O Valentão e o Sorriso

O Valentão e o Sorriso

capítulo 1

Na escola Saint Liora, onde alfas, betas e ômegas estudavam juntos, os corredores pareciam sempre ecoar os passos firmes de Dante, o típico alfa que ninguém ousava contrariar. Alto, moreno, de olhar afiado e jeito intimidador, ele era conhecido por resolver tudo com um olhar torto ou um empurrão bem calculado. Era o tipo que fazia o silêncio cair onde passava.

Só que havia um único garoto que não parecia afetado pela aura ameaçadora de Dante.

Theo.

Theo era um ômega no segundo ano, de cabelos loiros macios, olhos esverdeados brilhantes e sempre com um sorriso enorme no rosto. Usava pulseiras coloridas, falava com todo mundo, abraçava até os professores e adorava andar descalço na sala de dança.

E, por algum motivo que ninguém entendia, Theo sempre sorria para Dante. Pior: dava tchauzinho. Chamava de "Trovãozinho".

— Oi, Trovãozinho! — Theo acenou outra vez naquela manhã, comendo um muffin de mirtilo e balançando a lancheira de corações. — Dormiu bem?

Dante, parado no meio do corredor, o fitou como se fosse um alienígena. A testa franzida, o maxilar travado, e os punhos cerrados. Ele odiava ser chamado de “Trovãozinho”. Mas… por algum motivo, ele nunca tinha coragem de mandar Theo calar a boca.

— Para de me chamar assim, ômega ridículo — resmungou Dante, virando o rosto.

— Isso é quase um bom dia vindo de você, hein? Progresso! — Theo riu, saltitando pelo corredor.

Dante virou o rosto, tentando disfarçar o calor que subia pela nuca. Era impossível lidar com aquele ômega esquisito. Ele era todo… luz. Barulho. Cheiro doce. E Dante odiava como seu lobo alfa ficava alerta e interessado toda vez que Theo se aproximava.

No treino de luta mais tarde, Dante quase arrebentou o saco de pancadas de tanto socar. Mas a imagem do Theo sorrindo e dançando no pátio da escola continuava grudada na sua mente.

“Por que ele me olha daquele jeito?”, pensava. “Com tanta doçura… como se eu não fosse uma ameaça.”

Na saída, já quase anoitecendo, Dante pegou um atalho pelos fundos da escola. Foi quando ouviu vozes mais adiante.

— Dá aqui essa bolsa, ômega! Você acha que pode sair desfilando com esse cheiro de feromônio doce, hein?

Dante parou.

Theo.

Três garotos do terceiro ano o cercavam, um deles tentando arrancar a mochila rosa de suas costas.

— Eu só quero ir pra casa… — Theo dizia, firme, mas com a voz trêmula. — Me solta.

Dante sentiu um estalo dentro do peito. Seu lobo rugiu por proteção.

— Larga ele — Dante rosnou, surgindo como um raio por trás dos agressores.

Os três deram um passo para trás ao ver quem era. Dante não falou mais nada — só lançou um olhar tão afiado que os caras desapareceram sem dar tchau.

Theo estava com os olhos arregalados, ainda segurando firme sua lancheira.

— Você… você veio me ajudar?

— Cala a boca. Eu só… passei aqui por acaso.

Theo sorriu. Aquele sorriso de sempre. Brilhante, doce, irritante.

— Obrigado, Trovãozinho.

— Eu avisei pra não me chamar assim.

— Mas combina tanto com você — disse Theo, se aproximando. — Forte por fora, barulhento… mas por dentro, acho que é só um pouquinho de chuva.

Dante engoliu em seco.

A brisa da noite passou entre eles. Theo cheirava a morango e chá doce. E Dante… estava completamente ferrado.

— Vai pra casa — disse o alfa, virando o rosto. — Antes que eu me arrependa de não te dar uma bronca.

Theo riu, mas obedeceu. E ao se afastar, jogou um beijo no ar:

— Boa noite, Dante!

O alfa ficou parado ali. Coração acelerado. Mandíbulas tensas.

E, pela primeira vez… sorriu de leve.

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