O Homem das Baratas

Me desperto com o quarto piscando. Cores azuis de tons aleatórios passeiam por aqui. Minha cabeça tem alguma coisa grudada. Até que sinto com as mãos que é uma espécie de máquina.

– O que você ver? — Uma voz surgia numa caixa de som que está no teto.

– Quem é você?

– Responda minha pergunta — Seu tom é sério, eu me ajeito na cama, jogo os cabos que tem na cama por causa dessa coisa que está já minha cabeça.

– Vejo quarto, e há luzes azuis piscando aqui. Vejo uma porta marrom no meu lado. E só — Termino de responder esperando ele falar. Mas fica calado. E o silêncio permanece.

– Continua no quarto. Só faça algo quando eu mandar. — Ok, decidir obedecê-lo... Mas algo está errado... Aquela porta me chama, a curiosidade em abrir ela pra saber o que tem... Porém, não sei se é seguro...

– Abre a porta. — Imediatamente me levanto, com cuidado para não tropeçar nos fios. Abro a porta. E vejo uma rua a minha frente.

– Fique parado na rua. — Essa coisa tá me controlando demais. E essa coisa na minha cabeça está me irritando.

– Tire o capacete — Finalmente, parece que ele leu minha mente. Eu desconecto os cabos, e tiro o capacete da minha cabeça. Olho para ela, e bem no cantinho tá escrito "S.U.T" provavelmente a empresa que fabricou isso. Mas continuo com essa coisa ridícula na cabeça ainda.

A porta desaparece e me encontro sozinho na rua, cheio de árvores em volta e várias casas um ao lado da outra. A única coisa que ilumina ela, é um poste com uma luz. Ando devagar, confuso com o que está acontecendo, e fico bem na parte iluminada da rua. Olho para lâmpada. Moscas voando sobre ela. Folhas secas das árvores caindo devagar.

– Eu... Me lembro desse dia... — Uma sensação surgiu no meu coração. Conheço essa rua.

Escuto um barulho estranho. Olho para o chão, e uma barata passa por mim. Odeio esses bichos nojentos. E passa mais uma... Duas baratas?... Caminho mais um pouco na rua, agora lá na frente está tudo escuro. E o barulho fica ainda mais esquisito. E bem lá na frente vejo uma coisa se aproximando de mim. Fico parado observando. Ela se aproxima, fazendo aqueles sons de chiados. Mais baratas passam por mim, e a coisa ganha mais visibilidade ao se aproximar de mim. A minha respiração fica pesada.

Essa coisa caminha como se estivesse bêbado. Barulhos estranhas vem dele, observo com mais atenção, e vindo em minha direção, percebo que ele é coberto de baratas. Da cabeça aos pés, seus braços, todo o seu corpo. São cheios de baratas. Ele se aproxima ainda mais de mim fazendo aquele som mega irritante, um som como se estivesse sendo sufocado por algo. Não tenho outra escolha a não ser correr, correr e correr.

Entro numa casa aleatória. Tranco a porta. Ninguém em casa. Tudo escuro.

Móveis colocado cada um em seu lugar. Olho a janela. Aquela coisa sumiu. O que tá acontecendo? A televisão liga sozinha. Que susto...

– Olá, você quer por favor se sentar no sofá?

Eu?

– Sim você mesmo? — A televisão leu minha mente?!

Me sento no sofá, apreensivo por aquela coisa tá me seguindo.

– Fico tranquilo que não tem nada te seguindo — Um homem aparece na televisão, olhando para mim todo sorridente. Ele usa um terno rosa, branco e loiro, tem aparência de ter uns quarenta ou cinquenta anos.

– Você está aqui e se perguntando o que está acontecendo não é? Vou te fazer duas perguntas. O que é insanidade? O que é medo? Agora uma pergunta bônus: Medo e insanidade juntas, o que elas se tornam?

Fico sem respostas, e olho em volto desconfiado, mas tudo está escuro demais para enxergar.

– Você não sabe da resposta né? Gostaria de ver ela na prática? Imagine um homem, ele é bem sucedido, tem seu emprego, carro, dinheiro e família bonita, muito bonita. Mas ele perde tudo, sua família está prestes a perder a cabeça. Ai, ele sente medo, as coisas estão desmoronando. Ele ama sua família mais do que tudo dessa vida e o seu coração dói por ver eles assim... Até que ele tem uma idéia… — Escuto gritos vindo lá de cima. O homem da televisão fica parado me olhando, com sorriso leve em seu rosto. E os gritos são muito fortes, são de dor, agonia e choro...

