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...Alexy on....

Passo o resto do dia armazenando meus dados em diversos pendrives.

Entro em contato com algumas pessoas que conheci, na tentativa de coletar o máximo de informações, claro, foi uma pesquisa superficial sem deixar nada muito evidente, ninguém, simplesmente ninguém, tem coragem de falar sobre todos esses rolos da família do Lucas.

Um dos meus clientes ainda me deve um favor, ele era minha última opção, mas realmente estou com as mãos atadas, ele não é exatamente uma pessoa boa.

René é um dos maiores traficantes de drogas dos EUA e eu tirei o filho dele da cadeia mais de uma vez.

Não me orgulho disso, o garoto tem sangue nas mãos, não de inocentes, não de pessoas boas, mas ainda sim, pessoas.

E eu fiz com que ele fosse absolvido mesmo sabendo que ele era culpado.

Ele tem sido um cliente fiel, o caso dele é complicado, na última vez realmente achei que não conseguiria o tirar da cadeia, trabalhei como uma condenada e fui implacável em sua defesa, René me deve e sabe disso, até por quê fiz além do que meu papel de advogada permite.

Não foi muito fácil conseguir o contato dele, prefiro não ter esse tipo de ligação com meus clientes, mas logo estávamos nos falando e eu fui obrigada a comprar um celular simples para isso.

"René - Nunca imaginei que iria me ligar.

"Alexy - Você me deve um favorzinho.

"René - O que precisa?

"Alexy - informações sobre os Sotelato.

"René - Aí você me complica.

"Alexy - Não quero um testemunho, quero informações, você me deve isso.

"René - Somos parceiros nos negócios, delatar eles, é me delatar.

"Alexy - Eu não tenho intenção de arruinar seus negócios, quando eles caírem e eles vão cair, eu te aviso com antecedência, é uma promessa.

"René - Nesse caso, o que sei, é que eles tem uma organização forte, as empresas são fachadas, eles são uma espécie de transportadora, importar e exportar produto ilegal é com eles.

"René - Quando digo produto falo de drogas, pessoas, armas e por aí vai.

"Alexy - Pessoas?

"René - Sim, tráfico humano, venda de menores, trabalho escravo e essas coisas.

"René - Eles são bons, discretos e tem uma boa fachada, mas cobram caro.

"René - Eu não sei muito mais, eles transportam para mim só os doces importados, por que a segurança e garantia deles é maior, mas como eu disse, eles são caros.

"René - Já os produtos tradicionais eu prefiro enviar por outras rotas que são mais em conta.

"Alexy - Eles tem rivalidades? Inimigos?

"René - Muitos, e não é só aqui nos EUA, eles fazem um arrastão por cada país que passam, aqui eles já tomaram conta, são os maiores no que diz respeito a isso, mas agora eles estão tomando outras zonas, eles não tem limites, estão entrando em territórios e expandindo de forma complicada.

"Alexy - Então as coisas são muito piores do que imaginei.

"René - Bom de qualquer forma, agora tem se tornado um risco trabalhar com eles, eu não quero me indispor com meus compradores entende, e eles, bem, eles não respeitam a regra de boa vizinhança, até no submundo se tem regras e eles estão infligindo todas.

"Alexy - Entendo, como eles estão na Itália?

"René - Não sei bem, eu não exporto para essas bandas, muitas famílias mafiosas, é um território perigoso até para mim, principalmente agora que Cosa Nostra expandiu, as outras famílias foram dizimadas e o lugar virou uma zona de guerra para nós.

"René - Mas sei que eles andaram levando muitas crianças da Itália para Turquia, ouvi dizer que estão aproveitando toda essa comoção entre as máfias locais, sabe, meninas bonitas, parece que as famílias não gostaram nem um pouco e estão pondo a culpa uma nas outras.

"René - Como eu disse a Itália está inacessível para nós, mas já para eles a guerra é um cenário positivo, é o que sei e só Deus sabe que eu posso morrer por te contar isso.

