Capítulo 2. Nascimento e Mortes

Os olhos da mãe ficaram vermelhos  e cobriu a boca com a mão, tentando conter os soluços de lamento. Sua pobre filha foi humilhada e expulsa, quando tinha alguém tão importante que a podia proteger.

        — Senhor, que pena que só chegou agora… — contou a ele o que aconteceu e como eram tratadas pelo Alfa e sua Luna.

        Após ouvir com atenção, ele ficou furioso e se o casal de Alfas não estivesse morto, teria os matado. Começou naquele momento, a maior caçada de sua vida, na tentativa de encontrar sua companheira e sua filhota.

        A filhota, no caso, foi encontrada, graças ao seu choro contínuo e estridente,  por um casal que estava de férias em um camping próximo. Causou um burburinho no local, a polícia foi chamada e a bebê levada ao hospital da cidade mais próxima.

Depois de tratada, a bebê foi enviada para um abrigo e registrada com o nome de Catarina Duprée. O abrigo era uma casa cuidada por um casal e haviam outras 12 crianças vivendo lá. 

Como bebê, recebeu os cuidados necessários, mas não o carinho de uma mãe. A medida que crescia, era judiada pelas crianças mais velhas que eram obrigadas a cuidar dela e a beliscavam, fazendo-a chorar.

Aos três anos, aprendeu a se esconder, mas a suposta mãe substituta a ensinou a lavar a louça e conforme crescia, foi assumindo tarefas como varrer a casa e tirar o pó.

Devido a fiscalização do governo, todas as crianças frequentavam a escola e o buling que sofria em casa, passou a sofrer também na escola. Chegou a ser trancada dentro do armário e quando não chegou em casa com os irmãos, as consequências foram piores.

Catarina levou a pior surra de sua vida e teve o braço quebrado, enquanto seus irmãos foram obrigados a vigiá-la e protegê-la na escola, mas torturavam-na em casa. A maioria do trabalho que tinham como obrigação para fazer, passavam para ela e se ela reclamasse, apanhava com um cabo de vassoura.

Estava sempre com manchas roxas pelo corpo, mas sua parte lupina a curava rapidamente e sua resiliência chamou a atenção da  mãe, que começou a explorar seu potencial. 

A partir dos oito anos, dividia seu dia entre a escola e a faxina em casas de madames. Todo dinheiro que ganhava ia para a mãe, que não vigiava como ela era tratada e por isso, acabava passando fome e apanhando indevidamente. 

— Garota estúpida, não viu que este piso arranha? Precisa andar descalça e usar a flanela especial para limpar.

— Desculpa, senhora, eu não sabia.

Shulep

A bofetada foi tão forte que virou o rosto dela e a derrubou. Seu quadril bateu forte no chão e a dor a fez urrar. O som estranho que emitiu, fez a madame arregalar os olhos e temer a criatura que ela não sabia existir dentro de Catarina.

— Quem é você? Acaso é um monstro? Vá embora agora mesmo e não volte mais a esta casa. 

— Não sou um monstro, senhora. Por favor, não me mande embora, minha mãe não vai gostar. 

O que Catarina queria dizer é que levaria uma surra, pois toda vez que sua mãe não gostava de algo, ela sofria com pancadas terríveis. Mas não adiantou, a madame a mandou embora e quando ela chegou em casa, não só levou uma surra por não levar o pagamento, como foi trancada no quartinho de dispensa. 

Catarina passou a ter medo do escuro, pois um dos seus irmãos mais velhos, cada vez que ela tomava uma surra, ele corria a se esconder no quarto de despensa para esperar ela chegar e quando ela entrava ele a maltratava com implicâncias, beliscões e puxões de cabelo. 

Aos 12 anos, esse mesmo irmão, tentou a violentar, mas algo estranho aconteceu com ela, uma força desconhecida surgiu e ela nocauteou o garoto, que só acordou quando a porta abriu e a mãe o viu jogado no chão.

— O que houve aqui?

— Não sei, mãe. Ele já estava aqui, quando entrei.

— Que estranho, por que ele estaria aqui? — sacudiu o menino — Acorda Nick!

O tal Nick acordou e olhou espantado para a mãe, depois encarou, com medo, a garota a quem gostava de atormentar. 

— Me salva, mãe, me salva, ela é um monstro!

Para sorte de Catarina, a mãe não acreditou. Olhando para a menina franzida, jamais acreditaria que ela nocauteou Nike, que era um adolescente alto e forte.

— Vá se lavar para o jantar e não se iluda, sei porquê você estava aqui e vou ficar de olho em você. Se aprontar mais alguma coisa, te mando embora.

— Não, mãe, a culpa é dela, ela me bateu!

— Mesmo que ela tivesse forças para te bater, você não devia estar aqui. O que você queria fazer com ela, heim?

— Ele queria me fazer mal…— Ousou dizer, Catarina.

A mãe sabia bem as intenções do adolescente. Já tinha notado os olhares de cobiça que lançava nas meninas, mas não podia perder o auxílio financeiro que recebia do governo por cada criança.

— Vão se lavar, os dois, e desçam para jantar.

Catarina não esperou, correu para tomar banho, fugindo da fúria do Niki que, com certeza, retaliaria. Depois desse dia, ele manteve distância dela, quando estavam na presença dos outros e ela fugia, sempre que ficavam a sós.

A mãe percebeu que as notas de Catarina, na escola, eram muito boas, principalmente matemática e cálculos, então deu uma nova função a ela, cuidar das contas. Aos poucos, toda a organização do escritório ficou por conta dela e a mãe nem desconfiava de que Catarina foi descobrindo todas as irregularidades do casal.

Quando estava para fazer 18 anos, uma nova criança chegou a casa. Tinha dois anos e era muito tímida, sendo judiada pelas outras crianças, como ela foi. Porém, a pequena confiava e gostava de Catarina e passava o tempo todo atrás dela.

Foi quando a mãe chamou-a ao escritório para fazer-lhe uma proposta.

— Sente-se Cat.

— Quer que eu faça algum serviço específico, mãe?

— Não, quero falar de sua saída. Você já percebeu que Táli veio para ocupar o seu lugar, mas o serviço que você faz aqui é muito bem feito e me economiza um tempo valioso.

Catarina sabia ao que a mãe se referia: sabia guardar segredo e poupava o trabalho que a mãe não gostava de fazer.

— Quer que eu fique?

— Sim. Você terá casa e comida e um valor semanal para cobrir suas necessidades pessoais.

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Comments

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

é nik você tem mesmo que ficar com medo da Catarina kkk pois ninguém mandou você ser violento com ela agora aguente as consequências dos seus atos contra uma inocente kkk e tem mais já pensou se você consegue violentar a Catarina sexualmente quando a sua mãe entrasse no quartinho da dispensa o que ela não faria com a Catarina é mas você não pensou nisso né para você tanto faz tanto fez o importante é humilhar e agredir uma inocente não é mesmo nik

2025-10-12

3

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

coitada foi abandonada pela mãe biológica levada para um abrigo agora é maltratada quando se tornar maior de idade espero que ela consiga ser feliz pois ninguém merece esse destino terrível de tantas tristezas e desafios tão torturantes como esses

2025-10-12

2

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

a lei do retorno tá aí para todos viu nik, não pense que você estará livre dela porque você não vai estar livre da lei do retorno pode ter certeza disso

2025-10-12

2

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