Skies Red (Vol 1)
— Vai, vai. Anda logo, entrem aí dentro — Sussurra Paul, junto com seu grupo de sobreviventes, ele segura uma espi#garda. Todos entrou numa sala, com medo.
— Olha, não sei o que está havendo lá fora, mas vamos sair dessa — Paul encoraja o grupo, tentando manter a calma. Todos estão com medo e apavorados.
— Essa merda de fumaça preta — disse Jason, chutando a porta com toda sua raiva.
— Mantenha a calma!
— Calma? Calma numa situação dessa, Paul? Não foi sua esposa que achou essa fumaça "linda" e entrou nela como se fosse o jardim de infância?!
— Olha, ninguém sabe o que está acontecendo aqui, tá legal? — Paul aponta o dedo no peito de Jason.
— Dane-se a calma! E tira sua não de mim!
— Você tem razão Jason. Todos aqui tem razão de estar com medo e com raiva, mas não vamos mudar nada se ficarmos assim, ok? Já faz um dia que a cidade foi tomada por essa fumaça negra, e estamos juntos desde ontem. Ainda bem que tivemos sossego agora... Ninguém sabe o que está acontecendo, muita gente morreu, se estamos aqui, conseguiremos vencer.
— Ah sim, vamos sim — Debocha o Jason, diretamente para o Paul.
— Parece o seriado "O Nevoeiro", mas no lugar da névoa, é uma fumaça — disse um jovem, chamado Richard, refletindo sobre a série, sua voz está distante
— Ok rapaz...
— Não podemos deixar essa fumaça nos envolver, ela nos atrai, nós enxergamos como algo...bonito... — disse uma moça, Laura.
— Como assim, Laura?
— Não perceberam como Mary e Steve morreram? Eles foram atraídos para a fumaça, dizendo coisas como "É aqui que devo ficar" ou "Isso é lindo", sabe, foi... Assustador. É como se enxergassem a melhor coisa da vida deles. — Em tom reflexivo, Laura se encolhe pensando em seus amigos.
— Isso, a Laura tem razão. Eu vi de perto, mas não podia me aproximar muito, eu estava sentindo algo estranho dentro de mim, um sentimento... Bom... Mas sabia que se eu fosse para lá, eu mo#reria. Eu não sei explicar, gente — Disse Richard, um pouco assustado ao pensar naquelas lembranças.
— Então as pessoas veem coisas "boas" na fumaça, mas na verdade, essas
coisas "boas" é a própria mor#e? — Questionou Paul.
— Ao que tudo indica: sim, Paul —Laura responde.
— Então temos que ter cuidado para não entrar na fumaça.
— Como Paul? É ela que atrai, mesmo que não queira, você é simplesmente puxado por ela.
— Só não podemos ficar perto dela.
— Nossa Paul, esse é o plano? — Debocha Jason.
— Jason, fica na sua, para de reclamar.
— Estamos sem comida, esse quarto é pequeno, alguma hora temos que sair e procurar por comida. — Jason está sem paciência, irritado com tudo e com todos.
— Estamos em seis aqui: Richard, Jason, Laura, Mia, Alexandra e eu, um de nós vai sair e procurar por comida, mas, menos as mulheres, elas ficam. Quem vai é um homem, apenas um— Paul explicou com confiança.
— Tudo bem — Disseram o restante das pessoas.
Eles sorteiam o nome, e tiram o nome de Jason.
— Eu te dou a minha arma, Jason. — Disse Paul, entregando a espingarda.
— Para atirar numa fumaça? — Questiona Jason, impaciente.
— Melhor não arriscar.
— Não vai servir para me#da nenhuma isso aqui. — Jason, com uma grande arrogância, joga a a#ma no chão. Paul, sem graça, pega a arma e a encostra na parede.
— Olha, a uma quadra daqui tem uma lanchonete, ela se chama Burguer Xtreme.
— Estamos em um hotel, não é mais fácil ir até a cozinha que tem aqui no prédio e pegar comida? — Pergunta Jason.
— Antes de me unir a vocês, eu fui na cozinha, e vi que já haviam pego toda a comida. Então, talvez a lanchonete ou um mercado tenha, mas o mercado nessa ilha é longe, o mais próximo é a lanchonete — responde Richard
— Tá, eu me viro. — Jason abre a porta e fecha. Ele se encontra no corredor do hotel sozinho. Parecia normal, mas estava bagunçado.
Quando Jason Chegou na rua a passos lentos, ele observou que há carros capotados, pessoas mort#s, um verdadeiro caos, e não há
corpos no chão. Durante os poucos segundos que ele está parado, a fumaça aos poucos aparece e começa a perseguir o rapaz. Jason anda para trás, se movimenta e corre em direção à lanchonete.
— Mas que merda!
Ele corre, entra na lanchonete, tenta trancar a porta, mas não adianta.
— MER#A, MER#A, MER#A!
