Capítulo 11

À noite, como todos os dias, a família Silva se reunia para jantar. Durante a refeição, António olhava ansiosamente para o pai, e quando Diogo percebeu a preocupação no rosto de António, rapidamente pegou um pouco de comida e usou seu olhar suave para tranquilizar o irmão mais novo. Recebendo o olhar do irmão mais velho, António também se sentiu um pouco aliviado. Depois de terminarem a refeição, eles arrumaram tudo e saíram para dar um passeio, os três conversando e confidenciando uns aos outros.

De volta à casa, António se recolheu em seu quarto para contemplar, preparando-se mentalmente para o próximo dia. Depois de um tempo, Diogo entrou no quarto, caminhou até a cama do irmão e deu tapinhas em seu ombro para incentivá-lo, dizendo.

— Está tudo bem, no máximo o papai vai ficar surpreso, mas na pior das hipóteses, ele só vai te expulsar de casa, não é grande coisa.

António explodiu em risadas e respondeu.

— Não vai chegar a tanto.

Diogo respondeu calmamente.

— Bem, seria bem ruim, mas não importa o que aconteça, mesmo que o papai te expulse, você ainda terá a mim, seu querido irmão mais velho, para te apoiar.

António sorriu e disse.

— Você é demais.

Diogo viu que seu irmão mais novo tinha se tornado menos ansioso e disse.

— Eu já te fiz alguma brincadeira? Agora vai dormir. —  Depois de dizer isso, deu tapinhas gentis em sua cabeça e saiu do quarto.

Na manhã seguinte, António chamou o pai, e os dois se sentaram à mesa da cozinha. António reuniu toda a sua coragem e disse.

— Pai, tenho algo para te contar.

Pedro percebeu a seriedade incomum no rosto de seu filho e perguntou.

— É importante? Por que você está tão sério?

António fechou os olhos com força e, com toda a coragem, disse.

— Pai, eu não gosto de mulheres, eu gosto de homens.  — Pedro, ao ouvir seu filho mais novo dizer isso, não ficou surpreso. Vendo o silêncio de seu pai, António ficou mais preocupado e ansioso. Ele abriu os olhos e olhou para o pai, que não mostrou sinais de surpresa. Ele perguntou. — Pai, você ouviu o que eu disse sobre gostar de homens?

Pedro respondeu calmamente.

— E daí?

António arregalou os olhos, ele tinha imaginado todas as reações possíveis, talvez seu pai fosse repreendê-lo, por que ele estava tão calmo? António não conseguia acreditar no que estava ouvindo e perguntou.

— Pai... você não vai fazer nada?

Pedro viu seu filho mais novo fazer essa pergunta e provavelmente pensou que ele já tinha imaginado todas as coisas que seu pai faria para repreendê-lo. Ele sorriu gentilmente e disse.

— Quando soube que você gostava de homens, fiquei surpreso, tive pensamentos de tentar te corrigir, mas graças aos conselhos do seu irmão mais velho, pensei com mais calma.

António ficou ainda mais surpreso.

— Meu irmão mais velho?

Pedro deu tapinhas em sua cabeça e disse.

— Não importa o que você seja, eu vou te apoiar, a partir de agora seja você mesmo, não se preocupe com nada. Bem, tenho que ir trabalhar agora.

Depois de dizer isso, ele saiu, deixando António em estado de espanto e alegria indescritível. Ao sair, Pedro viu Diogo e não disse nada, apenas sorriu e deu tapinhas em seu ombro antes de sair. Diogo entrou e, ao ver o irmão mais velho chorar de felicidade, disse.

— Irmão... Pai... Pai me aceitou.

Diogo assentiu com gentileza. Curioso, António perguntou.

— Quando você contou a ele?

— Foi há cerca de um mê .

— Como você o convenceu a aceitar de forma tão tranquila?

— Apelei para suas emoções, ele te ama tanto, então vou te contar. Papai não conseguia aceitar, por isso pretendia brigar com você,eu o impedi e perguntei se ele não queria que você fosse feliz, ao ouvir essas palavras do filho maele se acalmou e eu disse a ele: "Pai, agora é uma era moderna, se amar é normal, você deveria tentar ser mais mente aberta, aceitar a identidade de António para que ele possa ser verdadeiro consigo mesmo e viver uma vida feliz. A falta do amor de uma mãe é a maior perda para António, você não quer que ele viva uma vida de fingimento e não seja verdadeiro consigo mesmo?" Apenas a  frase  "!A falta do amor de uma mãe..." , teve um impacto significativo em sua psique e papai disse que iria tentar, então ecerramos a conversa.

Depois de ouvir a história de seu irmão mais velho, António imediatamente correu para abraçá-lo e disse.

— Uau, eu te amo, me diga, o que você quer? Deixe-me retribuir.

— Nós somos irmãos, não há necessidade de retribuição, apenas me ajude a me familiarizar com o Miguel.

Ao ouvir isso, António sorriu e disse.

— Então há uma intenção oculta.

Diogo deu de ombros e respondeu.

— É uma troca.— Ele levantou o telefone e disse. — Aqui está o número, salve-o por enquanto, vamos resolver depois.—

António não esperava que essa demonstração pública de seu verdadeiro gênero fosse tão tranquila, a alegria era inesperadamente avassaladora. De repente, houve uma notificação em seu telefone, era de Nuno. António abriu e ficou surpreso com a mensagem.

— Você se assumiu?

— Como você sabe?

— Seu pai me contou.

— O que ele disse?

— O que você quer dizer? Você não acha repulsivo?

— Estou te dizendo, eu gosto dos dois gêneros, então nada é repulsivo para mim, é moderno.

— Ah, entendi.

— O que isso significa?

— Você é irritante, cara. — Após terminar a conversa por texto, António correu alegremente para a cozinha e abraçou seu pai, beijando sua bochecha várias vezes, dizendo. — Pai, eu te amo.

Pedro acariciou seu cabelo e disse.

— O pai também te ama.

Diogo interveio.

— Você não me ama, papai?

: — Eu amo vocês dois  igualmente. — O clima na cozinha ficou incomumente caloroso e alegre.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***