– Anda, suba as escadas, e presencie o espetáculo. — A televisão se desliga sozinha, olho as escadas e subi devagar. Vejo uma barata na parede e fico em alerta, ela corre até o quarto onde está vindo gritos.

No pequeno corredor, tem três portas, uma lá no fundo ao lado de uma janela, e tem mais duas a frente, vejo baratas entrando debaixo da porta, o grito vem de lá. Tomo coragem e caminho até ela. Sem paciência, abro a porta com tudo. A figura coberta de baratas está com a faca esfaqueando uma moça na cama. Só consigo ver as costas do homem que está em cima dela, e o quarto está repleto daquelas coisas nojentas voando em volta dele. Mas vendo sofrimento daquela moça, eu fico parado, sem reação, não consigo me mexer e fazer alguma coisa. Ele está em cima dela dando várias facadas. A figura termina o seu serviço, e as baratas vão todas no corpo dele. Seu rosto fica a mostra. Ele vira o seu rosto... E a sua aparência é igual a minha... Baratas entram e saem de sua boca, e ele começa a rir.

Ele sai de cima dela, e fica parado no canto do quarto dando uma risadinha. Eu fico sem reação.

– Hi hi hi hi hi, hi hi hi hi hi, hi hi hi hi hi, hi hi hi, hi. — Ele continua rindo, e ergue a sua mão oferecendo sua faca, cheias de sangue. Algo me induz a pegar a faca, e inseguro, a pego. Nisso, minha cabeça começou a doer... Lembranças despertas... Automaticamente, algo começa a controlar o meu corpo, eu saio do quarto e entro no outro. Vejo duas crianças nesse quarto, uma abraçada com a outra se tremendo de medo em cima da cama. A figura cobertas de baratas que tem a mesma aparência que eu, passa por mim dando aquela risada.

– Hi hi hi hi hi, hi hi hi hi, hi hi hi hi, ha ha ha ha ha — Ele parte pra cima delas, e escuto gritos…. E mais gritos... Não consigo reagir... A figura coberta de baratas olha para mim, e as baratas começam a me envolver. Meu coração dispara, o medo explode minha cabeça, não consigo reagir...

*FIM DA DEMO DO JOGO*

— MEU DEUS QUE JOGO MARAVILHOSO!!! — Daniel, funcionário da SUT, está maravilhado com o jogo.

– Jogo de terror interessante, escolhemos um bom presidiário pra protagonizar esse game. Mas acho que temos que ir mais a fundo de sua mente. Trabalhar mais o roteiro, os cenários, os personagens, por enquanto essa é a demo do jogo, mas acho que escolhemos um ótimo protagonista. — Lara, empolgada e de boca aberta com que jogou agora, ela amou o game. Ela é outra funcionária da SUT.

– Esgotamos a mente do cara de tanto jogar. É bizarro, controlamos realmente toda mente dele ali. Vamos lançar a demo depois, ainda tem coisas a resolver...

Lara e Daniel, dois funcionários da grande empresa SUT, eles caminham para uma sala, e tem vários corpos adormecidos numa maca, todos corpos de presidiários, especialmente, são de estupradores, assassinos e traficante de drogas e humanos. Os dois caminham pela sala, e entra numa outra, e nessa, o protagonista do game está dentro da água, com vários cabos conectados em seu corpo.

– Foi esse aqui que escolhemos, foi uma boa escolha né. — Disse Daniel

– Sim, foi uma ótima escolha. Ele matou toda sua família, acho que, um fato assim daria um bom jogo de terror. — Ela responde de um jeito frio e distante olhando para o corpo.

...FIM...

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Comments

Wan Marte

Wan Marte

Mais um AP de Black Mirror kkkk eu amo essa série então lembro de todos episódios

2022-09-21

1

Wan Marte

Wan Marte

Será que aquele menino das marionetes é o manipulador no futuro?

2022-09-21

1

Wan Marte

Wan Marte

A mesma empresa lá do menino apaixonado pela amiga

2022-09-21

2

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