🎵 Trilha Sonora: Sleeping At Last — Turning Page "
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À medida que o carro avançava pela estrada estreita que levava à reserva, a ansiedade tomava conta de mim com mais intensidade do que eu imaginava ser possível. Casamento jamais esteve entre os meus sonhos — ao menos não da forma tradicional —, mas agora, a simples ideia de ficar longe de Trevor parecia absurda.
— Onde exatamente estamos indo? — perguntei, franzindo o cenho. — A cerimônia não seria na clareira?
— Trevor pediu para mudar o local. — Vitor sorriu, visivelmente satisfeito. — E tenho quase certeza de que você vai amar o que preparamos. Sua prima tem um talento natural para essas coisas.
— Vocês são inacreditáveis. — murmurei, com um nó doce na garganta. — Uma família que aprendi a amar como se fosse minha desde sempre.
— Assim vai acabar me fazendo chorar, Sophie. — ele riu, desviando o olhar para disfarçar a emoção.
Conforme o carro contornava a trilha até o lago, tive uma prévia do cenário à frente — e mal consegui conter o impacto. Um dosel frondoso, entrelaçado por uma cascata de flores frescas, havia sido erguido à beira da água. Luminárias pendiam dos galhos mais baixos das árvores, espalhando pequenos pontos de luz dourada. Com o fim da primavera, pétalas caiam lentamente, como se a própria natureza tivesse sido convidada a abençoar aquele momento.
A emoção me atingiu de forma silenciosa, e as lágrimas vieram antes que eu pudesse impedi-las.
— Trevor não cansa de me surpreender… — murmurei, enxugando o rosto com delicadeza, tentando não estragar a maquiagem.
— O que o amor não faz com um lobo durão como ele, não é? — Vitor disse, abrindo um sorriso cúmplice.
Ele estacionou próximo à entrada do bosque onde o cenário encantado se revelava por completo. Quando desci do carro, fui imediatamente recebida por minha mãe, que se aproximou com os olhos marejados e um sorriso que transbordava alegria.
— Filha… — sua voz falhou pela emoção — você é a noiva mais linda que já vi.
— E você, a mãe mais linda que alguém poderia desejar. — respondi, deixando que ela beijasse minha testa.
— Está pronta?
Concordei com um aceno silencioso, tomando o braço dela com ternura. Respirei fundo, tentando acalmar as borboletas que dançavam ferozmente dentro do meu estômago. Era chegada a hora. E por mais contraditório que parecesse, em meio a tanto caos, eu me sentia em paz.
A melodia suave começava a ecoar entre as árvores quando meus olhos captaram discretamente Dominic cochichando algo para Dilan e Sam na fileira dos padrinhos.
— É claro que é por causa da gravidez... — ele murmurou, como se segurar o julgamento fosse impossível.
Sam revirou os olhos, e Dilan cruzou os braços com uma expressão de “não começa com isso aqui”.
Durante meses eu me importaria com esse tipo de comentário. Mas agora? Não mais. Eu estava tão além das opiniões dos outros que aquilo sequer arranhava meu foco.
A única coisa que ecoava dentro de mim, repetidamente, era: “não caia, Sophie.”
Respirei fundo.
Escolhi Brooke e Raley como minhas damas de honra, e vê-las entrarem graciosamente pelo corredor decorado foi como uma deixa divina. Um sinal de que era a minha vez.
Apertei o braço da minha mãe com delicadeza, buscando nela o equilíbrio que meu coração ainda hesitava em encontrar.
— Vai dar tudo certo, querida — ela disse baixinho, com aquele olhar que me sustentava desde a infância.
— Ok, mãe... — respondi, tentando sorrir.
Cada passo era um acordo silencioso com a coragem. Meus pés, quase sempre traidores, agora tocavam o chão com cuidado cerimonial. Só ergui o olhar quando senti a relva firme sob mim.
Sussurros pairavam entre os convidados, e embora tentassem ser discretos, seus olhares pesavam sobre mim como folhas carregadas de expectativa.
Ao entrar no tapete coberto por rosas brancas, meus olhos o procuraram como um farol em meio à maré.
Por um instante, desviei a atenção para a beleza singular daquele lugar. As pétalas que caíam suavemente das árvores criavam uma chuva perfumada e poética, como se a natureza estivesse abençoando o momento. As cadeiras adornadas com jasmim e ramos emolduravam o cenário com simplicidade elegante.
O sangue aqueceu meu rosto ao perceber quantos olhares estavam cravados em mim.
A música seguia lenta, e o ritmo era quase torturante. Minhas mãos trêmulas tentavam manter a compostura, enquanto os joelhos ameaçavam vacilar sob o peso de tanta euforia.
E então, o vi.
Trevor.
Parado sob o arco de flores, de terno azul escuro, com aquele jeito de quem tentava disfarçar o caos interno.
Meu coração não resistiu ao sorriso que se formou. Era impossível contê-lo. Meus olhos se fixaram nos dele, e a partir daquele instante, o mundo desapareceu.
Não havia mais ninguém — nem Luara ao seu lado, nem os padrinhos perfilados com perfeição simbólica — apenas nós dois.
