai ficar contra a sua mãe para ficar ao lado dessa mulher que você mal conhece?

Vitório que estava sentado se levanta com raiva, vai até a porta, abre e diz:

— Sai mãe. Por favor.

— Meu filho!

— Vai embora. Não quero que essa briga piore. Vá embora, por favor.

Gisela olha para Letícia com raiva e sai bufando... Letícia fica triste e chorando.

— O que eu fiz pra ela?

— Esquece minha mãe, Letícia. — Ele vai abraça-la e continua a dizer: — O importante é que estamos juntos. — Diz ele beijando-a com amor.

...***...

No Brasil... Cecília, aturdida com a informação de Fabrício.

— Venham, sentem-se e explique melhor essa história Fabrício.

Todos se acomodam no sofá e ele continua em sua explicação.

— O Ramon pediu para que junto aos papéis do divórcio colocasse também uma autorização sua afirmando que estar abrindo mão do escritório. Deixando inteiramente para ele.

— E a casa?

— Você ficaria com a casa... E na visão dele arrumaria outro emprego.

— Depois de tudo, ele ainda quer tirar o escritório que lutei tanto para ter?

— Sim.

— E por que você está me contando isso?

— Porque ninguém aguenta mais ele lá. Ele todo mundo mal. Ainda com você, ele já fazia isso, mas não deixava você perceber. E nas últimas duas semanas, você viajou antes do casamento...

— Sim. Claro... E qual é a intenção para amanhã?

— Você assinar o divórcio e na frente de todos eles e ele te tirar de lá.

— Ah... É? E dá para você fazer ao contrário?

— Já fiz. Amanhã à tarde nós vamos ao cartório para vocês assinarem o divórcio e ele vai abrir mão do escritório, pensando que você está fazendo isso.

— Sério?

— Sim. Aqui está a cópia de tudo.

Vicente pergunta:

— Posso revisar Cecília?

— Claro amor...

Fabrício entrega os papéis para Vicente e ele analisa... Depois.

— Está conforme ele falou Cecília.

— Obrigada amor. Então Fabrício... Ele está pensando que vai me expulsar amanhã?

— Sim. E posso deixar a casa para você também.

— Não Fabrício. Se ele tivesse conversado como dois adultos, eu poderia até pensar em ficar com a casa e abrir um novo escritório. Mas diante dessa palhaçada, ele vai ter o que merece. Depois de tudo isso, eu quero o escritório. Deixe a casa pra ele. Não era isso que ele queria? Fique com a casa, então. Que seja tudo ao contrário do que ele queria.

— Exatamente, Cecília!

— Teremos um grande encontro. Podemos marcar amanhã, no cartório às 14h?

— Perfeito!

— Mas e o prazo para sair o divórcio?

— Como será pago e realizado em cartório, costuma ser bem rápido, demorando em média três dias.

— Que bom. Ainda essa semana eu estarei livre do Ramon.

— Sim. Será dessa forma.

— Fabrício, Lívia... Junto com os outros, faremos uma equipe maravilhosa! Tenham certeza disso!

Lívia sorri estando junto a Fabrício...

— Não vejo a hora de ele sair de lá, Cecília...

— Ele vai sair amanhã, Lívia. Fique tranquila!

— Tomara que dê tudo certo.

Fabrício se levanta junto a Lívia e fala:

— Bom, agora vamos deixar vocês descansarem.

— Obrigada Fabrício... Vai dar tudo certo!

— Sim, vai dar.

Cecília abre a porta e Fabrício e Lívia vai embora... Logo após...

— Vicente, o que foi isso?

— O cara trai você no dia do casamento e ainda quer tirar seu trabalho. É inacreditável!

— Sim. É verdade! Só vamos ter um problema.

— Qual?

— Ramon tem todos os contatos. Eu vou ter que começar do zero... E vai se difícil.

— Não se o seu zero continuar com a construção do meu hotel. Lembra?

Ela olha assustada e pergunta:

— Sim, lembro.

— Eu ia contratar uma equipe para isso porque a intenção era apenas ficar ao seu lado, mas agora podemos juntar o útil ao agradável.

