05

Eu estava de pé. Nahia! Ou você sai do bar, ou senta de volta na cadeira! Só não fique aí em pé com essa cara de pastel e com essas bochechas explodindo. Eu queria obedecer minha consciência, juro que queria. Mas estava parada. Meu corpo queria fugir dali, a começar pelas minhas bochechas vermelhas e desesperadas. Mas tinha algo dentro de mim que me segurava de pé. Talvez eu pudesse explicar para ele o meu problema.

Vai dizer o quê? A voz dele estava de volta em meus ouvidos. Sussurrando instruções e sugestões. Estou insatisfeita e malcomida. Será que o senhor pode me ajudar? Eu queria que ele parasse de falar, tudo aquilo não estava fazendo bem para as minhas bochechas, nem para as minhas pernas frouxas que não paravam de tremer.

A voz voltou para mim mais como uma lembrança. E por que ele iria querer uma mulher que precisa pedir?

Eu podia fingir que era um sonho. Na noite passada, consegui ir até ele e dizer o que eu queria, não consegui? E por que agora não?

Não sei de onde minhas pernas tiraram coragem para se mexer, mas eu as agradeci eternamente por isso. Dei dois passos em direção a ele, e senti minha boca tremendo. Mas havia algo novo dentro de mim, algo forte que não ia me deixar desistir.

– Olá – ele me cumprimentou. Sua expressão era confusa mais uma vez.

– É o seguinte – eu tinha que dizer de uma vez ou não ia dizer nada. – Aspessoas têm necessidades físicas. É super comum, mas todo mundo trata como se fosse algo secreto, digno de muita discrição. Eu inclusive. Mas e se as pessoas simplesmente dissessem exatamente o que querem dizer?

– Bem – ele se virou para mim. Estava intrigado. Minha pausa tinha sido pararespirar, não para que ele respondesse. Mas ele estava falando e eu resolvi escutar. – Quando você é um homem e é claro com uma mulher, corre o risco de levar um tapa na cara.

Eu concordei. Fazia sentido.

– Você vai me dar um tapa? – perguntei.

– Claro que não – a surpresa da minha pergunta fez com que ele entalasse coma cerveja.

– Eu achei você um gato e estou com tesão – pronto, falei. Os quatrossegundos que ele levou para processar o que eu tinha dito foram, provavelmente, os mais longos que eu já tinha vivido até então.

– Certo… – ele tinha um sorriso de descrença estampado no rosto e balbucioua palavra como se estivesse reaprendendo a falar. Será que ele não tinha entendido?

– Quero dizer que se você não for comprometido e não tiver nada pra fazeragora, gostaria de ir pra cama com você.

Se ele estivesse bebendo cerveja naquele segundo, provavelmente teria cuspido fora.

Eu não parei para pensar sobre como era louco o que eu estava fazendo. Sinceramente? Se eu parasse para pensar, ia sair correndo e chorando de vergonha. Então, fiquei ali. Parada, esperando o veredicto.

Ele limpou a garganta e sorriu para mim. – Na minha casa ou na sua?

***

Ele morava a dois quarteirões do bar. Guiou o caminho com a mão na minha cintura e perguntou meu nome. Mas como eu já estava na chuva, resolvi me molhar e falei que preferia não dizer. Ele então abriu a porta do prédio, e disse que por ele tudo bem.

Aquilo era tão novo e estranho. A sensação de controle. Estava ali porque eu queria. Eu tinha decidido, feito o convite e estava ali. O controle era meu e, por Deus, era gostoso. A sensação de poder era mais orgásmica que qualquer coisa que eu já tinha experimentado, e eu me deliciei por todo o breve percurso de elevador até o quarto andar, onde ele morava.

Ele fechou a porta atrás de nós e eu notei, pela primeira vez, como sua bunda era gostosa por baixo do jeans surrado. Escorreguei minha mão pelo bolso traseiro dele e o puxei para mim. Entre um sorriso e uma exclamação, ele deve ter pedido calma. Mas, ah… eu estava na casa dele, não estava? Para ir pra cama com ele, não era? Chega de calma. Essa versão inconsequente de mim tinha assumido a direção e ela queria aquela bundinha deliciosa em suas mãos.

– O quarto fica ali atrás – ele tinha se virado e eu tinha minha boca sobre a

dele.

– Aqui já está bom.

É isso aí, meu bem. Sou eu que vou resolver onde você vai me comer. É assim que funciona agora.

Não, eu não sabia se isso ia durar. Mas eu ia aproveitar enquanto durasse. A embriagante sensação de controle.

Ele deu de ombros e não conseguia parar de sorrir. O que passava pela cabeça dele eu podia apenas imaginar.

Ele tirou minha roupa com pressa e eu o imitei. Estávamos nus e abraçados na sala de estar. Minhas bochechas queriam ficar com vergonha, mas minha cabeça mandou-as calarem a boca e gritou um sonoro “Que se dane!”. Hoje eu ia só curtir.

– Camisinha – eu instruí.

Ele se virou obediente e correu pela sala. Observei aquela bunda maravilhosa a meio caminho de onde o quarto deveria ser; ele voltou com um monte de pacotes na mão e eu pude observar seu corpo. Era exatamente como eu tinha visto em meu sonho. Exatamente. Menos pela cicatriz. Seu membro masculino estava imenso e rígido.

– Está gostando da vista? – perguntou, mostrando o monte de preservativosque tinha nas mãos.

