Fabiana é uma pessoa especializada em resolver casos para o governo. Graças à sua capacidade de ver espíritos, ela é muito valorizada. Certa noite, enquanto ela estava dormindo, um espírito apareceu de repente e a assustou. O espírito parecia querer dizer algo, mas não conseguia falar. Ambas as partes se olharam em silêncio. Fabiana teve que falar.
— Quem é você? O que você quer de mim? — O espírito voou para encontrar papel e caneta, lutando para segurá-los como um ser terreno. Depois de escrever seu nome, ele entregou para Fabiana. Ela olhou para o papel e disse: — Lac? Não é um nome ruim.— Então ela continuou. — De agora em diante, se eu fizer uma pergunta e você concordar, balance a cabeça. Se estiver errado, não balance a cabeça. Para perguntas que exigem respostas faladas, escreva na minha mão.— Lac entendeu e concordou com a cabeça. Fabiana começou a questionar.
— Quantos anos você tem?— Lac levantou um dedo. Ela exclamou. — Apenas 17? Morreu jovem, não foi?— Ele assentiu e voou mais perto de Fabiana, tocando sua testa na dela para transmitir suas memórias.
À medida que as memórias eram transferidas lentamente, Fabiana viu um adolescente por volta dos 14 anos, acompanhado por uma mulher que provavelmente era sua mãe, e uma menina de um ano de idade. Os três estavam sendo expulsos, com suas coisas sendo jogadas fora. A cena mudou para a mãe trabalhando e desmaiando de repente, sendo levada para o hospital pelos moradores.
O médico diagnosticou câncer de pulmão nela, que poderia ser tratado com dinheiro. Lac sabia disso e imediatamente começou a procurar trabalho, conciliando os estudos, cuidando de sua irmã e de sua mãe. Ele estava ocupado todos os dias, preocupado com os gastos médicos, medicamentos e comida. Sendo apenas um adolescente de 14 anos, conseguir um emprego era difícil. Ele só podia fazer trabalhos temporários como lavador de pratos, recolhedor de garrafas, vendedor de bilhetes de loteria... todas tarefas triviais. Dormir era um luxo para Lac; ele só conseguia dormir quatro horas, o que enfraquecia sua saúde, afetava seus estudos e lhe rendia repetidas advertências de seus professores.
Apesar dos esforços para cuidar de sua mãe, a condição dela piorou repentinamente. Eles precisavam de uma cirurgia de urgência, mas onde encontrariam o dinheiro? Todo o dinheiro que tinham foi usado para pagar as taxas do hospital.
Relutantemente, Lac foi pedir ajuda à casa da família. A visão dele implorando fez o sangue de Fabiana ferver, e ela praguejou profundamente. Ela realmente queria ajudar, mas se sentia impotente. Lac ajoelhou-se, suplicando e chorando de todas as formas possíveis, mas eles nem sequer se importaram. Lac perdeu a esperança. Este lugar costumava ser o lar mais feliz para ele, mas por causa da interferência e maledicência de outras pessoas, sua família outrora feliz se desfez.
Lac olhou para o homem que costumava chamar de pai e sentiu-se extremamente desapontado e cheio de ódio por ele, assim como pela outra mulher.
Voltando ao hospital, quando Lac adentrou o saguão, uma enfermeira o notou de repente e correu até ele dizendo
— Lac, sua mãe de repente...— Antes que a enfermeira pudesse terminar, Lac correu para o quarto onde sua mãe estava deitada.
No quarto, Lac correu para o lado da cama, lágrimas escorrendo pelo seu rosto, e chorou.
— Mãe... o que há de errado com você? Mãe... por favor, não me deixe... eu te imploro, mãe.— A mãe de Lac sabia que não sobreviveria e lutou para sorrir, dizendo.
— Seja bom, não chore, meu sofrimento é por você.— Lac segurou a mão de sua mãe contra a sua bochecha, lágrimas caindo sobre sua mão, e disse.
— Mãe, eu não vou sofrer, contanto que você melhore e viva bem. — Ouvindo a compreensão de seu filho, a mãe de Lac foi profundamente tocada, mas infelizmente ela não podia viver mais. Lentamente, ela fechou os olhos, exausta. A mão dela no rosto de Lac caiu fracamente. Ele ficou assustado, suas mãos ásperas pelo excesso de trabalho tremendo. Ele sacudiu sua mãe e disse.— Mãe, você está dormindo? Você pode acordar e conversar comigo um pouco? Apenas um pouco, está bem?
