...Alexy on....
Seguro a arma com cuidado, analiso o brasão em alto relevo.
Alexy - Acreditar ou entender vocês, vai contra tudo que já me foi ensinado.
Alexy - Como a Miriam se envolveu nisso?
Mattia - Nos conhecemos tem bastante tempo, Renan foi para os EUA atrás da irmã.
Alexy - Eu não sabia que ele tinha uma irmã.
Mattia - Não tem mais.
Mattia - Ela foi sequestrada quando pequena, o pai do Renan era nosso antigo capo e na época Cosa Nostra só comandava a região da Sicília.
Mattia - Tinha uma outra família que comandava essas bandas eles queriam expandir e nós lutamos, então eles pegaram ela quando invadiram nossas casa.
Mattia - Muitos morreram, sempre achamos que ela tinha morrido também, até seu Mário pai deles, ver uma foto dela já adulta.
Mattia - Ele infartou quando viu a foto, foi demais pra ele e acabou falecendo.
Mattia - Tudo o que nós sabíamos era que ela estava na Califórnia e que se apresentava em um bar, eu realmente não saberia te dizer como foi exatamente o desenrolar das coisas, Renan foi atrás da irmã e conheceu Miriam, descobriu que a irmã tinha morrido e ela ajudou ele a lidar, ela também trabalhava na noite servindo bebidas.
Mattia - Grayson gostou dela quando Renan apresentou, então deixou o Renan tomando conta dos nossos negócios nos EUA para poder ficar perto dela até que ela se formasse.
Alexy - Como assim Grayson deixou?
Mattia - Nós só casamos com a autorização do capo.
Meu coração acelera.
Alexy - O Grayson é o capo? ele é o Rei da Máfia?
Mattia - Em carne e osso.
Perco o rumo, minha cabeça parece girar.
Mattia - Você ficou pálida, precisa de algo?
Alexy - Eu dormi com a porrä do Rei da máfia italiana?
Mattia - Sério que você não sabia?
Olho para ele perplexa.
Mattia - Sua cara já é uma resposta.
Alexy - Eu preciso de mais vinho.
Mattia ri.
Alexy - Eu prefiro ignorar esse detalhe por agora, segue com sua história, por favor.
Mattia - Não tem muito mais o que falar, Renan seguiu trabalhando remotamente, Miriam sabia quem ele era desde o início e com o tempo começou a participar, ela e Grayson tem ideias parecidas sobre como lidar com as coisas, então ele recrutou ela depois do casamento dela com Renan, ela é a única mulher com um posto de liderança ativa em qualquer máfia italiana.
Alexy - E esse tempo todo eu estive ao lado deles, vi o começo da relação, não vou mentir nos víamos pouco , mas conheço Miriam desde meus 17 anos e faz quase 7 anos que conheço o Renan e nunca imaginei nada disso.
Mattia - Somos discretos fora da nossa zona.
Alexy - Ela me parece a mesma mulher de sempre, fico feliz em saber que isso não a mudou.
Mattia - Ela mudou sim, se tornou mais forte, agora me conta sobre você.
Alexy - Não sei muito o que falar, eu vivia em Saluzzo quando menor, minha nonna morreu e eu só tinha meu tio que morava em Los Angeles, fui pra lá aos 15.
Alexy - Apartir daí segui trabalhando e estudando, com 17 consegui uma bolsa de estudos para faculdade e me joguei em direito.
Alexy - Foram momentos difíceis, não só para mim, mas para a Miriam também, nos conhecemos nessa época e ambas estavam na merdä, felizmente ela conheceu Renan que a ajudou muito.
Alexy - Eu me formei com 20 anos e segui minhas especializações.
Alexy - Comecei a advogar mesmo, com 22 anos.
Mattia - Você trabalhava em que nesse tempo todo?
Alexy - Qualquer coisa que me desse dinheiro ou até mesmo comida, com a Miriam era a mesma coisa, eu ainda tinha uma casa, ela nem isso.
Mattia - E seu ex?
Alexy - Um otário, como eu disse, ele era tóxico, ele me ajudou muito na fase mais difícil, mas era complicado, terminamos um pouco antes de eu me formar e bem, foi nessa época que as coisas complicaram mais.
Sem perceber seguro meu próprio pulso.
Mattia - Como isso aconteceu?
Ele aponta para minha cicatriz no pulso direito.
Alexy - Meu tio Rau tinha dividas, eu tive que me envolver em alguns trabalhos não tão dignos e o Lucas descobriu.
Mattia me observa sem julgamentos algum, na verdade ele parece realmente entender minha situação.
Alexy - As coisas complicaram.
Mattia - Ele te machucou? Foi ele que te deixou com essas marcas?
Alexy - Foram alguns dias, ele me prendeu na casa do meu tio, eu precisava sair, eu estava com fome, cede e desesperada, ele não ia voltar e eu sabia.
Alexy - Ele não me soltou, eu consegui me soltar, mas tive que forçar até meus pulsos.....
Respiro fundo.
Mattia - Eu entendi, não precisa falar mais.
