O Jantar

A semana passou rápido, alguns dias fui para a loja com as meninas, saímos para jantar, em outros ficamos em casa vendo filme e fazendo jantas para nos e Fred que ficava maior parte do tempo com a gente, contei para Alissa sobre Miguel e tanto ela quanto Bia, acharam que foi melhor termos parado de nos falar mesmo, pois ele não saberia lidar com a situação e eu poderia ficar mal com o que estivesse acontecendo, nesse tempo recebi ligação da outra clinica e informei que havia sido contratada no hospital eles fizeram algumas propostas mas permaneci na primeira escolha, estava conversando com Antônio e Carlos, Carlos trabalhava no mesmo hospital que eu iria trabalhar e ficou sabendo da minha contratação estávamos conversando mais como amigos do que como pessoas que haviam se beijado acho que isso havia ficado para trás, Antônio me chamou para jantar hoje, sábado disse que passaria as 20:00 para me buscar, são exatamente 19:40 e ele deve estar para chegar, não disse para onde iremos, mas espero que não seja para o Aqua Shard, pois aposto que daríamos de cara com Miguel. Estou vestida com uma saia lápis preta até o joelho com uma fenda que vai até metade da coxa, um bori com um decote em V branco, coloquei um salto agulha preto e uma bolsa rosa para fazer uma diferença no look, soltei os cabelos e os deixei liso escorrido, fiz uma maquiagem e apostei um batom vermelho, as meninas aprovaram o look já que é da loja delas e desejaram boa sorte, elas iriam sair com seus ficantes também e hoje a noite seria divertida para todas assim eu espero.

Ele chega e para o carro, abro a porta e dou de cara com ele em uma calça off white meio cor de areia e uma camisa social branca apertada por cima um terno off white também na cor preta e um sapato da cor do terno, ele me encara e eu o faço o mesmo.

- Boa noite - ele me olha com um olhar travesso e sorri - Esta realmente muito mais bonita.

- Boa noite - sorrio também - Eu me esforcei, você está muito bonito também.

- Sabe que nem precisaria se esforçar - ele me da o braço no intuito de eu passar o meu e ele me guiar até o carro.

Faço o mesmo e saio fechando a porta indo em direção ao carro, ele abre a porta e eu entro, logo ele entra liga o carro e partimos.

- Estava ansioso para te ver - ele diz e me olha.

- Com certeza eu também estava - permaneço olhando para frente e somente sorrio, pois na verdade eu nem lembrei do jantar durante a semana - Vai me contar para onde vamos?

- Irei permanecer na surpresa - ele sorri - Não gosta de surpresas?

- Não muito - Olho para ele - não gosto de nada que não está no meu controle.

- Com certeza isso deve estar te deixando muito nervosa então? - Ele fala olhando para frente e sorrindo.

- Nervosa não, curiosa talvez - olho meu celular - E ai conseguiu encontrar algum profissional adequado para a clinica?

- Sim, depois de você ter recusado - ele me encara - Contratei a outra menina que foi após você, aparentemente muito boa.

- Que bom - sorrio - com certeza será uma ótima profissional.

Ele para o carro em frente a um restaurante e estaciona, eu fico muito feliz ao confirmar que realmente não seria o Aqua, ele desse do carro abre a minha porta e eu dou a mão a ele para descer, ele sorri e passa a mão na minha cintura me prendendo a ele, vamos andando para dentro do restaurante, um ambiente com as luzes fraquinhas e um cheiro de flores, as mesas todas em dourado, a decoração se arremetia a de um castelo antigo, com paredes pitorescas e algumas plantas nas paredes, vejo que uma mulher nos guia a uma mesa e nos sentamos no canto onde temos uma visão ampla do restaurante que está bem cheio por sinal, ele puxa a cadeira para eu me sentar e logo após se senta em minha frente, pediu uma garrafa de espumante Veuve Clicquot e eu não sou muito chegada mas não iria me impor a isso, o garçom sai e logo volta com a garrafa, nos servindo, fazemos um brinde dizendo Antônio que o brinde seria a nós, somente sorrio e brindo.

- E então Ana, me conte sobre você - ele bebe um gole da sua bebida

Diferente de Miguel ele não me consome com seu olhar e não me deixar ardendo somente por estar perto, ele é um cara normal, lindo porém normal, vê-se que tem interesse mas não tem aquele ar de "não sei oque vai acontecer depois" digamos que é previsível.

- O que exatamente você quer saber?

- Bom algumas coisas você me contou na entrevista aquele dia - ele me olha - mas quero detalhes se não se importar? Por que veio para cá? O que busca? Quero saber sobre você.