A fumaça o envolve, e toda aquela raiva foi diminuindo ele respira fundo, se encontra muito cansado, a fumaça o atraiu, e com seus olhos fixos nela, de repente, tudo na lanchonete se torna um cenário totalmente novo, tudo bem arrumado. Agora há pessoas conversando nas mesas e garçonetes servindo-as. Jason se sente confuso e perdido. E na mesa à frente, uma moça muito bonita o chama pelo nome, ela é ruiva, e ele senta na mesa onde a mulher se encontra. Seu coração acelera, ele conhecia a moça.
— Você — Disse Ele
— Sim, sou eu.
— Como veio parar aqui, Rita?
— Vi que você e sua família vieram para cá, não queria deixar você sozinho com eles, tenho que ser amante com excelência, não é mesmo?!
— É você mesmo? E a fumaça que estava aqui? Você a viu?
— Fumaça? Que fumaça? — Ela diz tomando o copo de vinho, olhando diretamente nos olhos dele. O batom vermelho em sua boca e seus olhos cor de mel, faziam o coração de Jason ser tomado pelo desejo.
— A fumaça, Rita. A lanchonete na deveria está assim. Eu, estou confuso. É isso o que atraía as pessoas? — indagou, mas não falando com ela diretamente, apenas pensando alto.
— Elas vêem o que elas querem ver, Jason, você queria me ver.
— Não, não queria.
— Você me procurava porque sua esposa não satisfazia você. Eu sou a coisa linda que há dentro de você, garotão. É isso que a fumaça lhe revela? — Ela levanta o copo de vinho, com sorriso maléfico em seu rosto, e toma com um gole só. — Ah, que delícia de vinho, aproveite Jason
— Você não é real, não é real. — Jason está suando frio, tendo calafrios em seus corpo. Ele se levanta assustado, e o cenário torna a ficar sombrio de novo.
— Eu posso não ser real, mas a culpa é sua, Jason. — Ela dar uma risada, uma risada elegante e potente.
— Cala a boca!
— Sempre covarde...
— Você acabou com a minha vida.
— Eu acabei com a sua vida? Você que acabou com ela, não fiz nada, a escolha foi completamente sua.
— Para! Eu mudei, tá?Eu mudei.
— Coitado, se destruiu, não foi? Adult#rio, luxú#ia... Engraçado, Jason, com você estou trabalhando diferente; com os outros, mostrei o que eles queriam ver, mostrei o que eles desejavam, e eles foram atraídos por aquilo que os governavam. Mas você, hum, você... Estou sentindo uma diferença, sei o que tem dentro do seu coração. Está louco para me ver na cama, toda sua não é?!
— Cala a boca, cala a boca!
— Dói não dói?
— Eu me arrependo, eu nunca devia ter feito essas coisas, fazia porque...
porque... se eu pudesse trazê-la de volta...
— Maldito remorso… Isso não me convence. Cadê sua esposa, hein, Jason?
— A maldita fumaça ma#ou ela!
— Não, Jason, você que a matou.
— O que?
— Não lembra? Sua mente apagou as verdadeiras lembranças de sua memória? — A expressão de Rita é de um completo sarcasmo e diversão.
— Do que você está falando?
— O que segura em sua mão? — Aquela arma que ele jogou no chão quando estava na sala do hotel, apareceu de repente em suas mãos.
Um resquício de memória surge em sua mente e, ligeiramente, Jason se vê no quarto, as mãos e as roupas sujas de sangue, mas, logo após, ver a lanchonete novamente.
— O que foi isso? Que merda você fez? Ela estava comigo, aqui, na ilha!
— Certeza?
— O que vai fazer comigo? Para quê tanta enrolação? Se for para me mat#r no final me ma#a logo! Eu sei que sou um m#rda de homem, que trair a minha esposa… Pode me chamar de qualquer coisa, eu sei que sou, mas não um assassino. EU NÃO A MA#EI! — Jason se rasga em sua voz, em desespero e medo.
— Não é isso que eu vejo
— Chega disso...
— Por que? Por que eu disse a verdade, Jason? Eu conheço uma pessoa que no meu lugar o perdoaria, mas, eu não. Eu quero destruir, matar e acabar com você. — A voz de Rita ganha um eco sombrio, Jason dá uns passos para trás.
Jason, sem jeito, aponta a espingarda que apareceu em sua mão um minuto atrás e atira em Rita. A bala atravessa o corpo, mas não a machuca.
— Merda.
— Sei tudo sobre você.
— Você não sabe de nada.
— Você sabe quem é você então, Jason? Quem é você? — Jason fica calado, ele não consegue encontrar uma resposta para isso, porque está confuso e assustado..
— Ainda não acabou, ainda tem coisas para acontecer.
E ela desapareceu.
Ainda atordoado, ele lembra do que foi fazer ali e pega os lanches, ele saiu da lanchonete com vergonha de si mesmo, pelo o que aconteceu, no entanto, ao sair, é surpreendido por pessoas andando na rua. De repente, o lugar parecia normal. Jason paralisa, olha para tudo em sua volta, achando completamente estranho..