Mattia pega meus pulsos e acaricia minhas cicatrizes.
Mattia - Fico feliz em ver que não as esconde, nossas cicatrizes fazem parte de quem somos e são reflexo do quanto somos fortes.
Alexy - Interessante você falar isso, eu sempre as cobri com pulseiras, Grayson me disse algo parecido quando as viu, eu não as escondo desde a noite que nós passamos juntos.
Mattia - Ele é um homem inteligente.
Alexy - Vai, sua vez, me fala sobre toda essa loucura de vocês.
Mattia - Bem, nós somos mafiosos.
Alexy - Não me diga.
Ele ri.
Mattia - Cosa Nostra tem princípios únicos e vem se modificando conforme suas lideranças, já fomos mais brutais, hoje nem tanto.
Mattia - Éramos um pequeno bando de traficante de drogas na Sicilia, isso muito antes do don Mario, ele expandiu e mudou o rumo das nossas operações.
Mattia - Deixamos de ser uma quadrilha para virarmos uma máfia, com ideais e princípios próprios.
Mattia - Com os anos nossos negócios ilegais foram sendo trocados e agora nos envolvemos muito pouco com o submundo, se é quê me entende.
Mattia - Mas não nos encaixamos nos padrões de boas pessoas, não pagamos impostos, não aceitamos as regras que os governantes impõem, a constituição de vocês não serve de nada para nós.
Mattia - Temos nossas próprias regras e fazemos as coisas do nosso jeito, matamos quando achamos necessário, não acreditamos em cadeia ou em mudanças para pessoas ruins.
Mattia - Temos nossos bordéis, nossas casas de jogos, mas de ilegal é isso.
Mattia - Não somos mafiosos por contrabandear dragas, pessoas e armas.
Mattia - E sim por não seguir as leis de vocês.
Alexy - Mas isso é só vocês, as outras famílias.....
Mattia - Não tem limites e nem escrúpulos, vendem até suas almas, enchem o nosso próprio povo de droga, adoecem nosso país, vendem como objetos suas próprias crianças e mulheres.
Ele fala com raiva.
Alexy - Mas vocês tem bordéis.
Mattia - Sim, nós somos a maior rede de acompanhantes de luxo, as meninas ganham muito, muito, muito bem e vivem disso por que querem, nenhuma delas é forçada ou é menor de idade.
Mattia - Qualquer uma das nossas meninas com o que ganham, poderiam sair da vida que tem, cada uma sabe seus motivos para permanecer, mas te garanto que não somos nós a fazê-las ficar.
Mattia - A maioria das meninas tem até faculdade, mas as profissões não pagam metade do que elas ganham em horas.
Mattia - Nós as selecionamos, o que dá aos clientes segurança, exclusividade, saúde, garantia de um bom retorno e nós as protegemos, elas tem seguranças, inspeções antes e depois dos atendimentos.
Alexy - Vocês são cafetões.
Mattia - Pode-se dizer que sim, mas não gostamos de nos ver assim.
Mattia - Não exploramos ninguém, não deixamos nossas mulheres com dívidas e como eu disse, elas são livres, as que querem trabalhar por conta fazem, as que querem sair fazem também, muitas vezes só nos pagam para poder usar o nome da família, isso da segurança a elas, aumenta os preços, os clientes tendem a respeitar as meninas que trabalham para nós e também tendem a dar preferência por saberem que elas são de confiança.
Alexy - Entendo.
Mattia - As casas de apostas sim são o nosso negócio, nesse quesito não tenho o que dizer, é o que é.
Alexy - E os que ficam devendo?
Mattia - Ninguém fica devendo, isso não existe mais, nós não saímos distribuindo dinheiro e esquartejado viciados em jogos por terem gastado tudo, isso é coisa do século passado.
Mattia - Para jogar precisa por algo na mesa, de onde isso sai, já não é problema nosso, só aceitamos dinheiro, objetos valiosos e bens materiais.
Alexy - Você entende o quanto isso é errado não é?
Mattia - Tudo nessa mërda de mundo é, se nós não fizermos outros farão e ao contrário de nós, podem não ter tanto escrúpulos para lidar com mulheres da vida ou viciados em jogos.
Mattia - Nós não traficamos mais drogas a mais de 30 anos, o que compramos de armas é para nosso próprio uso, vamos atrás das outras famílias que fazem isso e até pior, nossas cidades são limpas de marginalidade, investimos na saúde e educação mais que o próprio governo, as pessoas de bem, tem nossa proteção, os trabalhadores saem de casa sossegados, nossos negócios legalizados dão milhares de empregos, mas até isso vem de dinheiro das apostas e dos bordeis, alguém sempre sai perdendo Alexy, nós ajudamos aqueles que merecem, assim como matamos também.
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Atualizado até capítulo 157
Comments
Neiry Janne
tbm pensei nessa hipótese...,.
2025-01-27
1
Erica Silva
parecem que ah irmã dele não morreu
2025-01-22
1
strong girl💜
eu não entendi, pode continua??r
2025-01-18
1