Capítulo 5. A Loba

Catarina arregalou os olhos, procurando a pessoa que falava com ela e pensou:

            “ Quem é? Quem está falando? " 

            Ouviu uma risada e percebeu que não vinha de fora, mas estava dentro de sua cabeça.

            “ Sou eu, sua loba, bobinha. Meu nome é Cali, mas agora é melhor eu seguir o lobo ou estaremos enrascadas.”

            Cali foi até o lobo, cheirou-o e assim que se levantou e chamou com um gesto de cabeça, ela o seguiu. Chegaram a cabana, ele voltou a forma humana, nu como veio ao mundo e sem um pingo de vergonha, pois sua raça estava acostumada com a nudez.

            — Para voltar à forma humana, você só precisa desejar ser como é, pense no seu corpo como humana e voltará. — instruiu Pablo.

            Ele abriu a porta  imaginando que ela ficaria envergonhada por estar nua e facilitou para ela entrar rapidamente. Foi o que aconteceu e depois que ela fechou a porta pelo lado de dentro da cabana, ele ouviu ela agradecer.

            — Obrigada… por tudo. Boa noite.

            Pablo sorriu, contente por ter ajudado e presenciado a transformação linda da fêmea que não podia cobiçar, pois ficou claro para ele, que ela tinha um companheiro muito especial esperando por ela.

            Ele deixou seu lobo sair novamente e seguiu em direção aos lobos que ainda corriam, Na tentativa de alcançar seu alfa e comunicar-lhe sobre a invasão da fêmea com seu filhote. Mas quando aproximou-se da maior concentração dos lobos, percebeu que estavam em processo de acasalamento e não identificou o jovem alfa. 

            “ Acho melhor falarmos com ele, amanhã.” Disse Pablo, mentalmente, ao seu lobo, Paul.

            " Você tem certeza de que quer contar a ele sobre a fêmea? Nosso Alfa não pensa como nós, foi criado cheio de mimos e sem orientação sobre comportamento moral com as fêmeas.” — disse Paul.

            " Você tem razão. Sentiu o cheiro? É ele, acasalando com aquela fêmea vadia.” Falou Pablo, identificando o Alfa em um local mais afastado dos outros lobos. 

            Paul deu meia volta e voltou pelo caminho em que tinha vindo, foi para sua cabana que ficava próximo à cabana de Catarina. Voltando à forma humana, tomou um banho rápido e deitou-se para dormir. 

             — Quando raiar o dia, vou na cabana conversar com a fêmea, ela precisa saber onde está e que esse lugar tem dono.

            Catarina ficou durante um bom tempo meditando no que aconteceu e não chegou a nenhuma conclusão, até que resolveu deitar-se junto com Tale e dormiu o restante da noite. Talvez conseguisse falar com o lobo que ajudou para se informar melhor sobre o lugar e tentar encontrar um emprego. 

            Zandro estava envolvido com Lorena, que usou certas artimanhas para o excitar e acasalar. Ela só não esperava que ele fosse tão bruto e vigoroso. Nos primeiros instantes, ele a conduziu a um crescente de prazer com suas lambidas, toques e beijos apaixonados, mas depois que a penetrou com firmeza, percebeu que ela não era mais virgem e tornou-se selvagem.

            Foi uma madrugada de vai e vem compulsivo que teria deixado Lorena destroçada, caso ela não fosse lupina. Quando ele a deixou sozinha, encolheu-se e dormiu, deixando seu corpo se curar. Relataria o ocorrido ao Alfa, pai de Zandro, assim que chegasse à mansão.

            Zandro, quando percebeu que Lorena não era virgem, ficou furioso e descontou no corpo da fêmea, sua frustração. Aquela vadia não merecia ser sua Luna e diria isso para o seu pai. Como o Alfa Júlio ousava lhe oferecer um produto danificado.

            Andava distraído, quando seu lobo sentiu o aroma mais delicioso do mundo.

            “ Companheira " — disse Zas, seu lobo.

