Capítulo 4

Ao ver seu filho mais novo agindo assim, Pedro sentiu-se ao mesmo tempo divertido e preocupado com seu filho. Ele rapidamente confortou António e então se virou para perguntar ao cliente.

— Posso perguntar o que está acontecendo? Meu filho te ofendeu de alguma forma?— Ao ouvir a pergunta, Nuno se sentou ereto e disse seriamente.

— Não é nada sério, apenas eu disse que esta xícara de café está muito doce, e seu filho deu um gole e discutiu comigo. Isso é tudo.

Ao ouvir isso, António imediatamente retrucou.

— Você é demais, não é? E depois? Nem está doce, para mim tem gosto amargo.

Nuno não recuou e retrucou.

— Eu sou o cliente, e eu disse que está doce.

António achou Nuno extremamente irritante e estava prestes a dizer algo quando Pedro interveio.

— Chega, António, vá para cima e se arrume. Eu vou cuidar disso.

António hesitou.

— Mas esse...— Antes que António pudesse terminar, Pedro rapidamente empurrou seu filho mais novo para cima. Enquanto seu pai não estava prestando atenção, António estendeu o dedo médio diretamente para Nuno. Nuno, que estava sorrindo para António, congelou ao ver esse gesto. Ele não podia acreditar que esse garoto teve a audácia de fazer isso com um cliente.

Depois de chamar António para subir e depois se virar para Nuno, Pedro disse.

— Peço desculpas pela grosseria. Deixe-me compensar substituindo o café por um fresco...— Nuno olhou para a xícara de café, aquela que o menino acabara de beber, e disse.

— Não precisa, senhor. Continue com o seu trabalho. Eu vou apenas sentar por um momento e sair.

Apesar da resposta de Nuno, Pedro ainda se sentia culpado pelo comportamento de seu filho mais novo. Ele ponderou por um momento e então tirou um voucher para uma refeição gratuita, assinou e entregou ao convidado. Sabendo que o convidado recusaria, ele disse.

— Por favor, aceite isso como compensação pelo comportamento rude de António. Da próxima vez, ele vai servi-lo como forma de reparar, está aceitável?

Vendo a sinceridade do dono e ouvindo seu pedido para que seu filho o servisse, Nuno achou melhor concordar e disse.

— Está bem, obrigado pelo gesto gentil.

Satisfeito com a resposta, Pedro saiu, e é claro, ele não cobrou Nuno pelo café e bolo. Nuno continuou sentado, aproveitando seu café, enquanto as palavras de António ecoavam em sua mente.

— Agora parece ainda mais doce.

Depois de subir, António tomou banho e jogou enquanto esperava pelo jantar. Quando eram 19 horas, a porta de seu quarto se abriu, e Diogo entrou, dizendo.

— Jovem mestre, por favor, desça para o jantar.

António olhou para seu irmão mais velho e perguntou.

— O que é isso, jovem mestre?

Diogo provocou.

— O que mais, senão jovem mestre? Tudo que você faz é jogar e estudar o dia todo, sem fazer mais nada.

António fez bico e disse.

— Bem, eu quero cozinhar, mas você nunca me deixa perto da cozinha.

Isso aconteceu porque, antes, houve um incidente em que ele derramou acidentalmente sopa na cozinha e se queimou. Graças a Deus seu irmão descobriu e o levou ao hospital a tempo, então não houve uma cicatriz importante. E em outra ocasião, António quase incendiou a cozinha enquanto cozinhava, mas Pedro apagou o fogo a tempo. Esses dois incidentes resultaram na proibição de António de entrar na cozinha.

Como de costume, toda a família jantou junta, deu um passeio e voltou para casa para conversas sinceras. Do lado de Nuno, depois de voltar para casa, ele tomou banho e procurou algo para comer. Então ele subiu para trabalhar.

Enquanto trabalhava, por algum motivo, uma imagem do garoto na cafeteria surgiu de repente na mente de Nuno. Com sua tez clara, lábios carnudos e mesmo quando estava zangado, ele parecia fofo. Junto com sua personalidade um pouco teimosa, era uma combinação perfeita para o gosto de Nuno, embora ele não gostasse de pessoas mais velhas namorando mais novas. Mas pensando de volta, ele achou esse garoto bastante interessante. Perdido em pensamentos por um tempo, Nuno de repente percebeu o voucher para uma refeição gratuita, e ele sorriu e pensou consigo mesmo.

— Bem, talvez eu vá a esse café no domingo.— Ele sorriu travesso o suficiente para arrepiar qualquer pessoa por perto.

Neste momento, por algum motivo, António teve um pressentimento ruim. Todo o seu corpo estava coberto de arrepios, e era realmente assustador.

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