A Maldição das Lunas Rejeitadas

A Maldição das Lunas Rejeitadas

Capítulo 1. Consequências

Em uma área nobre da capital do estado, a cidade de maior poder aquisitivo do país, a mansão da família Nóbrega estava toda iluminada. Um baile de comemoração estava sendo realizado.

        Cássia, com 18 anos, observava o salão ricamente ornamentado, oculta atrás de uma cortina no mezanino. Não tinha autorização para participar, era tratada como a filha bastarda do Alfa, sendo que todos sabiam que sua espécie só podia procriar com o companheiro destinado.

        A orquestra se preparava para tocar em um palco no fundo do salão e à volta dele, estavam arrumadas mesas com cadeiras para os convidados que começavam a chegar.

        Na mesa principal estavam sentados o Alfa, com sua Luna escolhida a sua direita e distante duas cadeiras, estava sua companheira destinada, a mãe de Cássia, que era mantida como concubina só para procriação.

        Depois que os humanos invadiram as florestas, desbastando-a, tirando as terras e a liberdade dos lobisomens, eles fizeram o inverso e se misturaram com os humanos em suas cidades, adotando vários hábitos nocivos, como o desprezo pelas tradições e o desrespeito por suas legítimas companheiras, o que valia só para os machos.

        Sendo assim, o Alfa Lucius Nóbrega, rejeitou sua companheira para assumir a fêmea que julgava amar, mas manteve a rejeitada próxima a si. Foi quando Cássia nasceu, gêmea com seu irmão, o primogênito do Alfa, Gaio e por ser fêmea, foi desprezada pelo pai.

        Olhando as fêmeas bem vestidas e brilhando com tantas jóias, invejou, pois não tinha sequer roupas decentes para o dia a dia, muito menos para um vestido de gala. Ficou horas entretida e não percebeu que era observada e quando deixou o lugar e se refugiou em seu quarto no porão, foi atacada, abusada e marcada.

        Deixada desacordada, quando despertou e tomou consciência do que aconteceu, não sabia o que fazer, não tinha como acusar o agressor sem saber quem era, pois foi pega totalmente desprevenida e por trás.

        Lavou-se e engoliu sua humilhação, mantendo sua rotina de trabalho na casa, até descobrir que estava grávida e não conseguiu esconder, porque todos podiam sentir seu cheiro misturado com o do bebê.

        — Como você ousou ficar grávida? — rosnou, a Luna, dando-lhe um tapa na cara.

        — Eu fui abusa…— tentou falar, mas foi interrompida por outro tapa.

        Sua mãe tentou defendê-la, mas apanhou também e no final, Cássia foi expulsa da casa.

        — Saia desta casa e só volte quando se livrar dessa coisa ou pedirei ao Alfa que acabe com as duas. — ordenou a Luna, com inveja da enteada que engravidou sem ter um companheiro, enquanto ela, não podia conceber de seu Alfa.

        Não falou nada, mas percebeu nela o cheiro do macho que gerou o filhote, era sútil, mas conhecia bem aquele odor, pois esteve bem próxima a ele, mas devido a importância do macho, achou melhor guardar a informação para si.

        Se contasse, daria um escape a Cássia e podia prejudicar a si e ao Alfa e não queria perder sua posição de Luna e nem deixar de humilhar a verdadeira companheira com sua filha bastarda. Ainda tinha Gaio, que a tratava como mãe, sem saber que a concubina lhe deu à luz e tinha uma irmã gêmea.

        A mãe de Cássia arrumou uma bolsa com roupas, algum alimento e dinheiro e disse à filha onde poderia encontrar abrigo. 

        Cássia encontrou a cabana abandonada na floresta e foi lá que permaneceu até a filhota nascer. Sua mãe a visitava quando podia, suprindo-a com alimentos e gêneros de primeira necessidade.

        Quando a hora do parto chegou, ela tentou não gritar, mas seus gemidos agitaram os animais da floresta, que se alvoroçaram em uma algazarra. Ela xingava e prometia voltar e se vingar, pois todo seu sofrimento não era justo, sendo ela a filha do Alfa.

