...Ryuk...
Meu verdadeiro nome é Ryuk Quin, e esta é a crônica de como minha vida foi irrevogavelmente alterada ao encontrar um jovem rebelde, cuja presença fez meu coração desafiar as regras mais sagradas de meu país.
Sou um anjo e costumava residir em Celestia, no País Divino. Um lugar de beleza incomparável, onde a natureza exuberante florescia em esplendor e criaturas fantásticas povoavam os paisagens, criando um cenário digno de lendas e sonhos.
Celestia era dominada por três clãs distintos, cada um com seu próprio domínio majestoso e caráter único:
O Clã Demoníaco, conhecido como Xing, estabeleceu sua fortaleza imponente no Monte Bravio. Sob a liderança implacável de Zhao Xing, este clã era temido e respeitado por sua força avassaladora e sua determinação inflexível.
O Clã Celestial, ao qual eu pertencía, chamava o Monte Findem de lar. Sob a orientação sábia e justa de Shen Quin, nosso clã era reverenciado por sua pureza e por manter a harmonia e a ordem divina.
Por fim, o Clã Imortal, guiado pelo clã Nie, estabeleceu suas raízes profundas na mística Floresta Ácera, ao norte. Recentemente, o clã havia passado por uma transição de liderança, com Luke assumindo o comando, trazendo consigo uma nova era de enigma e poder.
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Porém, para compreender o presente, devemos mergulhar antes no passado.
Há muitos anos, uma guerra devastadora consumiu Celestia. Uma guerra que precedeu minha existência e da qual pouco se sabe, exceto pelas lendas que sussurram em corredores sombrios e entre as sombras do esquecimento.
Dizem que o conflito foi desencadeado por Mikato Tomono, o temido imperador da Divindade de Celestia, cujo trono se erguia majestoso e gélido no Norte. O famoso Trono de Brasas, um símbolo de respeito e reverência entre seus antecessores — justos e piedosos —, agora exibia uma face sombria sob o comando do novo herdeiro.
Mikato proclamava que os seres celestiais não deveriam se misturar com os outros clãs, pois a proximidade com eles poderia corromper a linhagem pura. Em sua visão distorcida, a mistura das espécies era uma abominação que, inevitavelmente, daria origem a híbridos. Esses híbridos, segundo ele, seriam a faísca de uma guerra que arrasaria o mundo em uma catástrofe sem precedentes.
O medo de Mikato e seu desdém por qualquer forma de diversidade criaram uma tensão que, em vez de evitar o conflito, preparou o palco para a devastação que viria a seguir.
Muitas espécies se levantaram contra ele, mas a força avassaladora do império dele esmagou qualquer resistência. A maioria dos clãs, um após o outro, foram brutalmente aniquilados pela fúria de seu domínio.
Como resultado, as raças restantes foram forçadas a se isolar, cada uma confiningada a seus próprios territórios. A separação era uma estratégia cruelmente calculada para evitar qualquer chance de união ou rebelião.
Aqueles que eram rotulados como híbridos — o produto da mistura temida e proibida, sofreram um destino ainda mais sombrio.
Meu pai dizia que havia sido uma carnificina.
Cabeças presas em estacas no meio do reino e das praças.
Em meio a tudo isso o império de Mikato não apenas consolidou seu poder, mas também deixou um legado de medo e desespero que moldou o destino de Celestia.
Mikato Tomono nutria um ódio profundo pelos híbridos, um sentimento cuja verdadeira origem permanecia obscura e inexplicável. Seu desprezo não parecia ter uma razão clara, mas sua aversão era tão feroz que ninguém ousava questionar ou desafiar sua vontade.
A ordem para manter as espécies separadas tornou-se uma lei implacável, uma regra inflexível que impunha uma barreira quase intransponível entre os povos. Qualquer tentativa de aproximação era não apenas proibida, mas também punida severamente, como se o simples contato pudesse desestabilizar a ordem estabelecida pelo imperador.