            “ Tem certeza." — perguntou, achando bom demais para ser verdade. Tinha medo de acreditar e se iludir, pois seria sua salvação de ter que tornar Lorena, sua Luna.

            “ Sim, mas tem o cheiro de um macho, também. Se não me engano é Pablo, um dos vigias da fronteira.”

            “ Não tem problema, ele deve ter visto a fêmea e a interpelado. Siga o rastro." 

            Zas seguiu o rastro da fêmea e chegou à velha cabana, deixando Zandro assumir. 

            — Esta não é a cabana proibida pelo beta do supremo?

            “ Sim, mas parece que a fêmea se instalou nela, não deve saber da proibição." 

            Zandro circundou a cabana, aguçando a audição e percebeu o ressonar de duas pessoas. Resolveu não incomodar, voltaria depois de falar com Pablo. Marcou a área com seu cheiro, assim todos saberiam que não deviam se aproximar.

            O sol deu o ar de sua graça luminosa, tornando toda a região ativa. Pássaros cantavam, insetos zumbiam, pessoas despertavam e iniciavam seus afazeres, enquanto Tali acordava e deixava a cama, devagarinho, para não acordar sua mãe.

            A menina correu para o banheiro e depois de se aliviar, lavou o rostinho e saiu. Olhou as panelas e viu um ensopado pronto, mas seu narizinho arrebitado, sentiu um cheiro diferente e foi até a porta, abrindo-a.

            Pablo estava do lado de fora e foi pego de surpresa, vendo a menina admirando a cesta que ele colocou no pé da porta.

            — Oi, pequena. Meu nome é Pablo, sou seu vizinho, muito prazer. — disse ele estendendo a mão para ela. 

            Tali já havia visto as pessoas se cumprimentarem dando as mãos e estendeu a sua mão, correspondendo, sem nenhum receio contra o estranho. 

            — Eu sou Tali. Minha mãe está dormindo. Esta cesta é para nós?

            — Sim, é meu desejo de boas vindas. Depois virá outro macho falar com vocês. Tchau.

            — Obrigada. — Sorriu Tali, gostando de ver outra pessoa que não fosse só a sua mãe. 

           Ela viu que a cesta era pesada e ele, percebendo a indecisão dela, pegou a cesta e empurrou para dentro da cabana, mas não entrou. Sabia que a cabana tinha um cômodo só onde havia a cama, uma mesa com cadeiras, a cozinha e um pequeno banheiro, separado. 

            Ao se aproximar da cabana com a cesta, Pablo logo percebeu o cheiro do alfa e viu que ele tinha encontrado a fêmea sozinha e marcado o lugar. Então, depois de ajudar a menina com a cesta, virou-se e foi embora, antes que o alfa chegasse e lhe chamasse a atenção.

            Tali era muito esperta e foi pegando os produtos que estavam na cesta, um a um e colocando sobre a mesa, esticando os seus bracinhos. Seus movimentos acordaram Catarina que percebeu o motivo de ter sido acordada. 

            — Bom dia, Tali. O que é isso?

            — Foi o vizinho chamado Pablo, que deu pra nós.

            — Não ficou com medo de falar com um estranho?

            — Não, o cheiro dele era o mesmo que eu sentia, quando aparecia alguma coisa em nossa porta. — Tali já sentia aquela cabana como se fosse o seu lar.

            — Você sente o cheiro das pessoas?

            — Sim e das outras coisas, também.

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Comments

Cleide Almeida

Cleide Almeida

A pequena tbm deve ser uma lobinha

2025-10-14

5

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

agora vai começar o tormento da Catarina ai meu Deus coitada da neném e da Catarina que terá que sair fugida da própria alcateia que foi dela um dia, porque ela é neta do alfa morto, agora vamos ver se esse babaca do zandro, não irá cometer os mesmos erros que o pai biológico da Catarina cometeu contra a mãe dela que é marca-la, a força

2025-10-16

2

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves

que engraçado o nome da loba é parecido com o da Catarina, a única diferença é que o nome da loba tem o l né bem legal gostei

2025-10-16

2

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