— Você faria isso por mim?

— Faria não. Vou fazer, se você quiser claro. Estávamos no começo, se colocarmos na ponta do lápis, ainda faltam uns três ou quatro meses para terminar. Mas isso já é de grande valia para uma equipe.

— Sim, muito. Sem contar que podemos conseguir outros empreendimentos através desse.

— Exatamente. — Ele levanta e indo abraça-la. — Agora sim, vejo alguém confiável para dar essa responsabilidade. Já era para eu ter decidido isso, mas não havia motivos suficientes para eu permanecer aqui no Brasil e agora há.

— Vicente, mas sua vida. Seus negócios estão todos lá...

— Nem todos...

— Como assim?

— Depois conversamos sobre isso. O que quero que você entenda é que minha vida vai estar onde você estiver La mia ragazza e presto mia moglie (Minha menina e em breve minha esposa).

Ela entendendo e saindo do abraço dele.

— Vicente, eu não pretendo casar de novo.

— Por quê?

— Já não basta o que está aconteceu comigo?

— E você acha que eu vou fazer igual?

— Não é isso! Mas ainda estou traumatizada com a cena que vi.

— Volte aqui, por favor.

Ela volta, o abraça novamente e ele fazendo um carinho em seus cabelos.

— Você nunca vai sofrer ao meu lado. Acredite em mim.

— Não é você. Foi tudo ao meu redor... Foram cinco anos jogados no lixo. Entenda-me, por favor.

— Mas você está feliz em continuar com a construção do hotel, não está?

— Sim. Muito. Será maravilhoso! Já estou tendo várias ideias... Obrigada por isso.

— Você pode mexer no que você quiser. Ainda não começamos a levantar.

— Isso será um prazer!

— Oi? Prazer? Eu ouvi prazer? — Pergunta Vicente indo beija-la. Ela retribui o beijo com muito carinho, porém rapidamente. — Só isso? Posso querer esse agradecimento de outra forma?

— Claro que pode.

Eles começam a se beijar e a campainha toca.

— Ah, não Cecília. Vamos voltar pra Itália e nos esconder. Lá ninguém nos incomodar.

— Seu bobo... Deve ser meus pais... Vou abrir...

Ela não olha no olho mágico e quando abre, Ramon sai entrando e dizendo:

— Cecília, precisamos conversar. O que esse homem está fazendo aqui? — Pergunta Ramon que logo o reconhece, pois ele era namorado de sua amante, Suzana, que era namorada de Vicente.

Cecília olhando com todo o ódio para ele.

— Ramon, saia da minha casa. Agora!

Ramon que não tira os olhos de Vicente.

— Eu preciso saber o que esse homem está fazendo aqui?

Vicente respondendo a ele com raiva também:

— Eu não lhe conheço e se ela falou para você sair, você vai sair.

— Eu conheço você. E eu quero saber o que está fazendo na casa da minha mulher.

Cecília rindo com incredulidade.

— Não! Não é possível que esteja ouvindo isso. Você está doido! Deixei de ser alguma coisa sua no exato momento em que descobri sua traição.

— Nós precisamos conversar.

— Eu não tenho nada para conversar com você, sai daqui! — Grita Cecília com ódio.

— O que o ex da Suzana está fazendo aqui no Brasil, Cecília?

Cecília vai para perto de Vicente e com cinismo pergunta:

— Ex da Suzana? Que Suzana?

— Não se faça de fingida, a decoradora, você sabe.

— Sua amante, você quer dizer? Saia da minha casa agora Ramon!

Vicente ficando ainda mais furioso.

— Eu vou precisar te expulsar ou você vai por livre e espontânea vontade?

— Eu estou indo... Mas não me conformo com isso, eu te amei de verdade Cecília.

Ela rindo e sendo cínica com ele.

— Imagine se não tivesse amado. Agora o problema é seu! Achou que ia ficar chorando por você? Pelo o que pode ver não há lágrimas em meu rosto. Estou bem feliz.

— Droga!

Ramon sai bufando e bate a porta.

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