Somente um dia

Pego o celular da mão dele e saio andando conforme me recordava da localização, paro e tendo lembrar o nome do condomínio e que bom acho que a bebida me deu amnesia também, já que de nenhuma forma eu consigo lembrar, guardo o celular no bolso do agasalho e ouço alguém se aproximar.

- Para onde você quer ir?

A voz de cinco minutos atrás ressoa nos meus ouvidos, bufo e continuo a andar sem responder, ele segura meu braço e eu paro.

- Olhe só, senhor não sei o nome, eu estou com uma ressaca infernal, com fome e perdida a ultima coisa que quero agora é mais confusão - olho para a cara dele.

- Não vamos arrumar uma então, esqueça o que eu disse lá atrás, posso te acompanhar? - Ele me olha e parece disposto a me ajudar, nesse momento eu já nem achava mais ele bonito e todo o encanto da noite anterior já havia passado.

- Você vai me sequestrar ou algo do tipo, se não for eu aceito a ajuda - Ergo as mãos e começo a caminhar devagar.

- Até por que se eu fosse, eu não falaria - Ele ergue uma sobrancelha e começa a caminhar no mesmo ritmo - Vai me falar aonde ia, para eu poder ser seu guia?

Ele olha para frente e eu faço o mesmo, todos que passam nos olham porém tentam disfarçar.

- Eu queria ir em alguma padaria, tomar café da manhã, era alguma aqui por perto, mas não sei o nome também - sorrio sem graça.

- Eu não estou surpreso - Ele sorri - Bom vou te levar até uma aqui próximo nunca fui mas é menos chance de sequestro.

Olho para ele e reviro os olhos

- Por que estão olhando? - pergunto a ele e faço um sinal leve com a cabeça para duas mulheres que passaram e nos olharam com ar de especulação.

- Bom digamos que eu sou uma figura publica - ele limpa a garganta - E estou caminhando com uma desconhecida, então. - ele deixa no ar.

- Brevemente soube que você é bem financeiramente - Olho de canto, para ver se ele faz alguma careta, porém nada - Mas não imaginei que ao ponto de ter uns homens tirando fotos de você nesse exato momento.

- Bom, sinal que você vai ser conhecida também - Ele me olha

- Que péssimo, um péssimo jeito de começar uma nova vida em um novo lugar - Olho para ele - tenho que agradecer?

- Muitas agradeceriam - Ele olha para o chão - mas já vi que vou ter que pedir para meu pessoal dar um jeito de não acharem você.

- Eu iria adorar - Dou uma leve bufada - Estamos chegando? Já estou cansada.

Ele aponta com a mão para uma lanchonete pequena em meio ao parque mesmo, vamos caminhando até lá calados somente olhando as pessoas, ele respira algumas vezes e olha para os lados, parecendo estar procurando alguma coisa ou alguém, chegamos peço um café e um croissant salgado e me sento em uma das mesas do parque e ele faz o mesmo.

- Se importa? - ele me pergunta e senta.

- Já sentou - Sorrio sem felicidade.

- Vai me falar seu nome ou vai ficar com essa cara extremamente chata - Ele fica me encarando e me analisando ao mesmo tempo o que me deixa um pouco com vergonha ja que ele não deixou de ser intimidador.

- Ana, meu nome é Ana - pego um guardanapo e fico brincando - e o seu?

- Miguel - ele fica olhando e sinto que ele quer fazer mais perguntas olho para ele.

- Pode perguntar - me encosto na cadeira meio jogada com 0 classe e ele fica me encarando como se nunca tivesse visto.

- De onde você é ? Brasil?  Ouvi você e suas amigas falarem as vezes - ele desvia o olhar.

- Ouvir a conversa alheia é falta de respeito - Sorrio e o encaro continuando a dobrar o papel.

- Não se as pessoas estão falando alto em um ambiente fechado - Ele sorri.

- Sim, do Brasil, mais alguma pergunta?

- Varias, mas podemos deixar para um segundo momento - Ele me olha.

Quando eu ia responder a comida chega e o café também, esqueço o que ele falou nesse exato momento, agradeço o garçom, deixo o papel que estava dobrando de lado e tomo um gole do café, solto um suspiro ao sentir o gosto e ele me encara.

- O que? Esta muito bom.

- Percebi - ele toma um pouco do café dele e permanece mudo somente me olhando.

Corto o croissant e pego uma metade com a mão e começo a comer, logo termino e me sinto aliviada, matei quem estava me matando, ele continua me encarando.

- Você precisa parar de me olhar com essa cara - falo jogada na cadeira.

- Bom, tecnicamente nunca vi uma mulher ser tão deselegante ao comer - ele sorri.

- Por que todas as mulheres que saem com você querem te impressionar ou te ganhar de alguma forma - Olho para ele - Eu, diferente delas só espero que você me guie até a minha casa.

- Impressionante como você consegue ser insuportável - Ele ergue o café e termina de tomar.

- Você não imagina o quanto - dou um leve sorriso -

Ergo a mão e o garçom vem com a conta já em mãos, pego antes que ele pegue, pego o dinheiro no meu agasalho e entrego ao garçom, agradeço e peço que saia por trás para que Miguel não queira devolver meu dinheiro e pagar.

- Sabe que isso não era necessário - Ele me olha irritado.

- Sabe que eu não ligo para o que acha e eu tenho dinheiro para pagar um café - Me levanto andando sentido de onde havíamos vindo.

- Espera - ele me olha - Posso te deixar na sua casa de carro? Estou atrasado para uma reunião e infelizmente não poderei caminhar até sua casa - ele ergue e mão me calando - E eu não vou te sequestrar ou fazer qualquer coisa que tenha passado na sua cabeça, a não ser que queira é claro.

- Olha você estava indo bem, mas errou no final, e não, eu acho que consigo voltar sozinha.

- Eu não confio nisso - Ele me encara - Deixe eu te levar e não falo mais besteiras.

Eu pensei em recusar mas minhas pernas estavam doendo e eu não sabia onde estava e quão longe estava então fui, andamos até o carro e o motorista abriu a porta para mim e depois para ele, entrou no carro e perguntou onde era eu apontei na direção e disse que não lembrava o nome, Miguel só balançou a cabeça e pegou o celular que estava tocando, ele atendeu, falou umas coisas que pareciam serias e senti que ficou incomodado após a ligação, mudou seu humor completamente e estava ali novamente o cara arrogante que trombou em mim, logo que vi o condomínio me recordei e mostrei ao motorista que segui em direção.

- Tudo bem? - Pergunto e olho para ele que me encara sem entender minha pergunta - A ligação você mudou depois dela.

- Eu não disse uma só palavra após a ligação Ana - ele fala e olha para a janela.

- Não foi preciso.

O motorista para o carro em frente a casa, desço fecho a porta e ele sai sem nenhum tchau de ambas as partes, entro em casa e todos estão me olhando com cara de o que está acontecendo.

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