Ele olhava para o chão, perdido em pensamentos, mas quando seus olhos finalmente encontraram os meus, algo mudou. A ansiedade que o consumia deu lugar a algo mais profundo, mais sereno.
Meu corpo inteiro implorava para correr até ele, me lançar em seus braços, silenciar o tempo com um beijo. Mas a música, agora ainda mais lenta do que lembrava, ditava o ritmo daquele último caminho.
E então, eu cheguei.
Trevor estendeu a mão, sorrindo com aquela expressão que parecia dizer "obrigado por vir".
Minha mãe me olhou com orgulho, depois se aproximou e beijou minha testa, como se entregasse a parte mais valiosa de si ao homem que agora cuidaria de mim.
Nossos votos não foram ensaiados, tampouco extraordinários. Dizemos as mesmas palavras que tantos outros disseram antes, mas com a diferença de que cada sílaba carregava uma promessa real.
“Até que a morte nos separe” não fazia sentido para nós. A morte jamais conseguiria romper o que havia entre mim e Trevor.
Foi ali, entre flores e lágrimas, que compreendi: eu nunca deveria ter temido este momento.
Porque estar com ele... era tudo o que meu coração desejava para a eternidade.
Só percebi que as lágrimas escorriam por meu rosto quando, finalmente, dissemos o tão aguardado “sim”.
— Sim — murmurei com a voz embargada. Mal conseguia respirar.
— Sim — respondeu ele com firmeza e paixão, o sorriso doce iluminando seu rosto.
Não havia sequer vestígio de dúvida em sua voz — apenas certeza.
Quando seus lábios tocaram os meus, o beijo foi suave, mas meu corpo não soube esperar. Enlacei seu pescoço com os braços, entregando-me inteira àquele momento. Eu não queria que aquele beijo tivesse fim.
Risos e aplausos explodiram entre os convidados, seguidos por alguns pigarros desconfortáveis — talvez pela duração um pouco mais longa do beijo.
Ao me afastar, contra minha vontade, ele sorriu.
— Eu te amo… — sussurrou.
— Eu também te amo… com tudo que sou.
A cerimônia deu lugar à recepção, encerrando-se no exato instante em que o sol beijava a linha do horizonte, tingindo o lago com tons dourados e rubros.
A luz morna do entardecer banhava as árvores e realçava cada detalhe da decoração. As pessoas se espalhavam ao redor do lago, onde mesas elegantemente postas acolhiam os convidados.
Agora era o momento dos abraços, das palavras doces e dos votos de felicidade.
Minha mãe foi a primeira a me alcançar, com os olhos marejados e o coração transbordando amor. Em seguida, Aysha me envolveu num abraço caloroso, silenciosamente me acolhendo à sua família.
Estavam todos ali — tanto a tribo do Sul quanto a do Norte. Maya também havia comparecido. Seu semblante, embora entristecido, carregava certa serenidade. Ela sorria com gentileza.
— Sophie… desejo a você e a Trevor toda felicidade do mundo — disse ela, um tanto tímida. — Imagino que não goste de mim por tudo que aconteceu, mas… espero que não sejamos inimigas por isso.
— Nada de ressentimentos, Maya — sorri, sincera. — Você é muito bem-vinda aqui… ou em nossa casa. O que passou, passou. Precisamos seguir em frente.
Ela me olhou surpresa, quase com incredulidade.
— Agora entendo porque Trevor a ama… você é diferente.
Foi então que senti a presença dele. A voz de Azrael ecoou sutilmente em minha mente como um sussurro de vento:
“Sophie, quero falar com você. Me encontre perto do arco de flores.”
— Agradeço por ter vindo, Maya — me despedi, com delicadeza. — Espero que se divirta. Preciso resolver algo agora, com licença.
— Obrigada, Sophie.
Segui até o arco de flores, onde Azrael já me aguardava. Vestia um terno preto impecável, que contrastava com a beleza sobrenatural de suas feições.
— Você está deslumbrante nesse vestido… por pouco meus olhos não saltaram do peito — disse com um sorriso malicioso, mas contido.
— Imaginei que não viria, Azrael.
— Como eu poderia perder um momento tão especial? — respondeu, se aproximando. — Ver você assim… é mais difícil do que imaginei. Mas não quis disputar sua atenção no meio da multidão. Queria esses minutos só pra mim.
— Você os tem agora. Mas por favor… sem tristeza.
Ele tocou meu rosto com carinho, seu olhar ardendo de sentimentos não ditos.
— Ver você assim me deixa extasiado. Se eu pudesse, te levaria agora mesmo… pra bem longe daqui.
— Não diga bobagens, Azrael…
— Eu queria você pra mim, Sophie. Quis com tudo que sou. Mas não forçaria algo que seu coração não deseja. Eu entendo que perdi. Só… não me peça para desaparecer.
— Nunca pediria isso. Você é importante pra mim. Sempre será.
— Trevor é um homem de sorte… Desejo que seu matrimônio seja abençoado.
