Capítulo 6

Ramuel e Rene:

Observamos enquanto nossa irmã leva nossa pequena Mate e devo dizer que é um pouco estranho dizer nossa, mas agora que encontrei minha mate depois de tantos anos, não quero deixá-la escapar. Sei que meu irmão pensa o mesmo que eu e devo dizer que, embora tenhamos feito trios com outras mulheres, nunca imaginamos que poderíamos compartilhar Mate e é algo que precisamos discutir em particular.

Vamos atrás de algumas árvores e nos transformamos em humanos, pegamos roupas dos cestos próximos. Dois de nossos guerreiros levam Cantú ao hospital para que examinem suas feridas e concentramo-nos na matilha, já que ver esses vampiros tão perto de nosso território não deve significar nada de bom, principalmente vindo desses chupasangues. Digo aos guerreiros para ficarem mais alertas e mandarei mais guerreiros para apoiar caso tentem invadir a matilha.

Depois de arrumarmos tudo, vamos para a mansão onde vemos nossos pais chegando. Eles, ao nos verem, começam com sua interrogatório.

Mãe: Meus bebês finalmente encontraram suas mates. Como são? Elas são da matilha? Onde as encontraram? Quantos anos têm?

Pai: Fique tranquila, querida. É apenas uma mulher, não duas, e é por isso que estamos aqui.

Mãe: Então, só um de vocês encontrou sua mate?

Rene: Mãe, vamos para o escritório e explicamos tudo em detalhes.

Ambos assentem e tanto meu irmão quanto eu seguimos atrás deles, entramos na mansão e nos dirigimos ao escritório que fica no primeiro andar. Entramos e, sendo nós os Alphas, nos sentamos nas cadeiras principais, enquanto nossos pais se sentam nas cadeiras em frente a nós.

Ramses: Bem, primeiro de tudo, obrigado por vir e interromper sua oitava lua de mel.

Rene: Vocês devem saber que encontramos Sofia, que é como ela se chama, há alguns dias. Na verdade, minha irmã Romina a encontrou e me contou, como Ramses disse.

Ramses: Exatamente, estávamos patrulhando o perímetro quando Romina percebeu um cheiro de sangue misturado com cheiro humano. No começo, eu me recusei a seguir o cheiro, mas como vocês sabem, Romina me chantageou com sua posição de Alpha e eu não tive escolha a não ser segui-la. Uma vez que chegamos ao limite do território, vimos um volume apoiado em uma árvore e novamente a curiosidade de Romina a fez se transformar e sair dos limites para ver de perto. Obviamente, eu estava cuidando de todos os seus movimentos e os outros guerreiros estavam atentos a qualquer coisa. Para não prolongar isso, Romina a arrastou até onde estávamos e a colocou em cima de mim para trazê-la para a matilha.

Rene: Estávamos aqui quando Romina e eu levamos ela para um quarto, mas Sofia estava muito mal, machucada por todo lado e era possível ver que os machucados já apareciam há dias. Chamamos o médico, que a examinou. Foi então que nos disse que ela tinha duas costelas quebradas e...

Mãe: E o quê? Fale, filho, o que mais ela tinha?

Eu vejo meu irmão cerrar os punhos, controlando-se o máximo que pode. Eu sei que estou da mesma forma, sabendo o que fizeram com nossa luna e não podendo ajudá-la.

Ramses: Violaram Sofía várias vezes e a machucaram, é por isso que ela estava sangrando.

Vejo minha mãe levar as mãos à boca e lágrimas escorrerem de seus olhos. Meu pai parece sério e sei que está lutando contra seu lobo para não perder o controle. Nossos pais sempre nos ensinaram que as mulheres devem ser respeitadas e não devem ser machucadas, sejam como forem, já que temos uma irmã, primas e mãe que não gostaríamos que fossem machucadas.

Pai: Já descobriram quem foi o desgraçado que fez isso com ela?

Rene: Não, não sabíamos que ela era uma loba. Apenas algumas horas atrás ela acordou e teve um ataque de pânico, mas Romina a acalmou e o médico a examinou quando ela se acalmou. Depois ela teve as dores da transformação e o médico a carregou para fora para que ela não destruísse nada.

Ramses: Foi lá que percebemos que ela é a nossa companheira.

Mãe: Nossa? Então Sofía é companheira de ambos?

Rene: Sim, foi por isso que os chamamos, porque nunca ouvimos falar que algo assim acontecesse antes.

Pai: Bem, devo dizer que é muito raro acontecer, mas vocês sendo gêmeos e tendo um vínculo muito forte, existia a possibilidade de que compartilhassem um(a) companheiro(a).

Ramses: Quer dizer que já aconteceu antes?

Mãe: Sim, já aconteceu. E justamente ocorreu na minha família, os seus tataravós que descansem em paz.

Ficamos todos em silêncio por um tempo analisando a informação que foi dita, mas a primeira a quebrar o silêncio foi Romina ao entrar no escritório.

Romina: Mãe! Papai! Quando vocês chegaram?

Mãe: há uma hora, filha. E como está?

Romina: Maravilhosa, e mais agora que tenho uma nova amiga. E falando dela - vira-se para olhar para mim e para o meu irmão - vocês vão rejeitar Sofia sabendo o que ela passou e que não é mais pura?

Rene: NÃO.

Ramses: NÃO.

Nós dois dizemos ao mesmo tempo, vendo como as duas mulheres nos sorriem com um sorriso lindo.

Pai: Eu não esperava menos de vocês. Mas devem saber que terão que ter paciência com ela e ajudá-la a superar o dano que lhe foi causado.

Mãe: E eu sei que vocês não querem ouvir isso, mas já pensaram que Sofia pode ter engravidado?

Rene: Isso é possível?

Pai: Sim.

Ramses: Mas nossa espécie só pode ter filhos com seus companheiros nesse caso, nós dois.

Eu digo apontando para nós dois.

Mãe: Mas lembrem-se que quando isso aconteceu ela era apenas uma humana, ainda não se transformou em uma mulher-lobo, por isso existe essa possibilidade.

Nós todos ficamos em silêncio, sem saber o que pensar a respeito, pois como minha mãe disse, havia essa possibilidade, mas será que nossa lua estaria preparada para ter um filhote de seu estuprador???

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