PRIMEIRO ATO DE CONFISSÃO

A cozinha parece está a quilometros de distância dos dois, ela não diz, mas está sentindo dor no tornozelo e a visão dele a noite não é de trinta por cento é quase nenhuma.

Ela segura no braço dele e diz por que você não dorme no escritório?, vi que lá no armário do quarto tem algumas roupas suas e no mais eu posso dormir no sofá, que é grande o bastante para servir de cama.

Eles entram no quarto do escritório, ela vai ao banheiro e coloca a toalha onde ele possa estender a mão e pegar, sem precisar andar para não correr o risco de escorregar no piso e cair. Diz para ele que já pode entrar no banheiro tomar banho, saindo do banheiro, diz que vai arrumar o sofá onde ela pretende dormir, ele pergunta se ela não quer se juntar a ele no banho, ela diz que já tomou banho, e vira as costas e saí do quarto e começa a arrumar o sofá no escritório, termina de arrumar o sofa, demora alguns minutos e retorna ao quarto para trocar a roupa pela camisola preta, Alexandre já está deitado na cama e parece dormir, Beatriz tentar não fazer barulho para não acorda-lo, abre o armário e vasculha as gavetas a procura da camisola, quando Alexandre pergunta se o que ela está procurando é o que ele tem nas mãos e mostra para ela a camisola preta de renda, que ela havia esquecido, mas que tinha deixado sobre a cama.

Alexandre leva a peça íntima até o rosto e aspira o perfume dela, que está na camisola,o cheiro desperta nele o desejo, que ela também sente por ele, o coração dela bate mais rápido, e estende a mão e pede longe da cama, que ele dê para ela a camisola, ele ri e diz que ela as vezes esquece, que ele é cego.

E diz, não adianta pedir para que eu lhe dê a camisola,se não vim pegar, não sei onde suas mãos estão. Ela sente o rosto quente, pois as vezes ele não parece cego, parece as vezes ver mais que ela. Beatriz se apróxima da cama e ao pegar a camisola toca na mão dele, que segura a mão dela, que tenta manter a camisola, ele diz com voz suave, não vai me dar um beijo de boa noite, ela se aproxima dele e beija sua testa, ele diz que estava pensando em um beijo mais íntimo, a puxa e a beija na boca, ela não resiste e corresponde ao beija, com o coração acelerado e as pernas trêmulas, ele delicadamente a deita na cama e tira a roupa de Beatriz, com mãos ágeis e experientes, peça por peça, se detendo a cada centímetros, que ficava a mostra do corpo esbelto daquela mulher, que está mexendo com as emoções dele, beijou os seios, o ventre e sussurrou palavras de amor, fizeram amor como um ato de confissão, do que as palavras não são capazes de traduzir, palavras ditas pelo querer, que só dizia respeito a eles.

Adormeceram abraçados, ele acordou com o sol entrando pela janela, que dava para o jardim, onde passáros cantavam, sentiu o perfume dela, já tão familiar, acaricia o rosto dela e a beija. Beatriz acordou olhou para o homem ao seu lado e sentiu, o que já sabia, o amava como nunca havia amado outro homem. Sentou na cama e perguntou o que fariam agora, ao que ele responde, vamos levantar e nos preparar para tomar café, depois vamos a cidade, preciso ver como esta esse tornozelo, apontando para o tornozelo dela, ontem a noite percebi que o imobilizador, tira muitos dos seus movimentos e rir.

Ela fica encabulada ao lembrar da noite de amor que tiveram, e ele percebe e diz fizemos o que nós dois queriamos, não há por que se sentir envergonhada, e devo confessar quero repetir muitas noites igual a de ontem com você e espero que você queira o mesmo e a beijando levanta.

Preciso tomar um banho, você me acompanha? ela permanece sentada na cama, ele diz certo, então vou primeiro depois você vai.

Na sala de jantar está Pâmela e uma amiga, que ela trouxe ontem para passar o fim de semana, o Alexandre diz, filha esse fim de semana vou a casa de praia, vcs vem com a gente? Pâmela diz que vai acampar na propriedade, perto do rio, Alexandre não gostou do que ouviu e diz precisamos conversar sobre isso depois.

Pâmela olhou para o pai e disse, já pensei em tudo, o Gino e a Margô vão com a gente, o Julio e o Tico vão também vai ser divertido, você não quer vim Beatriz? Beatriz diz, que não está muito confortável, pois hã alguns dias que está sentindo dor.