— E eu sou grata por você respeitar isso. E agradeço as solicitações de bençãos . Mas agora, preciso voltar.
— Nos veremos depois. — Ele beijou minha mão e, em um movimento elegante, abriu suas asas e sumiu pelo céu cor de âmbar.
Retornei à recepção. Sentei-me na mesa principal onde Trevor me aguardava. Ele me beijou assim que me aproximei.
— Onde estava, querida?
— Conversando com alguns amigos. — sorri.
A recepção seguiu animada, com familiares e amigos nos homenageando com palavras afetuosas. Dançamos com alguns convidados e, por fim, dançamos apenas nós dois, colados, em silêncio, nos admirando.
— Já te disse que é a mulher mais linda que já vi?
— Não, não disse.
— Pois hoje, Sophie, você me fez o homem mais feliz do mundo. Nunca imaginei me sentir tão realizado.
Eu o beijei novamente, tomada pela plenitude daquele instante.
Victoria surgiu logo depois, interrompendo nosso momento com sua clássica impaciência.
— Vocês já viram as horas? Vão perder o voo!
— Nos deixe, Victoria… — murmurei antes de selar mais um beijo em Trevor.
— Não me faça te arrastar até a tenda, Sophie. Não comprei aquele vestido magnífico para você não usá-lo.
— Ok… estou indo. — sorri, suspirando ao me afastar dos lábios de meu marido. — Já volto, meu amor.
— Não demore, Senhora Belmont.
Victoria me puxou pelo braço até a tenda montada atrás das árvores.
— Você é mesmo insuportável, sabia? — resmungou, enquanto começava a tirar os grampos do meu véu.
— Me desculpa…
— Só quero que tudo saia perfeito.
— Está tudo impecável. Você fez um trabalho maravilhoso. Obrigada, Victoria.
Ela sorriu satisfeita enquanto me ajudava a tirar o vestido.
— Que bom que gostou. Me esforcei ao máximo para deixar tudo com a sua cara. Claro… ser vampira ajudou. Se eu fosse humana, jamais teria terminado tudo a tempo.
— Você seria incrível em qualquer condição — murmurei com sinceridade, observando enquanto ela ajeitava o último detalhe do meu vestido.
Aurora fechou o zíper com um gesto suave e experiente, recuando um passo para me observar melhor. Seus olhos brilharam com aprovação.
— Está pronta — disse, com um leve sorriso.
Virei para o espelho e absorvi meu reflexo em silêncio. O vestido pós-cerimônia era uma versão mais leve e delicada do que usei no altar: esvoaçante, feito de tule acetinado com leve brilho, caía como névoa sobre meu corpo. O decote em V era sutil, com alças finas e detalhes em renda marfim bordada com minúsculas pérolas que refletiam a luz com discrição. A saia fluía ao redor das minhas pernas com leveza, como se cada passo meu fosse seguido por uma brisa.
O vestido era bonito, mas discreto. Elegante sem esforço. E ainda assim, não era ele que me fazia sentir especial. Era a promessa que eu carregava agora no peito — a de que aquele homem, que logo seguraria minha mão, era meu.
— Você sabe pra onde o Trevor vai me levar? — perguntei, tentando arrancar alguma pista enquanto ajeitava um cacho rebelde.
Aurora cruzou os braços, divertida.
— Sei, mas não vou contar.
Revirei os olhos e fiz um leve bico fingido, que arrancou um riso abafado dela.
Descemos em direção à recepção onde as pessoas já se reuniam para a despedida. As luzes suaves criavam um clima de aconchego, e a brisa da noite agitava sutilmente os enfeites florais que ainda adornavam o espaço.
Minha mãe me envolveu nos braços com força, demorando um pouco mais do que o usual antes de soltar.
— Querida, me liga assim que estiverem chegando. Quero saber de cada detalhe.
— Pode deixar, mãe — sorri, apertando-a de volta —. Se cuida enquanto eu estiver fora.
Ela afastou-se só o suficiente para tocar meu rosto com as duas mãos, seus olhos brilhando com emoção.
— Eu é que devia dizer isso pra você, meu amor.
Nesse instante, senti o calor de Trevor ao meu lado. Ele passou o braço pela minha cintura, com aquela segurança tranquila que me fazia sentir em casa em qualquer lugar.
— Eu cuidarei muito bem da sua filha, sogra — disse ele, num tom firme, mas gentil.
Minha mãe o beijou na bochecha com um carinho maternal.
— Não tenho dúvidas, querido.
E naquele instante, cercada por amor e promessas silenciosas, percebi que o futuro não me assustava mais. Não enquanto ele estivesse ao meu lado.
# Meus amores não deixe de dar seu like e deixar seu comentário. Uma ótima leitura e beijos no coração 💋❤️
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Atualizado até capítulo 85
Comments
Elloá Vitória Assis Araújo
Eu imaginei um grande termo azul bem escuro, aí aí são tão fofo
2023-11-25
0
Silvia Araújo
tá tudo perfeito ,da um medo
2022-11-09
2
Vânia Bocaazul
foi tudo perfeitooooooooo
2022-04-14
1