Brendon resolveu mostrar a empresa para Renner enquanto Gabriela decidiu voltar para sua mesa. Geraldo se despediu de seu cliente e foi atrás de Gabriela.
-- Gabriela? -- Ela acabara de se sentar na cadeira quando Geraldo a alcançou.
-- Pai! -- Ela respondeu surpresa.
-- Como você está? - Geraldo queria saber sobre a vida dela, coisa que ele não havia se importado durante todos esses anos.
Ela o encarou com um olhar ressentido.
-- Estou muito bem. -- Gabriela respondeu começando a mexer no computador.
-- Que bom. Fico feliz por estar empregada. Estranhei quando te vi com o Sr Willians no restaurante durante o almoço, mas agora tudo faz sentido.
Gabriela olhou inconformada para o pai.
-- Então, o senhor apareceu no restaurante e simplesmente me viu , não é mesmo? E ao invés de falar comigo, fingiu que eu não existia.
Gabriela altera seu tom de voz se levantando da cadeira.
-- Calma, filha. Não precisa ficar nervosa.
O ambiente estava tenso. Gabriela sentira que era o momento de jogar tudo na cara de Geraldo, tudo aquilo que ela guardou durante anos.
-- Calma? Como pode me pedir calma, se em todo esse tempo foi a coisa que mais tive. Sempre esperei o meu pai tomar uma atitude de pai e agir como o tal, mas sempre me desprezou. Você não merece meu respeito.
Geraldo se sente ofendido e dar uma tapa no rosto de Gabriela. Na mesma hora, Brendon apareceu e o empurrou para longe.
O corredor ficou em silêncio quando o tapa ecoou no ar. Gabriela segurou seu rosto, atônita com a violência repentina de seu pai. Mas ela não iria permitir que ele a intimidasse mais uma vez.
Brendon encarava Geraldo com fúria nos olhos enquanto sua voz soava friamente:
-- Como você ousa tocar na minha funcionária? Você é um homem desprezível! É advogado, mas parece que não conhece as leis.
Gabriela rapidamente se recuperou do choque inicial e olhou para Brendon com gratidão por tê-la defendido. Ela sabia que finalmente havia encontrado alguém que estivesse ao seu lado.
-- Sr. Martins, peço educadamente que deixe este lugar imediatamente - disse Brendon com firmeza e educação -- Não vou tolerar nenhum tipo de comportamento violento aqui . Jamais vou permitir que alguém agrida meus funcionários, quanto mais se for mulher.
Geraldo ficou momentaneamente sem palavras diante da firmeza de Brendon e da postura decidida de sua filha. Ele percebeu naquele momento a gravidade do erro cometido e sentiu-se envergonhado.
Com relutância, Geraldo virou as costas e saiu do escritório sem dizer uma palavra sequer.
Gabriela respirava pesadamente enquanto observava seu pai se afastar. Ela sentia um turbilhão de emoções dentro dela - raiva pela agressão sofrida, tristeza pela falta de amor paterno ao longo dos anos e também alívio por finalmente ter encontrado alguém disposto a protegê-la.
Brendon aproximou-se dela suavemente, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.
-- Você está bem? - perguntou ele preocupado .
Gabriela assentiu lentamente, seus olhos fixos nos dele cheios de gratidão.
-- Sim... obrigada por estar aqui..
Brendon sorriu gentilmente antes de responder:
-- Jamais vou permitir violência contra mulher nessa empresa. Esse advogado vai perder sua credencial para exercer. Eu mesmo vou cuidar desse assunto pessoalmente.
Gabriela olhou para Brendon perplexa diante das afirmações.
-- O senhor vai denuncia-lo?
Ela se preocupou com Geraldo.
-- Gabriela, eu acabei escutando sua conversa com aquele homem. Não foi minha intenção isso, mas infelizmente escutei. O Renner Lopez recebeu uma ligação da noiva e teve que deixar a empresa e assim eu retornei e ...
-- Sr. Willians, não precisa se explicar. Eu entendo. Poisé, aquele homem é o meu pai. Nós nunca nos entendemos, e eu sempre guardei todas as decepções que ele me fez passar. E hoje acabei esquecendo de continuar guardando e soltei aquelas palavras.
Gabriela sentiu um tremor percorrer seu corpo ao confessar a identidade de Geraldo. A vergonha a invadiu, misturada com a dor daquela relação conturbada. Uma lágrima solitária escorreu por sua face, que ela prontamente enxugou.
Brendon a observava com uma compaixão profunda em seus olhos. A vulnerabilidade dela o tocou de uma forma que ele jamais havia experimentado. Aquele gesto simples de enxugar a lágrima, a fragilidade escondida por trás da força que ela demonstrara momentos antes… tudo isso o cativou.
Ele se aproximou mais um passo, e disse em um sussurro rouco:
-- Gabriela… eu… Ele hesitou, procurando as palavras certas, as palavras que pudessem expressar a avalanche de emoções que o assolava. -- Eu não posso imaginar a dor que você carrega. Mas saiba que você não está sozinha.
Seus dedos roçaram levemente em seu braço, enviando uma corrente elétrica que a fez prender a respiração. O contato, embora sutil, era carregado de uma intensidade que a deixou sem ar. Ela ergueu o olhar, encontrando o dele. Aquele olhar profundo, a hipnotizava.
O silêncio que se seguiu foi denso, carregado de uma eletricidade silenciosa que pulsava entre eles. O ar parecia vibrar com a força daquela conexão inesperada. Gabriela sentia o coração batendo forte contra as costelas, como se quisesse escapar do peito. A proximidade de Brendon, o calor que emanava dele, a fazia sentir-se segura, protegida… e estranhamente desejada.
-- Eu… eu preciso ir ao banheiro, ela murmurou, quebrando o encanto com a voz trêmula. A necessidade de escapar daquela intensidade a dominava. Ela precisava respirar, precisava processar tudo o que havia acontecido.
Brendon assentiu, relutante em deixá-la ir, mas compreendendo a sua necessidade de se recompor.
-- Eu te acompanho até a porta , ofereceu, com a voz carregada de uma preocupação genuína.
Enquanto caminhavam lado a lado pelo corredor silencioso, a tensão no ar era quase palpável. Gabriela sentia o olhar de Brendon sobre si, um olhar que a aquecia e a perturbava ao mesmo tempo.
Chegando a porta do banheiro, ela se virou para ele, os olhos marejados.
-- Obrigada, sussurrou novamente, a voz embasada pela emoção. -- Por tudo.
Brendon pousou a mão delicadamente em seu rosto, o polegar acariciando sua bochecha com uma ternura infinita.
-- Não precisa agradecer, Gabriela. Cuidar de você… é o mínimo que eu posso fazer..
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Anonymous
Caraca amei a atitude dele 👏👏
2025-04-08
3
Carmen Borges de Oliveira
que homem gentil,
2025-04-14
0
Júlia Caires
que homem é esse Brasil
2025-03-05
1