– Está muito distante – reclamei com um sorriso.

Ele se aproximou rapidamente e jogou os pacotes no chão, menos um. Eu o puxei pelos ombros e enfiei minha língua em seus lábios e meus dedos em seus cabelos. Ele apertava minha cintura e eu sentia a pressão contra o meu quadril.

Senti sua mão descendo pela minha barriga até atingir uma região delicada entre minhas pernas e acariciar meus pelos. Seus dedos começaram a cavar um caminho para dentro de mim. Eu soltei sua boca e gemi. Ele respirava apressadamente em meu ouvido e eu me arrepiava ao sentir o calor em meu pescoço.

Larguei minhas mãos pelas suas costas até sua bunda. Apertei e acariciei até me dar por satisfeita. Ele se afastou apenas o suficiente para cobrir seu membro com o preservativo. Eu o guiei até o sofá e o forcei a se sentar.

Parte de mim quis deitar de costas e abrir as pernas. Muitas mulheres acham sensual ficar em cima. Eu, particularmente, sempre preferi ficar em baixo.

Deixar o homem fazer todo o trabalho, deixá-lo imprimir seu ritmo.

Mas ali, no calor daquele momento de controle, decisões e poder… eu queria ficar por cima. Queria marcar o meu ritmo. Queria que ele me seguisse e gozasse sob minha direção.

Ele se sentou obediente e segurou minhas coxas enquanto eu me sentava por cima dele. Senti quando ele entrou em mim. Fui devagar, queria sentir tudo, centímetro por centímetro. Levantei o rosto para o teto e gemi baixinho. Senti suas mãos apertando minhas coxas. Ele estava gemendo também.

Impulsionei-me com os joelhos contra o sofá. Subindo e descendo. E subindo e descendo mais uma vez. Devagar e gentilmente. E então, ele tinha as mãos na minha bunda e me puxava forçando a velocidade. Eu aceitei de bom grado. Ele parecia saber muito bem o que estava fazendo e movia seu quadril, enfiando-se mais fundo em meu corpo. Mais fundo. Mais fundo. Minhas pernas abertas. Suas mãos me apertando. Sua respiração rasa. Meus gemidos cada vez mais altos. Meus seios em sua boca. Um movimento cada vez mais rápido, cada vez mais gostoso. Um breve segundo e uma grande explosão. Senti meu corpo tremer e falhar. Silêncio antes de um gemido alto. E eu percebi que ele estava gozando também.

Fiquei jogada contra seu peito recuperando o ar. Respirei fundo e me desvencilhei de seu abraço. Levantei-me sorrindo e busquei minhas roupas.

– O que está fazendo? – ele quis saber.

Eu não entendi.

– Você não vai ficar?

Dormir com um estranho nunca tinha passado pela minha cabeça. Sorri para ele e lhe ofereci uma piscadela. Meu problema era aprender a dizer “sim”.

Nunca tive problemas em dizer “não”.

Cheguei em casa destruída, mas com um sorriso nos lábios. O banho foi rápido e cansado. Acho que dormi antes que minha cabeça batesse no travesseiro. Meus olhos estavam fechados. Minha mente estava aberta. Em poucos minutos, meus sonhos chegariam e, com eles, meu amigo.

A terceira noite

“O prazer é a energia que une e agrega. Quanto vale uma noite de prazer absoluto?”

Jane Austen

Assim que fechei os olhos, ele já estava lá, esperando-me. Estava diferente mais uma vez, mas eu sabia que era ele. Era aquele cheiro delicioso de homem. Isso e a longa cicatriz vertical que ele tinha no meio do tórax rígido e delineado.

Hoje, ele era alto e musculoso. Loiro com os olhos cor de mel e um sorriso de garoto levado. Usava uma calça social e um cinto. Estava sem camisa e os contornos dos seus músculos me deixavam louca só de olhar.

– Você pode tocar se quiser – convidou. – Sabe que sou todo seu.

Sorri constrangida. Era estranho ouvir um homem falar assim. Ele me devolveu um sorriso largo e descarado.

– Quem é você? – perguntei com um sussurro, sem tirar os olhos do corpodele.

– Eu sou desejo, Nahia. Mas pode me chamar de Amadeo, se preferir. Diga-me: como foi sua noite, ontem?

Aproximei-me com cuidado e levantei uma das mãos em sua direção. Amadeo segurou minha mão com delicadeza e a repousou sobre seu peito. Sua pele era macia e quente. Deslizei meus dedos até suas costelas e fechei os olhos.

– Sim – ele murmurou em meu ouvido. – Você se divertiu muito ontem ànoite, não foi? – ele passava as mãos pela minha cintura enfiando os dedos por baixo da minha blusa, sua boca nunca abandonava minha orelha. – E não se preocupe: nós ainda vamos nos divertir muito mais.

Ele passou a ponta da língua no meu queixo, subindo a linha da minha mandíbula até chegar na minha orelha, que mordiscou com suavidade. Suas mãos estavam dentro da minha blusa e geravam eletricidade onde quer que tocassem. Eu mantinha os olhos fechados, apreciando as sensações.

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Comments

Jania Casemiro

Jania Casemiro

Autora estou amando sua história! Mas acho que está tendo algum problema na plataforma porque quando fecho o livro e depois volto no áudio livro está dando outra história livro chamado destinado ao amor e outra história nada ver com essa!

2023-12-06

0

Amanda

Amanda

😏😏😏

2023-08-19

0

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