capítulo 5

O quarto de Dante era mais simples do que Theo imaginava: paredes em tons escuros, uma cama enorme de lençóis pretos, uma estante com livros de lutas e filosofia — e uma janela de onde se via o céu limpo, salpicado de estrelas.

Theo estava de moletom, com uma camiseta folgada emprestada do próprio Dante. O cheiro do alfa estava por toda parte. Era forte, denso… mas ao mesmo tempo quente, protetor, e absurdamente viciante.

Dante entrou com uma caneca de chá.

— Tá quente. Vai ajudar com os sintomas — disse, colocando a caneca nas mãos pequenas do ômega.

Theo o olhou com os olhos brilhantes. Estava com as bochechas coradas, os cabelos meio bagunçados e a respiração mais curta do que o normal. O cio não estava forte o suficiente para deixá-lo fora de si, mas o calor era constante, uma necessidade sussurrando dentro do corpo.

— Obrigado por me trazer — murmurou Theo. — Por não fugir.

— Eu nunca fugiria de você.

Dante sentou-se na cama ao lado dele. Theo apoiou a cabeça no ombro do alfa, sentindo a segurança daquele corpo maior e quente.

— Sabe — Theo sussurrou — quando você me olha assim... com esses olhos de lobo, eu fico todo mole.

— E eu fico tentando não te agarrar — Dante admitiu, sério.

Theo riu, e em seguida mordeu o lábio.

— E se eu disser que quero ser agarrado?

Dante virou o rosto devagar. Os olhos escuros estavam faiscando.

— Theo… seu cio tá deixando você mais… provocante.

— E se eu for assim o tempo todo? Vai me jogar pela janela?

— Não — Dante disse, se aproximando — mas vou acabar te jogando na cama.

Theo encarou os lábios do alfa. O coração disparava. A pele formigava. O cheiro de ambos já misturado no ar.

— Então faz — sussurrou.

Dante não hesitou.

Segurou o rosto de Theo com as duas mãos, os dedos deslizando para os fios loiros bagunçados. E então, o beijo aconteceu.

Lento. Quente. Profundo.

Theo se agarrou à blusa do alfa, puxando-o para mais perto. Dante o envolveu pela cintura, puxando-o para o colo com um gemido grave e baixo que fez Theo arrepiar até os dedos dos pés.

O beijo ficou mais intenso. As línguas se encontraram, as respirações pesadas se entrelaçaram. Theo gemeu baixinho contra os lábios de Dante, o corpo começando a implorar por mais.

— Você… beija bem demais, Trovãozinho — Theo disse, rindo contra o pescoço dele.

— E você é doce demais, me enlouquece.

Dante começou a distribuir beijos pelo pescoço do ômega, que arfava e se contorcia de leve no colo dele.

— Você tem cheiro de flor em chamas — sussurrou o alfa. — Quente, delicado, impossível de ignorar.

Theo gemeu de novo, mais alto.

— Dante…

— Shhh… só relaxa. Eu vou cuidar de você.

Dante o deitou na cama com cuidado, como se fosse algo precioso demais para ser apressado. Subiu por cima com o corpo forte, mantendo o peso equilibrado para não esmagar o ômega pequeno. Os olhares se cruzaram — e não havia mais dúvidas: eles pertenciam um ao outro.

— Você confia em mim?

— Com tudo.

Dante deslizou os dedos sob a barra da camiseta de Theo, mas não a tirou. Só tocou a barriga macia, a pele quente, e beijou de leve.

— Não vamos até o fim hoje. Seu cio tá começando. Ainda tá sob controle. Mas quero te fazer se sentir amado.

Theo sorriu, os olhos marejados.

— Já me sinto assim só por você estar aqui.

Dante continuou com beijos leves, toques suaves, explorando cada arrepio que surgia em Theo. Os corpos se moviam devagar, como se dançassem sem música.

E quando Theo gemeu de novo, o nome de Dante escapou como um sussurro sagrado.

Aquela noite não teve acasalamento. Não teve marca. Mas teve algo muito mais importante:

Entrega. Desejo. Intimidade.

Quando Theo adormeceu nos braços de Dante, envolvido pelo cheiro do alfa e com o cio estabilizado, sentia-se seguro. Amado. E mais do que tudo, completo.

E Dante… Dante olhava para ele como se tivesse encontrado seu lar.

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