Desde a infância, eu me perguntava quem teria sido capaz de colocar um tirano tão implacável no poder. No fundo, sempre mantive a esperança de que alguém, em algum momento, surgisse para desafiar seu domínio e trazer uma nova luz à escuridão que havia engolido Celestia.
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Um novo capítulo na minha vida começou numa manhã chuvosa e fria. A notícia se espalhou rapidamente: uma besta colossal estava devastando e matando humanos na distante vila de Nívea.Após várias tentativas frustradas de lidar com a ameaça, enviando discípulos que nunca mais retornaram, a situação finalmente chamou a atenção de meu pai, o líder.
Diante da gravidade da ameaça, ele convocou o Clã Demoníaco para enfrentar a fera. A decisão foi tomada com a urgência para evitar mais perdas.
O contato entre clãs era tolerável, caso se fosse uma emergência, porém sempre que acontecia me deixava receoso.
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Era manhã, e o tempo estava gelado. No entanto, nossos robes proporcionavam um alívio contra o frio cortante, mantendo-nos aquecidos enquanto nos preparávamos para enfrentar o que estava por vir.
— Estão atrasados! — Reclamou Zhao Xing, o líder que usava a cultivação demoníaca, impaciente como sempre. Alto e imponente, com longos cabelos negros, seu olhar transbordava majestade e arrogância, enquanto vestia um robe preto com um manto vermelho sobre os ombros.
— Desculpe pela demora. — Respondeu o líder do meu Clã, Shen. — Por favor, hoje vamos agir sem disputas ou competições. - Pediu ele, com um olhar sereno.
— Ah, mas assim você acaba com a diversão. — Retrucou, com um sorriso sardônico. - Hayato! - Chamou, e nesse momento um jovem bonito de cabelos escuros e olhos negros como a noite surgiu entre os discípulos.
— Shen precisou me chamar para matar aquilo? - Perguntou Zhao com deboche. — Achei que você era o todo "poderoso".
— Zhao... Você sabe a força daquela coisa, por favor, vamos agir como éramos...
De longe, avistei as chamas consumindo a pequena vila, mas por sorte, todos já haviam evacuado.
- Não! quando meu sobrinho matar aquela coisa, você terá que admitir que meu clã é mais poderoso. - Disse Zhao, com teimosia.
— Eu disse sem competições, Zhao, deixe de ser sádico. — Interveio Shen, dirigindo-se à besta com temor nos olhos. — Mesmo com os dois clãs unidos, isso já seria...
Meu pai respirou fundo, percebendo que o outro clã não estava disposto a ouvir. Ele virou-se para mim e disse firmemente:
— Ryuk, meu fiel discípulo, você vai matar aquela coisa, entendeu? - Sua voz era decidida, e eu me senti congelar.
— Entendi. — respondi, hesitante. Sabia que, mesmo trabalhando juntos, não conseguiríamos derrotar aquela criatura.
Porém, meu pai sabia que se algo saísse do controle eu retornaria imediatamente, então não haveria perdas do nosso lado.
Caminhei à frente, ao lado do outro jovem, numa tentativa de atrair a atenção da besta. Meu coração batia forte, e meu estômago revirava de ansiedade.
— Você está pronto para isso? Parece um pouco tenso. — Comentou ele, soltando uma gargalhada logo em seguida.
— Eu que te pergunto! — Retruquei, conseguindo arrancar um sorriso de seus lábios, enquanto o meu se preenchia também.
Nos encontramos diante da besta colossal, um dragão de escamas negras e olhos flamejantes. Seu rugido ecoou pela paisagem, fazendo tremer até mesmo os mais corajosos. Eu estava paralisado, incapaz de pensar em qualquer coisa além da certeza iminente de minha própria morte.
Então, antes que eu pudesse reunir coragem para agir, Hayato se lançou à ofensiva.