         A filhote nasceu com um choro fraco, cansada do parto. Cássia a levou até o rio, lavou a si e a filhota, vestiu seu vestido sujo e esfarrapado, enrolou a bebê em um trapo e depois de percorrer uma grande distância, largou-a e voltou para a casa do Alfa.

        Não entrou pela porta principal, mas por um alçapão que levava ao porão, onde era o seu quarto. Encontrou-o muito diferente, com caixas e malas, fizeram-no de depósito. O bom disso era que continham as roupas dispensadas pela Luna.

        — Finalmente vou vestir uma roupa decente.

        Apesar disso, não vestiu roupas extravagantes, mas a mais discreta que encontrou para se manter oculta e fazer o que veio fazer, cumprir sua promessa de vingança. Aproveitou que o dia estava amanhecendo, deitou e dormiu o dia inteiro, deixando o poder da loba, curá-la do parto.

        Quando acordou no meio da noite, percebeu que a casa estava em silêncio e foi até a despensa da cozinha, pegou o que precisava para executar seu plano, foi à cozinha e preparou tudo, deixando encaminhado para o dia seguinte. Arrumou tudo o que usou, fez um farnel com alimentação para si, voltou ao porão, fez uma trouxa com as roupas e voltou  à cabana.

        No dia seguinte, após o café da manhã, ouviu-se os gritos e uivos.

        — O Alfa e a Luna estão mortos! — avisou a governanta, ao Beta.

        — Como? 

        — Parece veneno…

        — Chamou o médico?

        — Sim, foi ele que atestou a morte dos dois. — A serva não era outra se não a mãe de Cássia e torcia uma mão na outra, com medo de que a acusassem.

        — Gaio está bem?

        — Tomou o café e saiu para o treino.

        Neste instante, o Beta recebeu a informação, pelo canal da Alcateia, de que Gaio foi encontrado morto entre a mansão e a academia de treino.

        — Parece que o veneno estava na comida de Gaio, também. Ele foi encontrado morto.

        A verdadeira companheira do Alfa e mãe do herdeiro, caiu de joelhos soltando um uivo de dor, não aguentando a perda que representava o cúmulo de seu sofrimento, depois de ser roubada de todos os seus direitos.

        — Acalme-se, temos muito o que fazer, vou comunicar ao Supremo. Vamos investigar, fique atenta e não se mostre muito, mesmo não sendo a Luna, você é a companheira legítima, surgirão muitas conjecturas, é melhor você não estar à vista.

        — Então , o senhor sabia…

        — Não havia segredos entre nós, mas agora não importa, é melhor você se recompor.

        — Obrigada, Beta.

       Assim começou a queda da Alcateia dos Nóbrega e Cássia fugiu, percorrendo um grande percurso, afastando-se o máximo possível daquela Alcateia que nunca a recebeu com dignidade.

        O Beta do Supremo Alfa, Norman Weidman que, também era um Alfa poderoso e sempre representava o Supremo nos eventos, foi averiguar o ocorrido com o casal Nóbrega e ao chegar, pediu para falar com a governanta e a mãe de Cássia foi chamada.

        A surpresa dela foi ao ser questionada sobre a jovem que dormia no porão.

        — Por que o senhor quer saber dela?

        — Por que ela é minha companheira. Estive com ela, a fiz minha, mas precisei sair com urgência e deixei meu lenço com o brasão para que soubesse de onde eu sou. 

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Comments

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

boa noite amada estou aqui para fazer parte de mais uma obra sua vamos em rumo ao sucesso com esse novo livro👏👏👏🥰

2025-10-12

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Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

você é um c****** como deixa sua companheira desacordada e desamparada dessa forma porque não retornou para cuidar dela era só o que me faltava quando você encontrar ela espero que ela quebre o vínculo de companheiros para você aprender a não a cometer esses tipos de erros

2025-10-12

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Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

mas é claro que não né vocês que estão desprezando as suas companheiras vão se arrepender no futuro quando elas,se revoltarem contra todos vocês alfas, que lançam, o desprezo contra elas pois como diz o ditado tudo que vai volta kkkk

2025-10-12

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