06🫶

Seus lábios se encontraram em um beijo intenso, cheio de urgência e calor. Luís, pego de surpresa, retribuiu com igual intensidade, segurando-a pela cintura e a puxando para mais perto, como se quisesse sentir cada centímetro de proximidade.

O beijo era uma mistura de paixão reprimida e desejo proibido. Suas línguas se entrelaçavam, explorando com fome, enquanto o ritmo frenético da boate os envolvia em um cenário caótico, mas ao mesmo tempo, distante. Sara sentia o coração disparado, as mãos dele apertando sua pele, e por um momento, eles não eram mais chefe e funcionária, mas apenas duas pessoas cedendo ao desejo.

Quando finalmente se afastaram, ambos estavam ofegantes, encarando-se com surpresa e uma nova faísca nos olhos.

Após o beijo, o ar entre Sara e Luís ficou denso, carregado com o peso do que acabara de acontecer. Os dois ainda estavam próximos, ofegantes, seus corpos praticamente colados, como se o calor do momento os mantivesse unidos. Sara, tentando recobrar a compostura, deu um passo para trás, evitando o olhar intenso de Luís.

"Isso... não devia ter acontecido," ela murmurou, passando a mão pelos cabelos, tentando disfarçar a confusão que sentia.

Luís, no entanto, parecia menos abalado. Ainda com um sorriso convencido, ele se aproximou novamente, os olhos brilhando com malícia. "Você tem certeza disso?" ele provocou, a voz baixa e cheia de intenção. "Porque, para mim, foi a melhor parte da noite."

Sara sentiu seu rosto esquentar. Ela sabia que ceder à tentação tinha sido um erro, principalmente porque envolvia seu chefe. Aquilo poderia complicar tudo no escritório, sem falar na sua própria cabeça. "Nós somos profissionais, Luís. Você é meu chefe, e eu não posso—"

"Shh," ele interrompeu, erguendo uma sobrancelha. "Aqui, agora, isso não importa. Eu te desejo, Sara. E você sabe que não é só eu."

Ela balançou a cabeça, tentando se afastar mais uma vez. "Não é tão simples assim," disse, lutando para manter a voz firme. "Eu não quero misturar as coisas, Luís. Eu gosto do meu trabalho, e você... você é um cafajeste."

Ele deu uma risada baixa, aproximando-se o suficiente para que ela sentisse o perfume dele. "Talvez, mas você parece gostar disso."

Sara fechou os olhos por um momento, tentando bloquear a sensação avassaladora que o toque e as palavras dele provocavam. "Isso não vai acontecer de novo," afirmou, tentando se convencer tanto quanto a ele.

Luís deu de ombros, ainda com aquele sorriso de quem sabe que está no controle. "Veremos," ele disse, deixando o comentário no ar.

Antes que ela pudesse responder, Helena apareceu, chamando por Sara. "Prima, vamos? Acho que já deu por hoje."

Sara agradeceu silenciosamente pela interrupção, sem olhar para Luís novamente. "Sim, vamos," disse, com a voz ainda trêmula.

Enquanto se afastavam, Sara não pôde evitar um último olhar para trás, encontrando os olhos de Luís. Ele a observava com a mesma intensidade, como se o beijo que compartilharam fosse apenas o começo de algo mais complexo e perigoso.