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DEPOIS DE TRÊS DIAS

O noivado seria realizado as oito horas da noite em um luxuoso restaurante cinco estrelas, Patrícia tinha organizado tudo para que a noite fosse inesquecível.

Já passa das seis da tarde e Henrique se encontrava em sua casa no escritório, a cabeça dele estava a mil.

Depois dos eventos passados, Diana e Henrique se evitaram de se ver.

HENRIQUE

— Fala sério. Errei os cálculos de novo! Que droga.

Meu humor estava péssimo, o trabalho que antes era minha maior satisfação e prazer, hoje não me trás alívio.

Diana!! não a vejo a dias, ela limpa quando não estou presente e me evita quando chego, um dia atrás escutei sua voz vindo da cozinha mas quando cheguei lá ela havia partido e só estava Maria.

Eu deveria ficar feliz por isso mas dentro de mim havia uma tristeza sufocante.

Hoje a casa esta silenciosa por conta do noivado dei o dia de folga para todos, queria ficar sozinho sem ninguém, apenas eu e meus pensamentos.

Já passam das sete horas não posso me atrasar para o noivado, me levantei e fui ao meu frigobar precisava de uma bebida e não achei meu néctar favorito, ah Maria quer me deixar na abstinência ao não abastecer aqui.

Tive uma ideia ir a cozinha.

Andei pelos corredores escuros, a escuridão me abraçando como minha companheira e pra falar a verdade de agora em diante é isso oque me espera. Solidão.

Vivendo essa circunstâncias eminente do noivado com Patrícia a situação me trás um gosto amargo. Quem diria que um noivado me traria tanta dor de cabeça;

Patrícia é minha namorada a um bom tempo, inicialmente era apenas diversão que depois veio a conveniência social e agora o compromisso.

Entrei na cozinha e tive uma visão.

Pensei estar sonhando.

A bela Diana.

A pouca luz no cômodo não apagou a sua beleza só realçou seu charme, a vi de costas e conforme ela se movia pela cozinha pude ver seu rosto de perfil. Concentrada ela não notou minha presença.

Diana. Como desejo tocá-la.

Ela caminha até o balcão e pega um pacote de pão coloca a fatia em um prato completando com queijo e cantarolando uma canção da a primeira mordida, ahh como desejei ser mordido por ela, inveja desse pão. Depois Diana pega uma xícara e coloca o chá quente dentro.

Antes que ela se vire eu já estou andando silenciosamente pela cozinha me pondo atrás dela.

— Esse e seu janta Diana?

Pega de surpresa a vi congelar no lugar.

Lentamente ela coloca a xícara no balcão e em seguida se vira para mim.

— Eu pensei que estava sozinha... Não queria fazer bagunça na cozinha e levar bronca então decidi preparar algo leve. Já estou de saída.

Antes que ela fugisse de mim eu perguntei.

— Não saiu para visitar familiares, amigos ou se divertir! Dei o dia de folga a todos.

Ela me olhou com uma expressão que eu não soube identificar, seus olhos ficaram lacrimejando, será tristeza? Mas porque?

Parecia que ela estava escolhendo as palavras com cuidado, a vi umedecer os lábios, que raios esse simples gesto me deixou louco de desejo.

— Eu-eu. É que, eu não tenho ninguém. Meus pais que eram minha única família morreram em um acidente de carro alguns meses atrás.

Vi os olhos dela ficarem mais úmidos, que merda Henrique você tocou em um assunto delicado.

— Eu sinto muito.

Tentei ser compreensivo. Ela mesmo em meio a tristeza fez questão de abrir um pequeno sorriso.

— Não se preocupe... apesar de tudo estou bem.

Sua força, sua capacidade de ver o lado bom em tudo me fez querer beija-la. Droga Henrique que pensamentos são esses?! A garota já sofreu demais na vida.

Abstraio do pensamento para me manter controlado e seus olhos encontram os meus e nos perdemos por alguns segundos.

Puta merda, ela agora é território proibido, Henrique.

Vejo uma lágrima persistente rolar de seu rosto.

Meu raciocínio lógico acaba, quando dou por mim estou levantando minha mão e enxugando sua lágrima. Meu toque fez ela fechar os olhos rendida, que merda! Tudo oque desejo e estar com Diana.

Dane-se!

Puxo-a em minha direção e com ela em minha posse, abraço Diana afagando seus cabelos.

Ela apenas suspira pesadamente como se estivesse exausta por se manter forte.

— Fica calma, estou aqui.

Diana é tão jovem e sem amparo, me sinto na obrigação de ajudá-la. Mas porque? Por que sinto a necessidade de protegê-la?

Ela me abraça forte, acomoda a cabeça em meu

ombro, sua respiração em meu pescoço me deixa arrepiado, acaricio seus cabelos para acalmá-la.

— Obrigado Sr. Henrique.

Sinto o corpo de Diana relaxar.

Tento me controlar mais uma vez, gosto de tê-la em meus braços. Ela vai se afastando aos poucos e sua respiração fica um pouco ofegante. Droga! Estou no meu limite.

— Diana.

— Sim?

Os olhos dela brilham.

CONDENADO, esta é a palavra que martela meus pensamentos, se eu estivesse em um tribunal e fosse o réu, essa seria a minha sentença.

Me aproximo melhor dela. Digo.

— Bela Diana.

Não consigo evitar! Vou beijá-la!

Diana mantém o olhar fixo em mim, eu me aproximo de seus lábios e então...

NO RESTAURANTE

Estavam todos os convidados reunidos aguardando o evento começar.

— Cadê Henrique?

Perguntou Molly a seu filho Lucas.

Ele sem saber o paradeiro do irmão apenas fez um gesto com as mãos que indicava não saber de nada, Lucas com o celular em mãos discou novamente o número de Henrique na décima tentativa de se comunicar com o irmão.

— Vai ver ele desistiu e fugiu.

Falou Sophia rindo da situação. Brian deu um olhar crítico repreendendo a filha.

— Oque pai?! Não venham me julgar por falar oque todos nós desejamos que acontecesse desde que eles anunciaram o noivado.

Falou Sophia levantando.

— Vai a onde Sophia?

Perguntou Molly.

E Sophia respondeu calmamente.

— Vou pegar uma bebida e algo para comer, meu irmão não vem e estou com sede e fome. Pra que esperar. Vem comigo Bella.

— Só se for agora.

Respondeu Bella.

As duas saíram e Molly olhou para Brian dizendo.

— A onde Henrique se meteu! Deixa todos plantados assim.