"Alexy - É o suficiente, não vou te comprometer, obrigada.

"René - Não esqueça de me avisar caso aconteça algo, até.

"Alexy - Não vou esquecer, até.

Respiro fundo, isso não será fácil.

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...Grayson on....

Vi quando ela levantou e saiu em silêncio até o banheiro, esperei, fingi estar dormindo e observei cada um dos seus passos.

Ela pegou sua mala, minha arma e saiu.

Minha arma porrä......Deixei.

O semblante de desespero estampado em seu rosto assim que saiu do banheiro foi o suficiente para que eu deixasse.

Não sei o que me deu, só não consegui a deter.

Muitas coisas estão acontecendo, não tem sido um ano fácil, eu não tenho dormido nada, estou mais tenso que nunca e essa noite me libertou de formas que eu não imaginava precisar.

Deixei a guarda baixa, precisava disso.

Renan me liga assim que levanto, a amiga da Miriam está com problemas, Mattia está com ela e Renan acredita que ela seja um tipo de mulher que devemos ter como aliada, confio no meu conselheiro, então deixo que a ajudem como quiserem.

Volto para o meu quarto no hotel apenas para voltar a dormir, me sinto exausto e a noite de ontem me relaxou como nunca.

Eu precisava daquele momento e acho que foi uma das melhores escolhas que fiz, meu corpo contrai apenas com as lembranças dela sob e sobre mim.

...****************...

A noite vou para a boate, estamos tendo muitos problemas com as outras famílias, nosso sangue e o deles tem sido derramado cada vez mais, estamos perdendo muitas pessoas assim como estamos aniquilando facções inteiras e isso é uma merdä, rendição e matança são coisas bem diferentes.

Preciso achar uma forma de cessar as guerras internas, estamos enfraquecendo nosso país, temos rivais reais, fora das nossas fronteiras e um conflito como esse nos deixa vulneráveis de muitas formas.

Miriam - Entenda Mattia, nosso país é rico, bem localizado, com uma ótima rota marítima e poucos países de fronteira, sei que você não concorda com os acordos, mas se seguirmos assim, logo os franceses vão estar dentro de nossas terras, comandando nosso país.

Miriam - Estamos perdendo gente e espaço, nossos negócios fora do país estão sendo fechados por que nosso pessoal está tendo que voltar para casa e lutar contra outras famílias Italianas.

Mattia - Caramba mulher, você não entende? Nossas crianças são a prioridade, eles estão com a filha do Fernando, isso sem contar as outras meninas, eles tem que pagar.

Miriam - Eu concordo, mas talvez atirar primeiro e perguntar depois não seja a melhor forma de resolver.

Mattia - Você é muito política, não existe essa diplomacia toda quando nossas crianças estão sendo vendidas em outros países.

Miriam - Matar todo mundo não vai trazer elas de volta, precisamos.....

Mattia - Eu me recuso a beber e fazer negócio com esse tipo de gente.

Mattia - Cosa Nostra não negocia pessoas.

Ele bate a mão na mesa irritado e Miriam levanta com um olhar desafiador.

Grayson - Já chega, não precisamos de mais conflitos.

Eles param.

Renan - Amor eu entendo que não concorda com toda essa matança, mas agora não é momento de recuar, eles estão nos matando também, estamos perdendo gente.

Miriam - Vocês queriam a minha opinião e eu dei, querem agir como estúpidos façam, afinal é vocês que decidem tudo.

Miriam se afasta batendo salto.

Miriam - Já está na hora de outra mulher fazer a frente dessa família, homens tem tendência a pensar minimamente nos efeitos de suas ações, vou convocar o resto da família, nós não estamos no século passado, talvez eles encontrem uma mulher para um de vocês dois.

Cerro o maxilar de fúria, Mattia fica ainda mais irritado que eu.

Mattia - Sua.....

Renan - Não termine.

Miriam ri e sai, ela e Mattia são sempre assim.

Mas uma esposa não, isso não.

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