— AGORA! — O grito dele cortou o ar, e o vi subindo pela cauda do dragão, sua espada reluzindo à luz do dia antes de se cravar nas costas da fera. Um gemido angustiado escapou dos lábios do dragão, que se contorceu violentamente na tentativa de desalojar o intruso.
Por alguns segundos, fiquei ali, observando a cena com horror e admiração. Hayato era uma força da natureza, ele não demonstrava nenhum sinal de temor, apenas determinação e coragem. E, mesmo em meio à carnificina iminente, sua presença irradiava uma beleza selvagem e indomável.
— Ei! Vai me ajudar ou não? — Perguntou ele, com um tom de deboche, enquanto lutava para se manter firme.
Eu estava tão impressionado, talvez até um pouco encantado, que momentaneamente esqueci que deveria ajudá-lo. Imagino o quão envergonhado meu pai estava.
Com dificuldade, subi até a cabeça do dragão e enfiei minha espada rapidamente em seu olho. A criatura se contorceu violentamente, e eu escorreguei das suas escamas, mas, para minha surpresa e alívio, senti alguém agarrar minha mão.
Era Hayato.
O simples toque fez uma corrente elétrica percorrer nossos corpos, um choque que nos sacudiu, mas ele ignorou, puxando-me de volta com firmeza.
— É cedo para morrer! — Exclamou ele, soltando uma gargalhada.
Eu não entendia como ele conseguia manter tanta calma em uma situação tão extrema. Um lindo sorriso adornava seu rosto, o que me fez encará-lo por mais alguns segundos. Mas fui despertado de meu transe pelo rugido furioso do dragão.
— Como você pode rir quando quase morri? — Reclamei, tentando parecer irritado, mas na verdade só queria iniciar uma conversa.
— Dramático, eu lhe segurei! - Berrou ele soltando minha mão. - Mas agora é hora de acabar com isso! — Disse ele, enquanto uma névoa negra começava a nos envolver. Parecia emanar dele. Em um movimento rápido, Hayato se lançou contra a cabeça do dragão com toda a sua força, sua espada perfurando o crânio da criatura.
O dragão soltou um rugido ensurdecedor, seu corpo convulsionando em agonia. Suas garras afiadas se agitavam, tentando alcançar Hayato, mas ele era ágil como uma sombra, desviando-se dos golpes com facilidade.
Enquanto isso, eu me recuperei do choque inicial e me juntei à batalha, golpeando o dragão com minha própria espada. Cada golpe era uma luta contra a resistência da fera, mas com Hayato ao meu lado, encontrei forças que nem sabia que tinha.
A névoa negra ao nosso redor se intensificava, formando uma cortina sombria que obscurecia minha visão. Ela se enroscava ao redor do dragão como uma corda, envolvendo-o cada vez mais apertado. Era uma invocação impressionante, uma das melhores que eu já tinha visto.
Hayato parecia canalizar todo o poder das trevas, controlando a névoa com maestria. Seus movimentos eram fluidos e precisos, como se ele e a própria escuridão estivessem em perfeita sintonia. Cada gesto era calculado, cada comando dado com determinação.
Enquanto a névoa se enrolava ao redor do dragão, este rugia de dor e desespero, tentando libertar-se do cerco sombrio que o prendia.
As sombras, como mãos demoníacas, agarraram as pernas da criatura, arrastando-a para baixo com uma força irresistível. O dragão lutava ferozmente, rugindo e se debatendo, mas era em vão. A escuridão o dominava, prendendo-o cada vez mais firmemente em seu abraço implacável.
No mesmo instante abri minhas asas levando Hayato junto comigo para que não caíssemos junto do Dragão.
Com um estrondo ensurdecedor, o animal finalmente cedeu, suas pernas dobrando-se sob o peso da névoa negra. soltando um último urro de agonia enquanto sua colossal forma desabava no chão. A terra tremeu com o impacto, e uma nuvem de poeira se ergueu ao redor dele, obscurecendo ainda mais a cena.