Apenas o silêncio foi a resposta. Lac se sentiu impotente, incapaz de fazer qualquer coisa. Ele só podia olhar para sua mãe, que sofreu todos os dias, suportando a dor. Talvez agora ela não tivesse mais que sofrer.
No dia do funeral, Lac lamentou e carregou sua irmã mais nova, que ainda não entendia o que estava acontecendo. Ele tentou ao máximo parecer forte e não derramar nenhuma lágrima. Uma vez que os procedimentos do funeral foram concluídos, Lac enfrentou pressões diárias e lutou mentalmente, mas continuou a viver por sua irmã.
Em outra lembrança, vários anos haviam se passado. Lac agora tinha 16 anos e sua irmã, Penélope, tinha apenas 3. Eles contavam um com o outro para sobreviver. No entanto, em um dia infeliz, Penélope teve um acidente e Lac, com medo pela sua segurança, a levou às pressas para o hospital. Porém, para salvá-la, eles precisavam de sangue urgentemente. Lac planejava usar o seu próprio sangue, pois era o único compatível, mas devido ao seu baixo peso e saúde precária, o médico se recusou a permitir a transfusão. Nesse momento, Lac encontrou o homem miserável e, apesar da sua dignidade, correu até ele, implorando para que salvasse Penélope. Ele suplicou e usou a relação de sangue deles como um apelo, mas o homem permaneceu insensível. Como resultado, Penélope morreu por falta de uma transfusão de sangue oportuna.
Mais uma vez, Lac caiu em desespero. Sua última pessoa amada se fora e ele se questionou se a vida ainda tinha algum significado. Ele até desejou morrer, mas as palavras de sua irmã o fizeram perceber que ele tinha que continuar vivendo.
— Irmão, você precisa viver bem. Mesmo sem nossa mãe, ainda tem a mim. Se não tiver a mim, você tem que viver bem e realizar os sonhos de nossa mãe, não é? — As palavras inocentes e ingênuas de sua irmã o machucaram profundamente.
Um ano depois, a vida de Lac não estava boa, mas pelo menos era administrável. No entanto, um dia, o homem miserável apareceu de repente para encontrar Lac e implorou para que ele salvasse seu filho. Lac riu sarcasticamente e disse.
— Salvá-lo? Você está louco? Quando minha mãe precisava de uma cirurgia de emergência e eu vim implorar para você, você a salvou?
— Desculpe.
— Não posso aceitar suas desculpas. Suas desculpas trariam minha mãe e minha irmã de volta à vida?— O homem não sabia o que mais dizer e usou seu próprio raciocínio.
— Afinal, Huyen é seu irmão biológico mais novo, e a família deveria se ajudar.
Lac, cheio de nojo, disse.
— Família? A Penélope não é sua filha? Ela não é sua família? Por que você é assim? Não vou salvá-lo. Não tenho mais relação com você. A morte do meu irmão não tem nada a ver comigo. Farei você saber como é perder alguém que ama.— Então, ele expulsou o homem.
Em outra cena, Lac estava caminhando pela rua quando alguém desmaiou subitamente. Quando a pessoa recobrou a consciência, Lac viu que sua boca estava amordaçada, suas mãos e pés estavam amarrados e ele estava em um quarto com cheiro de desinfetante. O que o surpreendeu ainda mais foi ver o homem miserável e sua esposa. A partir de sua conversa, ele descobriu que eles planejavam tirar seu sangue, medula e coração, ou seja, matá-lo. Após uma conversa, eles pressionaram sua mão em algo úmido e a pressionaram contra um pedaço de papel. Lac queria resistir, mas não tinha forças. Parecia que ele tinha sido sedado. Antes de ser dissecado, Lac olhou para as pessoas ali com repugnância. Ele as odiava e jurou que um dia eles pagariam o preço.
E assim, um adolescente de apenas 17 anos partiu. Fabiana testemunhou todos os eventos e estava determinada a limpar seu nome.
Revisando o caso, ela e seus colegas encontraram o corpo de Lac e realizaram uma autópsia. Após dias de investigação árdua, a verdade foi revelada e os criminosos foram punidos de acordo. A alma de Lac finalmente foi libertada.
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Atualizado até capítulo 20
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