Capítulo 2

Paris – janeiro 1811

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O salão de festas da propriedade Bonnet estava repleto de risos e conversas, com a música vibrante ecoando em cada canto, dando vida ao ambiente. Hoje era um dia especial, o decimo aniversário de Annabelle, e a mansão estava adornada com flores frescas e luzes cintilantes. Os convidados, vestidos com trajes de gala, circulavam pela sala, alguns discutindo negócios enquanto outros se deliciavam com chá e doces finos, mas todos compartilhavam um único pensamento: como a pequena Annabelle era encantadora.

A menina, com sua cabeleira ruiva e vestido de seda rosa pastel, estava como uma visão angelical no centro da festa. Seu vestido “curto”, que terminava ligeiramente abaixo dos joelhos, era de um tom suave que a fazia parecer flutuar no ar. Sem armação na saia, ela se sentia livre e confortável, correndo de um lado para o outro, brincando com seus amigos Layce sua prima – filha de seus tios, Alexandre e Amélie – e Pierre, filho de amigos da família. Pierre, sempre travesso, fazia caretas para arrancar risos da aniversariante, e o som de suas risadas era como música para os ouvidos de todos ao redor.

Catherine, mãe de Annabelle, observava a filha com um sorriso orgulhoso nos lábios, os olhos brilhando de amor. Não havia dúvida de que sua filha era a estrela da festa, com sua graça e beleza naturais que encantavam a todos.

— Feliz aniversário, senhorita Bonnet. – Disse Félix Laurent, o irmão mais novo de Liam, se aproximando de Annabelle, com uma rosa branca e um sorriso caloroso e a envolveu em um abraço afetuoso.

— Obrigada, Félix. – Respondeu Annabelle, retribuindo o abraço e aceitando a rosa branca, que era sua flor preferida.

Enquanto isso, Liam, que até então estava quieto em um canto da festa, observava a cena com atenção, seus olhos fixos no irmão e na noiva. Seu olhar não passava despercebido por ninguém. Era óbvio que ele não estava contente com o abraço, e a expressão de ciúmes em seu rosto era evidente. Ele não estava apenas observando, ele estava com raiva. Jamais admitiria que outro homem tocasse naquilo que considerava seu, e mesmo sendo seu irmão mais novo, Félix ousava se aproximar de sua futura esposa.

— Por que está com essa cara, Liam? – Perguntou Louise, mãe de Liam, enquanto observava seu filho com preocupação. A expressão de desgosto e possessividade de Liam não passava despercebida.

— Félix está abraçando Annabelle, ela será minha futura esposa. – Liam respondeu com um tom baixo e incisivo, apontando discretamente com o queixo na direção de Félix e Annabelle. — Aquele fedelho ousa encostar nela, ela é minha propriedade, e ele sabe disso.

— Liam! – Louise o repreendeu, levantando-se de sua cadeira. — Ela não é uma propriedade! Ela não é sua noiva, e seu irmão só está sendo educado.

— Ela é minha propriedade! Papai a escolheu como minha noiva. – Liam disse, sua voz ficando mais firme e desafiadora. Ele se levantou abruptamente, seus olhos ardendo de raiva. — Ela se casará comigo, e não com ele. Não quero que sejam amigos. Eles devem se tolerar no máximo.

— Liam Vincent Antoine Bernard de Laurent, esses não são os comportamentos que seu pai e eu lhe ensinamos. Não sei o que seu pai lhe disse, mas Annabelle não é sua noiva. Ela só será sua noiva se um dia você a cortejar e pedir sua mão em casamento. E repito: somente se ela aceitar! – Louise sussurrou, sua irritação clara em cada palavra. — Sente-se imediatamente.

Mas Liam não quis ouvir. Ele virou-se com raiva e deixou o salão, saindo para o jardim da propriedade Bonnet. O jardim era lindo, repleto de flores perfumadas e árvores bem cuidadas, mas Liam mal prestou atenção aos detalhes, sua mente estava longe, dominada pela ira e pela possessividade.

Ao longe, ele percebeu uma figura se aproximando. Uma mulher, com cabelos castanhos e olhos verde-oliva, caminhava com uma confiança notável. Ela se aproximou com um sorriso malicioso, sua expressão provocadora.

— Ora, ora, que sorte a minha, Liam Laurent, o libertino mais cobiçado da França. – Ela disse em tom de brincadeira, o sorriso travesso e desafiador em seu rosto.

Liam virou-se rapidamente, encarando a mulher com um olhar que misturava surpresa e desdém.

— Zoe Quinn... – Ele disse com um tom frio, sua expressão se fechando ao reconhecê-la. — O que deseja?

Zoe, sem hesitar, abriu um sorriso largo.

— O senhor sabe o que desejo. – Ela disse com um sorriso de orelha a orelha. — Desejo senti-lo dentro de mim novamente, enquanto me bate e me xinga com palavras baixas.

Liam arqueou uma sobrancelha, visivelmente intrigado com a audácia de Zoe.

— A senhorita é bem direta, sim? – Ele disse, a expressão séria, embora com um leve toque de divertimento. — Mas se não me falha a memória…

— O senhor nunca fica com a mesma mulher mais de uma vez, já sei seu discurso. – Zoe interrompeu, sua risada baixa e insolente. — Mas, se lembro bem, o senhor esteve entre minhas pernas mais de cinco vezes.

Liam não pôde evitar um sorriso irônico, sua atitude arrogante tomando conta.

— A senhorita é tão desesperada assim? Para contar quantas vezes nos deitamos juntos? – Ele reprimiu a vontade de rir. — Já fiquei com tantas mulheres que nem ao menos lembro de seus rostos ou nomes. – Ele a observava se aproximar. — O que está querendo, eu não posso lhe dar. Não me casarei com você.

Zoe se aproximou ainda mais, suas palavras saindo com um tom de desafio.

— Não estou pedindo que se case comigo, quero ser sua amante. – Liam olhou para Zoe com um sorriso forçado.

— A senhorita é filha de um Barão, um nobre de título modesto, mas ainda assim, um nobre. – Observou ele, encarando-a de forma provocativa. — Não deveria se humilhar, rastejando atrás de um homem dessa maneira. Se pensa que, ao se tornar minha amante, eu terei um rompante de sentimentos e, de repente, me apaixonarei por você, desista. Isso jamais acontecerá. Eu nunca me apaixonarei. Gosto de ter várias mulheres em minha coleção pessoal, e nunca me prenderia a apenas uma.

— A senhorita vem? – Perguntou ele, com um tom de pura superioridade. — Mas se vier, lembre-se das minhas palavras: você será apenas uma diversão passageira, enquanto eu não encontrar algo melhor.

Zoe permaneceu ali, observando a silhueta de Liam se distanciar, com um sorriso calculista nos lábios. Sabia que, apesar das palavras dele, um dia ele estaria completamente perdido para ela.

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