Celestia: As Asas Da Redenção ( Anjos E Demônios Yaoi)

Celestia: As Asas Da Redenção ( Anjos E Demônios Yaoi)

Onde estou?

Bandeira do reino Divino em Celestia.

^^^Por mais que o vento sopra, o monte nunca sucumbe a ele.^^^

^^^— P.F. Everden^^^

...°°°...

Por toda a minha vida, busquei a aceitação, mas por que dói tanto tentar ser alguém que não sou? Por que é tão doloroso esconder quem realmente somos na busca desesperada por aprovação?

Eu tentei, realmente tentei me esconder e usar uma máscara, mas isso se tornou como algemas ao redor dos meus pulsos. Por isso digo: a liberdade é muito mais atraente do que mordaças.

Quem sou eu?

Um bastardo...

Um exilado...

Uma aberração...

Meu nome é Hayato Xing e eu sou um ser celestial expulso do meu clã, expulso do meu território, expulso de meu mundo- Celestia.

Vindo parar em um lugar chamado "Terra" onde eu teria que passar minha vida inteira sem ver as pessoas que eu mais amava.

...°°°...

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.

.

...Hayato...

Ao abrir meus olhos, deparo-me com uma parede branca. Ao olhar ao redor, percebo que estou deitado em algo extremamente confortável; cobertores macios me envolvem, criando uma sensação de aconchego. Sem dúvida, estou na cama mais confortável em que já dormi em anos.

O ambiente parece ser um quarto, e nas paredes há fotos de... humanos. Eles têm cabelos desgrenhados e roupas excêntricas, e a palavra "rock" está escrita em destaque. As imagens são tão bizarras que me pergunto de onde esse monstro de livro de terror apareceu.

Levanto-me com dificuldade, mas logo tropeço nas cobertas que se enroscaram em meus pés, fazendo-me cair de bruços. Ao erguer a cabeça para avaliar o cenário, vejo um espelho.

Retirando as cobertas dos pés, levanto-me e me aproximo do espelho que está na parede.

A imagem refletida é desconcertante. Meu cabelo, antes longo e elegante, agora está curto, na altura dos ombros, e meus olhos, antes escuro, são agora castanhos. O rosto que vejo é o de um adolescente de 16 ou 17 anos. A diferença é tão drástica que me sinto completamente deslocado, como se tivesse perdido minha identidade.

Assustado, me afasto do espelho e vejo uma porta semiaberta, pela qual um pequeno feixe de luz entra.

Luto contra o impulso de voltar para a cama e fingir que estou morto, e me aproximo da porta silenciosamente. No entanto, congelei ao ouvir uma voz feminina vinda do outro lado. Minha intuição me dizia que era uma mulher, e minha ansiedade aumentava a cada segundo.

— Eu já falei que vou chegar em 20 minutos. — A voz dizia, impaciente. — Sim, sim, isso não acontecerá novamente.

Fiquei ali parado, ouvindo sem saber o que fazer. O que estava acontecendo?

A porta se abriu, revelando uma bela mulher com cabelos escuros e uma aparência estranhamente semelhante à minha. Suas roupas era estranhas... pelo menos diferente de tudo que eu já havia visto.

Ela entrou com um sorriso, que logo se transformou em uma expressão de surpresa ao me ver.

Ela se aproximou de mim com um grande sorriso e me deu um beijo suave no rosto.

— Bom dia, amor — disse a mulher, segurando meu queixo com ternura. — Como você dormiu?

Eu, ainda confuso, respondi:

— Desculpe-me perguntar, mas quem é a senhorita?

Ela começou a rir, se afastando de mim e indo em direção a uma cadeira ao lado.

— Muito engraçado, filho — continuou ela, enquanto pegava uma bolsa que estava pendurada na cadeira. — Eu já vou, o dever me chama... ou melhor, o trabalho. — Fez uma careta, seguida por um sorriso. — Tem uma marmita no micro-ondas, e me desculpe ter que ir trabalhar em pleno domingo. — Ela veio até mim e me deu um beijo na testa, antes de se dirigir à porta.

Eu estava sem palavras então apenas acenei com a cabeça em confirmação, ela sem hesitar, caminhou até a porta saindo e gritando de fora. - Traque a porta!

Muitas perguntas giravam na minha mente, e a confusão era avassaladora.

Respirei fundo, lembrando de um ponto crucial: será que meus poderes de Celestia ainda estavam comigo?

Fechei os olhos, em um momento de esperança silenciosa. No instante seguinte, duas asas negras, cobertas por penas densas e brilhantes, surgiram de minhas costas, rasgando a vestimenta branca que eu estava usando. O choque e o alívio foram imediatos.

Aquilo não era tão ruim; talvez fosse um novo começo para mim. O passado, com suas dores e desafios, já não parecia tão relevante.

Mas, por que meu coração doía tanto? Por que essa sensação persistente de aperto?

Minha mente vagueou para um passado distante, lembrando de todos que deixei para trás.