- Ok - sorrio - Eu morava no Brasil e gosto muito de lá, porém as coisas não estavam mais fluindo, então um dia conversando com minhas amigas que moram aqui, comentei sobre e elas me fizeram a proposta de vir e arriscar, então vendi meu apartamento lá e tudo o que dava para ser vendido, meu carro também por sinal, e vim, não tinha nada a perder vindo, teria mais se não tivesse vindo e tentado.

Ele me escuta atento e me olha com admiração eu diria.

- E você não sentiu medo - Pergunta curioso

- Claro - sorrio - imagine eu largar uma vida para começar uma nova, apesar de ter minhas amigas, lá eu tinha meu emprego e estabilidade financeira.

- Então o que faltava? - ele enche minha taça e a dele.

- Estabilidade emocional - olho para ele e ele faz o mesmo - Tinha um bom emprego, tinha um bom salario, porém uma vida amorosa horrível e um medo ainda mais horrível de me libertar do que estava vivendo.

- Você se mostra uma mulher de grande coragem Ana - ele me analisa - Porém se me permite dizer, sinto você distante desta realidade.

Olho para ele

- Como assim? - bebo um pouco do liquido da minha taça.

- Você veio a procura de um emprego e de uma boa condição financeira certo?

- Certo - respondo com tom de interrogação.

- E o amor? - ele indaga e ergue uma das sobrancelhas - Você não mudou de país em busca somente de algo que você já tinha estou errado?

Fico por um tempo olhando para ele sem dar nenhuma resposta, somente pensando no que ele havia acabado de falar, eu não tinha parado para pensar em amores, porém sim eu estava fugindo de um que não deu certo, mas eu estava procurando outro? Olho para ele.

- Com certeza não está, porém eu não vim com o objetivo de arrumar outro amor, se isso acontecer será uma consequência boa das minhas escolhas e não um objetivo a ser conquistado- sorrio vendo o rosto dele ficar confuso.

- Então você vai deixar as suas escolhas te guiarem? - ele me olha.

- Sim, o que você acha disso?

- Acho interessante - ele me analisa - e um pouco arriscado, por que nem sempre escolhemos as melhores coisas e só percebemos isso depois de um tempo, e se no fim as suas escolhas te guiarem pelo caminho errado?

- Então teremos que voltar para o principio e fazer novas escolhas e trilhar novos caminhos até achar o certo.

Ele fica sem me responder somente pensando no que estou falando dou uma olhada no ambiente e vejo algumas pessoas a maioria casais todos conversando e sorrindo um ambiente aconchegante.

- Você acha que seria uma boa escolha se no final você me escolhesse? - Ele fala e sorri.

Tomo outro gole do espumante e ergo as sobrancelhas.

- Faço a mesma pergunta a você? - Sorrio - E se você me escolher, acha que teria feito uma boa escolha?

Ficamos uma boa parte da noite sorrindo e conversando sobre escolhas, sobre nossas vidas, Antônio me falou sobre o relacionamento dele que foi bem ruim também, meio que deixou a entender que havia desistido de encontrar o amor, porém as coisas que falei deram uma nova visão a ele, ele é muito divertido e engraçado, aquele cara da entrevista em que eu criei na minha cabeça, não estava ali e sim um homem descontraído, bastante divertido e brincalhão e lindo a isso sem duvidas, faltava algo? Sim, mas eu acredito que o restante supria.

- Vou ao toalete, se me da licença.

Levanto e vou em direção ao banheiro pois estou muito apertada e preciso esvaziar um pouco daquela bebida que esta me deixando tonta já, ao passar por algumas mesas vejo alguns olhares, porém sinto como se estivesse sendo observada, olho discretamente para Antônio porem ele esta concentrando vendo algo no celular olho ao redor e não vejo ninguém me olhando fixamente, entro no banheiro faço minhas necessidades, me arrumo no espelho retoco meu batom e saio, dou a volta para voltar pelo outro lado, assim que vou andando sinto alguém segurar meu pulso, me viro e olho, sinto minhas pernas amolecerem e umas borboletas imbecis no meu estomago, aquele olhar de cima em baixo como quem quer retirar todas aquelas peças de roupas ali mesmo.

- Oi Ana - Miguel fala, e se levanta para me "cumprimentar", olho para a mesa e uma moça está ao seu lado, loira, muito bonita com uma roupa formal porém extremamente bonita, ele se aproxima do meu ouvido - está se divertindo? - da um beijo no meu rosto.

- Não tanto quanto você  - falo em seu ouvido, sorrindo para a mulher que esta com ele, tiro meu pulso de sua mão - Bom se me dão licença meu acompanhante me espera - olho para Miguel e saio em direção a Antônio, me sento e sorrio para ele nervosa.

- Tudo bem Ana? - ele me olha - Parece que viu um fantasma - da uma risada.

- Tudo bem - tento sorrir e disfarçar - Só levei um susto com o garçom.

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