Capítulo 8

Sofía:

Não há dúvidas que caí nas mãos das pessoas mais amáveis e protetoras que já pude conhecer, sem dúvidas a Deusa Lua me abençoou desta vez, e me fez encontrar nesse bosque para ser salva por eles. Depois que me acalmei, conversei um pouco mais com a Sra. Esther e a Romina, que não se separou de mim desde que acordei nesse mesmo quarto. Elas me falaram com toda a paciência do mundo e me deixaram desabafar, então chorei até que meus olhos não tivessem mais lágrimas. Depois disso, me ajudaram a tomar um banho relaxante na banheira e, mesmo sentindo vergonha que elas me vissem, elas me fizeram sentir segura, especialmente a Sra. Esther, que se comportava como uma mãe para mim, e isso eu agradecia muito.

Depois do banho, Romina me emprestou roupas e também me deu roupas íntimas novas e prometeu que amanhã iríamos comprar mais roupas para mim.

Sofía: mas eu não tenho dinheiro para comprar roupas, mas posso ajudar com as tarefas da mansão e ganhar um pouco de dinheiro.

Esther: não será necessário, minha filha. A partir de agora, seus pais se encarregarão de que você não falte nada, então não se preocupe.

Não pude evitar sentir vergonha, pois agora eles estariam comigo o tempo todo, e senti ainda mais vergonha e pânico ao saber que eles sabiam o que me havia acontecido.

Romina: calma, Sofi. Não se machuque. Nós estaremos sempre com você, está bem?

Não tinha percebido que estava apertando meu braço até deixar as unhas cravadas nele, tentei não pensar mais nas coisas e me apressei para me vestir com o que Romina havia me dado, que consistia em uma calça larga, uma regata e um moletom combinando com a calça.

Assim que terminei, saímos do quarto porque eu precisava conversar com todos eles e principalmente com meus parceiros. Embora eu soubesse que eles não me pressionariam a falar, sinto que seria melhor para eles me entenderem um pouco mais. Eu sei um pouco sobre os companheiros, meu tio costumava falar sobre o assunto às vezes e dizia que quando encontrasse meu parceiro, eu o reconheceria pelo cheiro mais rico que já sentira. Ele também disse que sentiria uma atração muito forte e que ele sentiria o mesmo, já que nossos lobos pediriam para estar próximos deles.

Isso era tudo o que eu sabia e nada mais. Mas há pouco tempo recusei que um deles se aproximasse e pude ver a dor em seu rosto, não gostei de vê-lo assim. É por isso que devo conversar com eles e, se eles desejarem me rejeitar, estarão no seu direito, pois quem quer se envolver com uma mulher quebrada e que sentia medo de tê-los por perto?

Romina: Meus irmãos não te rejeitariam, eles esperaram por você por muitos anos e eu os conheço, eles são muito bons e amorosos, pelo menos com aqueles que amam. Então pare de pensar que eles fariam qualquer coisa, e você não está quebrada. Mesmo que estivesse, agora tem uma amiga e irmã que vai te ajudar a recolher todos esses pedaços e colocá-los em seu lugar.

Romina me dá um abraço forte e percebo que já havíamos chegado onde todos estavam. Foi então que percebi que estava perdida em meus próprios pensamentos e nem percebi quando descemos as escadas. Depois do abraço, ela segura minha mão e sentamos juntas ao lado de seus pais, de frente para meus companheiros.

Pai: Bem-vinda à família Mirón, Sofia. Eu sei que não é fácil para você ter encontrado seus mates, que, neste caso, são dois, e é por isso que estamos aqui. Está tudo bem se você nos contar um pouco sobre si?

Sei que ele, que suponho ser o pai dos meus mates e de Romina, não tem más intenções, mas sua pergunta me deixa nervosa e é aí que me questiono se serei capaz de falar com eles.

Romina, que está ao meu lado, segura minhas mãos e os aperta, dizendo com esse gesto que ela está lá por mim e que tudo ficará bem. Então eu respiro e começo a falar.

Sofía: Bem, meu nome é Sofía Castillo e meus pais eram Sara e Jaime Castillo; meu pai era o beta da matilha onde eu nasci e minha mãe era a melhor guerreira. Um dia, o antigo Alpha os enviou em uma missão e eu nunca mais soube deles. Eu tinha apenas onze anos. Meu pai era o melhor amigo do Alpha e, por isso, ele se tornou meu tio. Quando eles nunca mais voltaram, ele não hesitou em me acolher como sua filha. Mas tudo mudou há um ano, quando ele morreu. Ele tinha sua companheira e seu filho, mas eles nunca gostaram de mim e, quando ele faleceu, tudo ficou pior. Seu filho tomou o lugar de Alpha e foi aí que me tornei parte da servidão. Parei meus estudos porque não podia ir e perdi meus amigos. Pouco depois da morte do meu tio, também morreu sua companheira e seu filho descontava sua dor em mim. Ele me batia e havia vezes em que não comia o dia todo. Se eu não terminasse minhas tarefas, as coisas pioravam... Havia uma garota, também da servidão, que se tornou minha amiga e ela me ajudava a cuidar das minhas feridas e fazer minhas tarefas. Há alguns dias, antes de fugir, o Alpha começou a--não posso continuar, é difícil impedir minhas lágrimas, mas queria tirar tudo isso de mim e acabar com essa dor-- a...

Ramses: Minha lua, não continue. Não queremos te forçar a nada.

Sofía: ele me estuprou no porão da mansão, não parava e tocava todo o meu corpo, eu gritava e pedia ajuda, mas ninguém entrava, essa foi a primeira noite em que ele fez isso e outras seguiram, mas a noite em que escapei, ele entrou no meu quarto, mas estava muito bêbado, mas isso não foi suficiente para que ele me estuprasse novamente, só que dessa vez foi mais agressivo e quando eu gritava, ele me batia e foi assim até que cansou de mim e adormeceu, foi então que com a pouca força que tinha, fugi daquele lugar, mas perceberam e informaram o Alpha, então eu corri e não parei até entrar no território do rei e da rainha vampira e pedi permissão para cruzar o seu território, a rainha Samantha me deu permissão e dois de seus guerreiros me escoltaram até cruzar. Uma vez fora de seu território, continuei correndo e não quis parar, só parei por um pouco de comida e continuei correndo até que meu corpo não aguentou mais e foi quando me encontraram.

Eu lhes contei tudo, tirei isso do meu peito e me senti muito bem em poder falar sobre isso, sei que eles não me julgarão e sei que podem me ajudar. Levantei meu rosto e pude ver meus companheiros com os olhos vermelhos de raiva, seus punhos estavam tão apertados que estavam quase brancos, mas quando nossos olhos se encontraram, eles começaram a relaxar.

Espero que gostem do capítulo, não esqueçam de deixar seus comentários e, se possível, de me dar seu voto. Um grande abraço e minhas bênçãos a todos vocês. 🫶🏼🫶🏼🫶🏼

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