Doía muito ter esquecê-los, porém eu não tinha escolha.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Algumas horas se passaram, e o tédio se instalou. Decidi então explorar a casa. Era de tamanho médio, mas ainda assim possuía uma beleza encantadora.

Ao lado da cozinha havia um corredor longo o qual eu segui até o final avistando duas portas: uma com a placa "Não entre" e a outra com "Bata na porta."

Regras foram feitas para serem desobedecidas, certo?

Com um sorriso travesso, fui em direção à primeira porta e a abri. O quarto que encontrei era grande e escuro, com uma cama de casal no centro, parecendo acolhedora e confortável. Ao lado da cama, uma cômoda segurava um abajur apagado e, sobre ela, uma foto emoldurada. A foto mostrava uma mulher elegante em um vestido branco abraçando uma criança.

- Quem é você? - Me perguntei enquanto segurava a foto em minhas mãos.

Ao abrir uma das gavetas da cômoda encontrei no fundo dela uma caixa com várias fotos. Estas comigo e com a mulher que me chamou de filho.

Franzi as sobrancelhas processando tudo, me perguntava de quem era este corpo que eu estava usando, e essa pergunta me trazia um certo receio.

Guardei tudo como estava, voltando imediatamente para a cozinha. Enquanto caminhava pelo corredor, avistei um papel em cima da geladeira. Corri para pegá-lo e descobri que era uma conta de luz. No topo do documento estava escrito o nome da minha suposta mãe: Lúcia.

O reconhecimento do nome me atingiu com força.

Aqui eu tenho uma mãe.

Coloquei a mão sobre o rosto, tentando lidar com a dor que sentia na nuca, um misto de confusão e alegria.

— Por Elah... Calma, é seu primeiro dia neste mundo. — Murmurei para mim mesmo, enquanto caminhava até a sala e me sentava no sofá. O cansaço era avassalador e, ao encostar nas almofadas macias, fechei os olhos, tentando dar um descanso à mente e ao corpo que estavam sobrecarregados.

Acabei apagando e acordei com alguém acariciando meus cabelos. Era uma sensação tão reconfortante que me fez lembrar de uma pessoa em específico.

Abri os olhos devagar, apenas para fechá-los novamente por causa da luz intensa.

— Boa tarde, Yatinho. — Disse a mulher, com um tom carinhoso que me fez abrir os olhos completamente.

— Corrigindo, já é boa noite. E a propósito, Yatinho? — Respondi, revirando os olhos, mas sem irritação, apenas exausto demais para iniciar uma discussão.

— O que foi, filho? Eu sempre chamo você assim. — Ela disse com um tom triste, e algo na sua voz partiu meu coração de maneira inexplicável.

— Ah, desculpe. É que não estou com cabeça para isso agora. Não estou nos meus melhores dias. — Respondi, me sentando na cama.

— Credo! Que estresse. — Ela suspirou, como se estivesse aliviada. — Vá descansar. Amanhã é seu primeiro dia de aula e não quero ver você atrasado.

Segui seu conselho, retornando ao meu quarto e me deitando na cama. Poucos minutos depois, minha mãe entrou com uma bandeja de comida. O prato estava delicioso, ou talvez fosse apenas a minha fome... talvez um pouco dos dois.

Comi rapidamente, coloquei o prato na mesa ao lado e me enrolei nos cobertores, mergulhando no conforto do sono novamente.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

TRAKK!

Um som estrondoso me acorda, fazendo-me cair da cama de maneira desajeitada.

— Ah, o que eu fiz para merecer isso? — Reclamei, me levantando com um pouco de dor pela queda.

— Acorda e se arruma para a escola! — Minha mãe entrou no quarto, percebendo-me no chão. — Aconteceu alguma coisa? — Perguntou, com uma expressão preocupada e a mão no queixo.

— Não, não aconteceu nada, eu já vou me arrumar. — Respondi rapidamente, e ela saiu do quarto saltitando. Embora muitas coisas nesse mundo me irritassem, minha mãe era uma exceção.

Comecei a procurar vestimentas pelo quarto e as achei dentro do que parecia um armário.

O que era aquilo?

Que roupas eram aquelas?

Berrei internamente ao ver algo que parecia ser uma calça feita de um tecido estranho e grosso, e uma... o que era aquilo? Uma vestimenta que cobria a parte de cima do corpo.

Com um suspiro resignado, vesti a calça moletom branca e a camiseta que tinha um nome estampado.

Sentia-me estranho com aquelas roupas, tão diferentes das que estava acostumado a usar em Celestia. Passei as mãos pelo tecido, tentando me acostumar com a textura, e me preparei para sair do quarto.

— Vamos, querido! — chamou minha mãe quando saí do quarto, pegando uma bolsa preta e colocando-a sobre os ombros.

— Tudo bem — respondi, ainda meio perdido.

Ela me olhou com preocupação e um toque de humor.

— Filho, o que está acontecendo com você hoje? — perguntou, entrando no meu quarto e trazendo para fora um pedaço de tecido nas mãos. — Esqueceu de colocar a gravata? — Ela riu, aproximando-se de mim.