Alexandre, sério pergunta por que ela não falou antes que estava sentindo dor, que precisam mesmo fazer novos exames no tornozelo dela. Terminam de tomar café e vão para o carro, Gino já os está esperando. No caminho até o hospital Alexandre aproveita para saber de Gino sobre o acampamento que a filha pretende armar perto do rio. Gino diz que não há com o que se preocupar, que alugou um trailer sobre rodas. O Alexandre concorda, sendo assim tudo bem, cuide de minha filha Gino.

Chegando ao hospital a Margarida e o Pedro os aguardam, eles entram na sala, Pedro pede para que a enfremeira leve a Beatriz para sala para realizar o rx e ressonância magnética, enquanto esperam realização dos exames, Margarida explica, que se realmente for confirmado a necessidade de cirurgia Beatriz ficara uns sessenta dias com o pé imobilizado.

A enfremeira que acompanha Beatriz a deixa na sala pronta para realizar o exame e saí da sala deixando a porta entre aberta, na anti-sala tem mais duas pessoas conversando, Beatriz ouve uma delas dizer, que ela é a atual conquista do Dr° Alexandre, que certamente ficará de coração partido como a Ângela, coitada pediu demissão por não aguentar trabalhar no mesmo hospital que ele.

Isso sem falar nas outras mulheres, que o jornal publicou os nomes.

Ligam a máquina e Beatriz, fica mais uma vez pasma com a revelação da vida amorosa do Alexandre, ele é um mulherengo, sem coração.

Termina de fazer os exames e a levam devolta a sala onde estáo Alexandre, Pedro e Margarida.

Beatriz entra na sala e fala se dirigindo a Pedro, pergunta que horas os exames estarão prontos, ao que ele responde que levara em média umas duas horas, que eles podem aguardar ali ou irem tomar um café, ela diz que aguardará ali mesmo, Alexandre sente que algo aconteceu, ela não olha para ele e está fria. Margarida olhando para os dois, levanta e diz que tem um paciente aguardando que precisa ir atender, se despede saindo da sala, Pedro diz que podem tomar um café ali mesmo e pede, que a secretária providencie.

Alexandre olha para Pedro e pede que ele os deixem a sós, pois sente que aconteceu algo que deixou Beatriz fria com ele e precisa saber o que foi.

Pedro saindo da sala, diz que voltará quando os exames estiverem prontos.

Alexandre se aproxima da cadeira que Beatriz está, e pergunta o que houve? Ela observa os movimentos dele e com a voz fria e controlada, diz o que ouviu quando estava na sala de exames.

Que ele é um mulherengo, que não respeita os sentimentos das mulheres, que usa elas e depois as descartam, como um objeto que não serve mais a seus desejos, que ele não sabe o que siginifica sofrer por amor, por quem se gosta.

Ele com voz amarga, diz que conversou com ela sobre o que poderia ouvir sobre ele, que se ela for dar ouvidos a todos comentários maldosos, que falarão sobre ele, eles não vão ficar juntos, pois tem muitos anos que a Manuela morreu e que ele não é e nunca foi nenhum santo, mas que nunca enganou mulher alguma, que elas ficaram com ele sabendo, que ele não acredita em amor e que nunca prometeu a elas compromisso ou ficar com elas, que é cego, não santo.

Mas que pode dizer como já disse, que quer ficar com ela, que com ela é diferente, se ela não acredita, ele não pode fazer com que ela acredite.

Beatriz fica em silêncio por alguns minutos de cabisbaixa, sem querer olhar diretamente para ele, minutos que para ele parece horas.

Ela não sabe o que dizer, precisa de um tempo para pensar sobre tudo que ouviu e sobre tudo que ele falou, não está disposta a abrir mão de tudo que conquistou com dedicação e anos de trabalho e o principal sua liberdade, por uma aventura, não precisa disso.

Beatriz fala com voz controlada, que precisa de um tempo só, precisa pensar sobre toda aquela situação, que a vida dela está de pernas por ar, que deu um giro de trezentos e sessenta gráus, que ela não pode abrir mão de toda sua vida por uma aventura.

Nesse momento Pedro entra na sala e informa, que ela vai precisar de uma cirurgia no tornozelo, que precisará ter mais cuidado para sua recuperção ser total.

Alexandre diz, que a cirurgia precisa ser logo, Beatriz olha para ele e concorda, precisa voltar para casa e para seu trabalho, de repente ele parece querer ver ela curada para ficar longe da casa dele.

Pedro diz que a cirurgia pode ser amanhã mesmo, pela manhã.

Alexandre concorda e Beatriz também.

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