— Mas o que é isso? — Ele se pergunta.
As pessoas olham para ele na rua, estranhando o fato dele está segurando uma arma.
— Mas o que... — Diz ele consigo mesmo, olhando para todos os lados e vendo toda aquela ilha linda e bela.
Ele caminha lentamente pela rua. Não há nenhum carro capotado, e as pessoas não estavam com medo: está tudo normal.
— Mas que merda está acontecendo?
De repente, um homem misterioso aparece e fala com ele.
— Você está na ilha que viajou com a sua família tempos atrás, o grupo de pessoas que você viu no hotel são seus amigos, os quais que você perdeu ao longo de sua vida. Você envelheceu com culpa e falta de perdão Jason, e está sozinho.
— Mas o que? Quem é você? O que está falando?
— Siga o seu caminho.
— E essas pessoas? — A agonia na voz de Jason se instala.
— São pessoas que não se resolveram, elas continuam aqui, vivendo uma
ilusão. Elas acham que tudo está normal, mas não está. Se não solucionar os seus problemas, você acabará igual a elas. — O homem misterioso o encara, Jason se sente confuso.
— O que preciso fazer?
— Você verá...
— Que droga! O que eu vou ver?!
— Você verá, Jason. — A firmeza na voz do senhor fez Jason baixar o tom de sua voz na hora.
— Se eu me resolver, não vou salvar Paul e o grupo, não é? Eles ainda estão lá, esperando por comida. Droga! Por que não pegou o Richard ou o Paul, cacete?
— Você sabe o que deve ser feito — O senhor não responde suas perguntas, apenas aponta para uma casa. — É para lá que você deve ir.
Jason, mesmo um pouco inseguro, anda em direção a casa e abre a porta, ele fica espantado com o que vê. é a sua esposa está, no sofá, segurando um bebê.
— Olha, o papai chegou.
Jason fica confuso, ele sabe que nada é real, mesmo assim, sem hesitar, a primeira coisa que faz é ir correndo até ela.
— Joyce, me perdoa... — Lágrimas saem de seus olhos,
— Você entendeu, Jason? Pode parecer que nada disso faz sentido, mas lá fundo, eu sei que você enxergará a explicação. O que acontece aqui, é para mostrar que mesmo com a culpa do que você fez, há perdão. — A voz de Joyce é doce, angelical, suave. — Não importa o que as pessoas falem, sempre haverá perdão, não importa as circunstâncias. — A voz de Joyce é doce, angelical, suave.
— É a maneira de acabar com essa fumaça toda?
— Não, mas é a maneira de mudar você.
— Quem é você?
— Sua Joyce.
— O que faço agora?
— Arrependa-se, e se perdoe.
— E o grupo?
— Você os verá de novo, mas ainda não é tempo.
Jason fica de joelhos, em lágrimas, na frente de sua esposa que ainda está no sofá, segurando o seu bebê e sorrindo para ele, o rapaz olha para ela e sorri de volta. Ele fica de pé, e anda até a porta da casa.
— Há muita coisa que precisa saber, Jason, principalmente sobre você... — Disse o homem misterioso, que o esperava na porta. Jason olha para a Joyce mais uma vez.
— Esse bebê, é meu mesmo? — Pergunta Jason.
— Ela tinha o sonho de ser mãe. — Aquela resposta pesou mais ainda o coração do rapaz.
Jason sai da casa, e uma lembrança vem às claras: ele subindo as escadas após um dia de trabalho, completamente bêbado e irritado com a Joyce. Segurando uma a#ma, entrou no quarto, Joyce estava na cama com aparelhos que a faziam respirar. Ela estava muito doente e sofrendo muito, Jason não aguentava ver a sua esposa daquele jeito, então ele aponta a a#ma...e… At#ra…
Parado na rua, em lágrimas, aquela mulher ruiva caminha elegantemente em direção a ele, e o rapaz paralisado, repetindo consigo mesmo "eu não consigo me perdoar, eu não consigo me perdoar, eu não consigo me perdoar". A mulher se aproxima mais e o beija, e suga toda energia de Jason, porque ele não a impediu. Ele cai no chão completamente mo#to.
O cenário muda.
E tudo volta ao começo.
Jason e o grupo fugindo da fumaça.
Ele é o escolhido no sorteio para ir buscar suprimentos.
É confrontado pela mulher ruiva na lanchonete.
E morre no processo.
De novo, de novo
E
De novo.
Até ele quebrar o ciclo, até ele se perdoar.
...FIM...
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Yakult
Uau... kkkk rindo de nervoso... Porquê? Não sei.
2022-12-30
2
Yakult
Uau... Uau.. e UAU 😯..... Estava relutante em começar essa estória, mas agora só consigo dizer é pensar Uau...
2022-12-30
1
Eliz
Eu gosto quando isso acontece nas séries e filmes, precisam sair da zona de conforto e enfrentar o perigo pra o grupo poder sobreviver.
2022-12-14
1