Hayato permaneceu imóvel enquanto meus braços rodeavam sua cintura, sua expressão serena contrastando com o caos ao seu redor. Ele parecia completamente à vontade na presença da escuridão, como se fosse parte dela. Seus olhos brilhavam com uma intensidade sombria, refletindo o poder que ele controlava.
Enquanto o dragão se fazia derrotado abaixo de nós, eu não pude deixar de sentir uma mistura de admiração e temor pelo jovem ao meu lado. Ele era verdadeiramente formidável, eu tinha certeza que ele seria um ótimo mestre um dia.
— Como? — Exclamou meu pai estupefato.
— Como é possível? ele é só um discípulo! — Perguntavam-se alguns discípulos perplexos e assustados.
Eu pousei próximo dos clãs, libertando Hayato, que se alegrou ao ver seu líder sorrir. Logo ele se virou para mim e jogou os braços em volta do meu pescoço de modo galanteador.
— Foi um prazer Ryuk— Falou suavemente, enquanto seus dedos traçavam levemente os contornos do meu rosto. O calor de seu toque fez meu coração bater mais rápido. — Só deixe de ficar admirando minha beleza e lute de verdade.
Um rubor se espalhou pelas minhas bochechas enquanto ele se afastava, deixando-me encantado. Balancei a cabeça, tentando recuperar a compostura.
— Por que fez isso? — Questionei, tentando disfarçar a emoção em minha voz. — Ou melhor, como matou aquela coisa?
Hayato me lançou um olhar cheio de mistério e sorriu levemente, antes de se dirigir ao seu clã. Eu fiquei ali, parado, tentando decifrar aquele enigma envolvente que era ele.
— O quê? — Toquei meus cabelos, percebendo que estavam soltos. — Ei, Você me roubou? — Os discípulos do meu clã tiveram que me segurar para conter minha animação.
— Se for só isso, já estamos indo. Temos um longo caminho pela frente. — Falou Zhao, colocando Hayato atrás dele.
— Obrigado, amigo. — Disse meu pai, com um tom de respeito mas também de afinidade. No entanto, Zhao não retribuiu, virando as costas.
— Já deixamos de ser amigos há muito tempo, agora me despeço dizendo adeus. — Disse ele.
Shen balançou a cabeça, antecipando a reação.
— Até breve — Murmurou. — Vamos voltar! - Gritou, e olhei para trás, vendo Hayato me encarar de volta com um sorriso provocador com a minha fita azul nas mãos.
Meu coração deu um salto, inundado por uma mistura de emoções intensas
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Enquanto caminhava pelas ruas tranquilas da Vila, minha mente estava tomada por pensamentos tumultuados, todos voltados para aquele jovem que me salvara da morte.
— Por que não consigo tirar você da minha cabeça? — Sussurrei para mim mesmo, levando a mão ao rosto em um gesto de inquietação.
Continua...
Invocações mais utilizadas
Invocação das Cem Correntes: Esta invocação é uma técnica de alto nível que ao ser ativada, o invocador convoca uma miríade de correntes sombrias que emergem das sombras ao redor do oponente. Cada corrente é reforçada por energia demoníaca, tornando-as praticamente inquebráveis.
Invocação das Terras Consumidoras: Essa invocação concede ao catalizador uma força devastadora, permitindo-lhe destruir tudo ao seu redor com poderosos golpes. Embora essa invocação conceda ao catalizador uma força incrível, seu uso consome uma quantidade significativa de energia mágica
Eclipse lunar: Essa invocação é uma manifestação das sombras que habitam as profundezas do crepúsculo, concedendo a Hayato poderes sinistros e ocultos para manipular e subjugar seus inimigos.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Loka por Yaoi 🏳️🌈🏳️🌈
Vc é a melhor autora que eu já vi em toda a minha vida!!!😍😍😍😍😍
2021-04-10
2
Deise💙Fujoshi sem salvação💙
Não se preocupa não autora q vc escreve sim!
E é errando q se aprende.😉
2020-10-17
3