Gravata? O que era isso?

Antes que eu pudesse protestar, ela enrolou o tecido em volta do meu pescoço e começou a amarrar.

Por Elah! Ela estava me preparando para a forca?

No entanto, ela apenas terminou o nó e me soltou, deixando aquele trapo pendurado em mim.

— Você está lindo — disse ela, sorrindo.

É o quê?

— Vamos. — Disse abrindo a porta e eu passei na sua frente me deparando com uma escadaria.

Comecei a descer as escadas e avistei a luz do sol inundando a sala. Ao chegar lá embaixo, meus olhos se arregalaram ao ver uma grande pedra com rodas estacionada do lado de fora. Fiquei ainda mais surpreso quando vi minha mãe entrando dentro dessa estrutura estranha.

Ela olhou para mim através da janela aberta e sorriu. — Vamos, querido, entre no carro. Não queremos nos atrasar.

Carro? pensei, incrédulo.

Com certa hesitação, aproximei-me daquela "pedra com rodas" e abri a porta. Entrei no interior acolchoado, sentindo-me mais confuso do que nunca.

— Coloca o cinto — disse minha mãe, e eu comecei a procurar o que seria esse "cinto".

— Ainda está dormindo, Yato? — Ela revirou os olhos e pegou o cinto de segurança, colocando-o sobre mim e clicando-o no lugar. — Próxima parada, escola.

Próxima parada, inferno juvenil, pensei amargamente, enquanto o carro começava a se mover, o mundo lá fora passando em um borrão.

.........

No carro, avistei um edifício bonito onde jovens conversavam na entrada. No entanto, havia algo errado; eles não pareciam estar felizes. Pelo contrário, uma aura negra os envolvia, como uma nuvem de desespero.

Saí do carro após dar um abraço em minha mãe e entrei no colégio. Havia jovens por todos os lados, muitos deles esbarrando em mim e pedindo desculpas apressadamente. Eu me sentia perdido nos corredores, procurando minha sala, mas não conseguia encontrá-la. Parecia um labirinto sem saída, e cada passo só aumentava minha confusão e ansiedade.

Eu queria ir para casa... chorei internamente.

Olhando em volta, avistei um garoto com cabelos escuros e curtos e olhos azuis.

Ele parecia solitário, então pensei que fazer um amigo talvez ajudasse a mim e a ele. Respirei fundo, tomei coragem e fui até ele.

— O...oi, você sabe onde fica a sala 3B? — perguntei gaguejando, xingando-me mentalmente pelo erro. Por que eu tinha que gaguejar logo naquela hora?

— Sim. — Ele respondeu com indiferença, o que me fez pensar que a educação não existia neste mundo.

Contive um rosnado e sorri amargamente.

— Você pode me dizer onde fica? Acho que não percebeu que eu sou novo aqui. — Disse, forçando o meu sorriso ao máximo, mas ele bufou, lançando-me um olhar gélido.

— Ok, eu te levo. Estamos na mesma sala. — Ele bufou novamente.

Maldito! Pensei, controlando a vontade de pular no pescoço dele.

— Obrigado. — Falei, rangendo os dentes.

Fomos andando em completo silêncio. Ele não dizia uma palavra, e, por mim, estava tudo bem... Nem queria falar com ele mesmo.

Ele respirou fundo antes de começar a falar.

— Desculpe, só não quero que me entenda mal. Não sou seu amigo, e nem quero ser.

Olhei para ele com deboche.

— Como se eu desejasse isso. — Falei seco, caminhando na frente.

Chegando lá, a professora nos recebeu irritada, fazendo todos os alunos nos encararem.

— Estão atrasados! — Falou a professora, revirando os olhos.

— Desculpe, ele é novo e não achava a sala, então eu o ajudei. — Disse ele educadamente, encarando a professora, que se acalmou.

Então, com a professora ele é educado?

— Obrigada, Yukió, por trazer seu colega. Agora sente-se. E você, quem é? — Perguntou ela, apontando para mim com o apagador.

— Meu nome é Hayato Takahashi. Muito prazer em conhecê-los, espero que eu possa fazer amigos aqui.

Continua...

Seja bem-vindo você que acabou de começar essa obra. Para mim, é uma honra tê-lo comigo.

Por favor deixe o seu comentário, algumas palavras são o que me motivam a continuar escrevendo.

Não esqueça de deixar o seu gostei, pois ajuda essa obra alcançar mais pessoas.

Obrigada de coração.🥀

Até o próximo capítulo.

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Comments

Amorzinho. C

Amorzinho. C

Já estou gostando.

2024-07-30

0

merly everganden

merly everganden

eu tô assim! kkkjkkk

2023-05-10

2

Loka por Yaoi 🏳️‍🌈🏳️‍🌈

Loka por Yaoi 🏳️‍🌈🏳️‍🌈

Mal comecei e já tô amando!!😍😍😍😍

2021-04-09

1

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