Capítulo 16-

Enquanto os dias passavam, Catarina parecia estar mais calma e estável na clínica psiquiátrica. Edgar sentia um misto de alívio e ansiedade por vê-la e saber de seu estado.

Finalmente, após oito longos dias de espera, Edgar foi liberado para visitar a esposa. Ao chegar à clínica, encontrou Catarina visivelmente emocionada e implorando para voltar para casa.

— Edgar, que saudades por que você me deixou aqui abandonada, não aguento mais este lugar.

Edgar abraçou e beijou sua esposa, também sentia saudades de Catarina.

— Eu não te abandonei querida, fiz isso para o seu bem, depois que você tomou todos aqueles comprimidos me deixou preocupado.

— Eu só queria dormir, aquela dor de cabeça estava acabando comigo, eu sei que errei mais prometo não fazer mais isso.

Ela prometeu a Edgar que estava se sentindo melhor e que não faria mais nada que pudesse preocupá-lo.

Com o coração apertado ao ver o sofrimento de Catarina, Edgar decidiu conversar com o médico responsável pelo tratamento. Ele queria ter certeza de que Catarina estava realmente melhor e saber se havia a possibilidade de levá-la de volta para casa.

O médico explicou que Catarina havia apresentado melhoras e que ele concordava em liberá-la para passar o final de semana em casa, mas seria necessário que ela retornasse para a clínica na segunda-feira. Ele ressaltou a importância de Edgar ficar atento e cuidar atentamente de Catarina, pois ela ainda precisava de cuidados especiais para se recuperar completamente.

— Edgar, sua esposa está parecendo estar melhor, mais tranquila, mais tem que tomar muito cuidado, ela pode a vir cometer outra loucura.

— Doutor, vou tomar bastante cuidado, vigiar ela constantemente, mais eu acredito que ela não vai fazer mais nada de errado.

— Não confie, Edgar todo o cuidado é pouco, não sabemos o que se passou pela cabeça dela, para tomar tantos comprimidos.

— Doutor ela não explicou por que fez aquela loucura.p

— Edgar a psicóloga tentou conversar com ela, mais ela não conseguiu se abrir com ela, mais como monitoramos todos os pacientes por câmera, Catarina teve vários pesadelos que não dizia coisa com coisa.

— O que por exemplo doutor!

— Nos pesadelos ela sempre diz que vai recuperar a filha dela, ela grita que quer a filha ao lado dela.

— Isso não é normal doutor, já que faz alguns dias que ela não vê nossa filha?

— Pode até ser Edgar, mais vamos agir com cautela, não descuide dela nem por um minuto, este é o conselho de um profissional.

— Está bem doutor! Obrigado por me alertar.

Era sexta feira, Edgar se comprometeu como o médico que Catarina retornaria na segunda feira para continuar com os tratamentos.

Então eles voltaram para casa, mas em momento algum Catarina perguntou por Liz, deixando Edgar pensativo.

Ao entrarem em casa, tanto Edgar como Glace que ainda estava lá cuidando de Liz, estranhou o que Catarina fez.

Ao invés de ir abraçar Liz, pois já fazia alguns dias que ela não via a filha mais ela foi para o lado de Glace abraçando Geovana, fazendo com que Geovana começasse a chorar.

— Você é muito linda minha princesa, não precisa chorar, eu gosto muito de você. — Dizia Catarina ainda sem se importar com Liz.

— Querida se afaste um pouco de Geovana, deixa Glace acalmar ela, com certeza ela assustou com a maneira como você a abraçou.

— Está garota tem que gostar de mim, eu gosto tanto dela.

Aquele comportamento de Catarina, deixou Glace e Edgar preocupados, pois Catarina nem sequer chegou perto da filha Liz, dando atenção somente para Geovana.

— Querida, vai abraçar Liz, você não está com saudades dela, a dias que você não a vê, saia de perto de Geovana, ela está chorando muito.

— Eu não quero abraçar Liz, eu não quero saber dessa garota, será que você não entende, eu não consigo sentir amor por ela, eu nunca a suportei.

Glace e Edgar ficaram inconformados com as palavras de Catarina, agora Edgar concordava com o médico, ela não estava realmente bem.

Edgar chegou a se arrepender de ter trazido Catarina para casa.

— Querida não estou te entendendo, Liz é apenas um bebê, é sua filha não pode tratar ela assim.

— Ela não é minha filha, não quero saber dela, tira essa garota insuportável de dentro da nossa casa, não quero ver ela nunca mais na minha frente.

Catarina foi para o lado de Liz, ameaçando dar um tapa na bebê, se Edgar não fosse rápido ela teria conseguido.

Glace vendo que a situação estava ficando fora do controle, foi até Liz que estava sentada no carrinho, e com Geovana no braço, começou a empurrar o carrinho de Liz para o jardim.

— Isso mesmo leva essa sua filha embora, não quero saber dela, suma com ela daqui.

Glace e Edgar não estavam entendendo o que Catarina estava tentando dizer.

Edgar estava tentando por várias maneiras fazer com que Catarina se acalmasse, mais não estava conseguindo.

Ela estava completamente transtornada.

Edgar pegou o celular em uma das mãos, com a outra mão tentando segurar Catarina, pois tinha medo do que ela viesse a fazer.

Então ele ligou para a clínica, com muita dificuldade conseguiu explicar a situação que Catarina estava, e pediu auxílio do médico.

O médico disse a Edgar que logo estaria ali, já ia providenciar uma ambulância para buscar Catarina.

Catarina depois que tomou consciência de que ia voltar para clínica começou a se acalmar.

— Por favor, não deixa eles levarem-me de volta para aquele lugar, eu não quero, só quero ficar perto da minha filha.

— Mais você está vendo o tratamento que você está dando para sua filha, ela é apenas um bebê, olha como você está tratando ela.

— Será que vocês ainda não entenderam, Geovana é minha filha, está outra bebê não é minha filha.

— Querida se acalme, Geovana é filha da Glace, você está confusa.

Catarina a todo o momento dizia que Liz, não era filha dela, mais tanto Edgar como Glace pensou que Catarina estivesse muito doente e estava fazendo confusão, jamais podiam imaginar que o que ela estava dizendo era verdade. Mais como eles poderiam imaginar tudo o que Catarina fez.

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