DIANA
"Eu vou ser demitida, vou ser demitida... preciso tanto desse emprego."
— Diana? Diana.
— Oi... sim Jaime.
Eu me encontrava dentro do carro, perdida em meus próprios pensamentos. Não notei Jaime a me chamar.
— Você chegou correndo e pálida como se tivesse visto um fantasma. Aconteceu alguma coisa?
Minha boca ficou seca apenas por lembrar do ocorrido. Não poderia ser indiscreta mesmo confiando em Jaime, não posso contar oque vi.
— Não aconteceu nada. Só fiquei tensa com a missão mas correu tudo bem.
Jaime me olhou pelo espelho do parabrisa e não comentou nada, ele sabia que eu estava mentindo.
— Ok
Eu suspirando pesadamente foquei minha atenção na paisagem e tentei não chorar de desespero. Meu emprego estava em jogo e realmente se o Sr King me demitir não teria para onde ir. Sem casa, sem emprego, sem perspectiva... O salário que eu recebo ali ajuda a pagar meu curso, e logo estarei preparada para realizar o vestibular e entrar em uma faculdade.
Não posso perder o emprego, quando eu ver de novo o patrão irei me desculpar, antes que ele fale que estou no olho da rua.
Não tenho ninguém na vida, minha família se foi assim dependo de mim mesma para seguir adiante. Não tenho moradia se ele me demitir de lá nem terei a onde morar... não posso dar brecha tenho que pedir perdão por ter o interrompido.
Uma lembrança vem a minha mente.
Eu quase caindo pelo susto que levei e o Dr Henrique me segurando em seus braços. Ainda sentindo o toque na minha cintura da enorme mão dele.
De repente um alarme soa na minha cabeça: Acorda, por favor acorda mulher, o advogato tem namorada, ou várias e pelo o que ouvi e vi, uma delas deve ser aquela linda ruiva, sem falar que você é uma pobre doméstica, não dá para competir, nem se você tivesse coragem.
Minha mente grita comigo, tento disfarçar, suspiro e volto minha atenção para a estrada.
HENRIQUE
EM LIGAÇÃO TELEFÔNICA.
— Esqueceu que tem uma namorada? Você chegou de viagem e eu fico sabendo pelos outros, nem para me ligar Henrique. Nem veio me ver.
Eu coloquei uma das mãos na cabeça e com movimentos circulares pressionando minhas têmporas na região lateral da testa, tentei tirar a dor latente. Falar com Patrícia me dava dores de cabeça.
Inalando o ar pelo nariz e soltando pela boca tentei acalmar meus nervos. E disse:
— Cheguei a pouco tempo Patrícia, nem vi meus pais e irmãos ainda. Do aeroporto fui direto para o tribunal, sabe que estava acompanhando um caso e cheguei a tempo para a audiência. E antes que pergunte sim venci. Satisfeita?
Patrícia ficou muda durante alguns segundos e depois já com a voz melosa falou para mim.
— Eu estava com saudades Henrique. Hoje a noite toda sua família vai estar reunida, e levarei meus pais também para o jantar... amor seria uma ótima oportunidade para firmamos um compromisso mais sério, num acha?
Lá vem Patrícia me pressionando para realizar um noivado, me sinto sufocado.
Eu bem sei que a culpa disso tudo é minha, mas não gosto de receber ordens e nem que fiquem me manipulando. Odeio isso!
— O jantar de hoje é de boas vindas Patrícia, não tem cabimento nenhum vincular uma coisa a outra. E eu já te falei que não necessita de pressa, nosso casamento irá acontecer algum dia.
Eu olhei pela janela e lembrei que mesmo que tente evitar, um dia terei que resolver esse assunto com Patrícia e pedi-la em casamento, pelo bem dos meus negócios. Não sou homem de acreditar no amor mas na lógica.
Sou um homem intelectual e viso oque é mais raciocínio racional do planejamento assertivo, e com Patrícia e sua família ao meu lado serei muito mais feliz nos negócios.
— Tudo bem Henrique. Mas é que aguardo ansiosamente para enfim ser sua esposa. Eu te amo.
Essa emoção débil de sentimentalismo me irrita profundamente. Não amo Patrícia e nunca amarei ninguém. Meus avós, meus pais, meus irmãos todos tem uma história linda mas eu ah! não sou de amar e sim de calcular probabilidades corretas.
— Patrícia fica tranquila que em breve iremos oficializar nossa união. Agora preciso trabalhar nos veremos a noite.
— Ok! Henrique até a noite meu amor.
— Até.
Encerro a ligação.
Fico admirando a vista pela janela e lembro oque aconteceu minutos atrás.
— Se tem medo de altura, não deveria se aproximar da janela. Está bem? Se machucou?
— E...eu nem sabia que tinha medo ... eh! Obrigado.
Os olhos dela, a boca entreaberta e seu corpo colado ao meu me levaram a loucura. Mas mesmo meu corpo pedindo para tocá-la desesperadamente, tenho que manter distância e esquecer Diana, tenho uma política rigorosa contra relacionamentos entre funcionários.
Isso evitará processos de assédio futuramente.
Mas nada me impede de imaginar, minha mente é livre.
Ainda sinto o toque da sua cintura, seu cheiro gostoso o olhar inocente. Pelo visto Diana deve ser de cinco a oito anos mais nova que eu, e isso é mais uma razão para mantê-la distante... mas agora que sei que ela trabalha em minha casa, será difícil ignorar.
Dou um passo em direção a minha mesa me sento e fico tentando reorganizar meus pensamentos.
— Diana... linda Diana.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Eli Silva Aquino
Abatido.... arri egua
2024-10-30
1
Vó Ném
Verdade foi muito bem abatido 😄😄😄😄😄😄😄😄😄
2024-10-28
1
Ana Geraldina
É parece que rolou uma química Henrique e aí?
2024-07-18
3