O Legado do Magnata
– Brilho e Sombras
Leonor sorria para as câmeras enquanto o clique constante da lente ecoava pelo estúdio. Luzes fortes, maquiagem impecável, vestidos assinados por estilistas renomados… Era assim que ela vivia, entre capas de revistas e passarelas internacionais. Uma estrela em ascensão? Não. Leonor já era um nome consolidado no mundo da moda — uma das modelos mais requisitadas do país.
Naquele dia, sua agenda estava lotada: ensaios fotográficos, entrevistas e reuniões com marcas. Mas ela adorava aquela rotina intensa. Era o que sempre sonhara desde menina. E agora, ali estava ela, sendo admirada por milhões e construindo um império com sua imagem.
Entre uma troca de figurino e outra, seu celular vibrou.
— Adam — sussurrou com um sorriso nos lábios ao ver o nome na tela.
Ela atendeu animada, sentindo o coração acelerar só de ouvir sua voz.
— Amor — disse ele com aquele tom grave e encantador —, pensei em jantarmos juntos hoje. Só nós dois.
— Eu adoraria — respondeu ela, radiante. — Mal posso esperar.
Logo após a ligação, Leonor retomou o trabalho com um brilho especial nos olhos. Adam sempre conseguia fazer seu coração bater mais forte.
Do outro lado da cidade, na cobertura de um arranha-céu luxuoso, Adam assinava documentos em seu escritório envidraçado. Era um homem de presença forte, olhar frio para os negócios, e comanda uma das maiores corporações do país. Aos olhos do mundo, um gênio do mercado, respeitado e temido. Mas poucos conheciam seu verdadeiro império, aquele que operava por baixo dos panos — envolto em segredos, alianças perigosas e sangue.
Ele encarou a cidade do alto, pensando em Leonor. Quem diria que um homem como ele, que vivia nas sombras, poderia amar de forma tão intensa?
— Eu daria tudo por ela — murmurou para si. — Poder, dinheiro, influência… tudo. Menos ela. Nunca ela.
Naquela semana, ele havia mandado fazer um anel exclusivo. Planejava pedi-la em casamento no final de semana. Não via mais um futuro sem aquela mulher ao seu lado.
À noite, no restaurante reservado especialmente para eles, Leonor e Adam brindaram com vinho caro, sorrisos cúmplices e olhares apaixonados. Conversas doces, promessas veladas, beijos roubados no meio de risadas. Eram perfeitos juntos.
Após o jantar, Leonor aceitou dormir na mansão dele, como fazia em algumas noites especiais. A imponente casa refletia a riqueza de Adam, mas também escondia segredos demais.
Na madrugada, ela despertou sozinha na cama. Estranhou o vazio ao seu lado. Silenciosamente, levantou-se, vestiu um robe e decidiu procurá-lo.
Desceu até o escritório. A porta estava entreaberta. Ela entrou, curiosa, chamando por ele em voz baixa. Não o encontrou — mas notou algo estranho. Uma prateleira ligeiramente fora do lugar. Curiosa, mexeu nela… e então, como em filmes de espionagem, uma passagem se revelou.
Um fundo falso. Uma sala secreta.
Leonor entrou com o coração acelerado. Documentos, mapas, armas. Fotografias de pessoas que ela nem conhecia, dinheiro empilhado, gravações e mais gravações de negociações suspeitas. Aquilo parecia um filme de máfia. Mas era real. Era Adam.
Assustada, ela voltou para o quarto. Poucos minutos depois, escutou o barulho da porta sendo aberta. Deitou-se rapidamente e fingiu estar dormindo.
Adam entrou no quarto… coberto de sangue. As roupas sujas, uma arma nas mãos.
Ela prendeu a respiração, lutando contra o choro que queria escapar.
Naquela noite, Leonor tomou uma decisão: no dia seguinte, ela iria embora. Fugiria daquele homem que tanto amava — mas que escondia um lado perigoso demais para ela suportar.
O sol mal havia surgido quando Leonor abriu os olhos. O quarto ainda estava em penumbra, e Adam dormia profundamente ao seu lado. Ela ficou alguns segundos o observando. Como alguém com um rosto tão sereno podia carregar um mundo tão sombrio dentro de si?
Com o coração apertado e a respiração instável, levantou-se em silêncio. Trocou de roupa rapidamente, prendeu os cabelos e, sem olhar para trás, saiu da mansão que tantas vezes foi palco de amor... e que agora era cenário de medo e desilusão.
Já no táxi, as lágrimas começaram a cair sem controle. O motorista não perguntou nada. Apenas seguiu o caminho enquanto ela encarava a cidade pela janela, o rosto molhado, o coração aos pedaços.
Lembrava-se do dia em que conheceu Adam. Aos olhos dela, ele era perfeito. Um príncipe moderno. Um homem charmoso, inteligente, elegante. Amor à primeira vista. Mas agora... tudo estava manchado. Aquele homem escondia segredos demais. O que ela descobriu na noite anterior não era apenas assustador — era imperdoável.
Ao chegar em casa, pagou o táxi e correu para dentro. Com as mãos trêmulas, pegou o celular e ligou para a única pessoa que confiava de olhos fechados.
— Martina, eu preciso de você.
— O que aconteceu? Você tá chorando, amiga?
— Eu... eu não posso explicar agora. Só preciso ir embora. De verdade. Sumir.
Martina, meio doidinha e impulsiva, mas leal até o fim, foi até o apartamento em menos de trinta minutos. Sem perguntas, apenas ação. Em poucas horas, com contatos meio duvidosos que mantinha “por precaução”, conseguiu um passaporte falso para Leonor e uma peruca loira curta, bem diferente dos longos fios castanhos da modelo. Era o começo do plano de fuga.
— Você tem certeza disso? Fugir desse jeito? — perguntou Martina, enquanto ajudava Leonor a arrumar uma pequena mala.
— Eu vi demais, Martina. E ele... ele não é quem diz ser. Eu amei uma mentira.
Antes de sair, Leonor cancelou todos os seus cartões. Depois, desligou o celular, tirou o chip e jogou tudo no lixo. Ela sabia que Adam tinha recursos para encontrá-la. Precisava desaparecer sem deixar rastros.
Horas depois, no aeroporto, disfarçada e com identidade falsa, embarcou rumo a um novo destino. Um recomeço. Longe do homem que partiu seu coração... e a assustava até nos pensamentos.
Na mansão, Adam despertou estranhando o silêncio. Estendeu a mão no vazio da cama, buscando Leonor. Mas ela não estava ali.
— Onde está Leonor? — perguntou a uma das funcionárias.
— Ela saiu cedo, senhor. Disse que precisava resolver algo.
Ele franziu o cenho. Aquilo não era comum. Pegou o celular e ligou para ela. Sem resposta. Tentou novamente. Nada.
Durante o dia, o incômodo cresceu. Ele saiu para o trabalho, mas não conseguia se concentrar. Tentou falar com ela de novo, mandou mensagens. Nenhum sinal.
Ao anoitecer, impaciente, mandou seus homens irem atrás dela. Vasculharam seu apartamento. Vazio. Tudo indicava que ela tinha desaparecido.
Foi então que uma ligação confirmou seu maior temor:
— Senhor... ela fugiu. Desapareceu. Parece que sabia de algo.
Adam sentiu o chão se abrir sob seus pés. A mulher que ele amava… a única pessoa que tocou seu coração de verdade… tinha descoberto a verdade. E o deixou.
Com medo.
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Comments
Hosana Gessica Hernandes
Comecei a ler,hoje 🌻🌻🌻 estou gostando muito 🌻🌻🌻 é interessante 🌻🌻🌻 excelente 🌻🌻🌻🌻
2025-04-23
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Simone Silva
parabéns autora pelo seu livro ❤️
2025-04-23
0
Leila Cabral
começando agora
2025-04-24
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