Capítulo 13-

Edgar levou Liz ao médico, acompanhado da babá Inês. Após o exame, o médico diagnosticou uma infecção na garganta da bebê e prescreveu alguns remédios.

— Doutor você tem certeza de que é só a garganta, ela vai ficar bem após tomar esses remédios?

— Pode ir em paz, realmente é só a garganta, em três dias ela estará ótima de novo.

De volta em casa, Edgar cuidou para que Liz tomasse os medicamentos corretamente, e a babá Inês ajudou a manter a rotina da menina.

Enquanto isso, os dias foram se passando e Edgar começou a notar um comportamento estranho em Catarina, sua esposa. Ela parecia nervosa, irritada, e demonstrava um estado de ansiedade fora do comum. Catarina estava sempre inquieta, e isso deixava Edgar preocupado.

Eles sempre mantiveram uma vida sexual ativa, mais últimamente Catarina só estava a evitar Edgar.

— Querida, você tem certeza de que você está bem? Nunca passamos mais de três dias sem fazer amor, e já está indo para quase duas semanas que você está só me evitando.

— Edgar realmente esta enxaqueca está acabando comigo, não estou com disposição para mais nada.

— Querida, acho melhor você procurar um médico, o que está acontecendo com você não é normal, vou marcar uma consulta e nós vamos juntos ao médico.

— Não é necessário, eu sempre tive essas enxaquecas, logo vou estar boa.

— Sim querida você sempre teve, mais ultimamente tem piorado bastante, dorme e descansa, mais pensa com carinho na hipótese de ir a um médico.

Catarina virou para o outro lado na cama, dormir como? A sombra do remorso de ter trocado as crianças, não saia da sua cabeça depois que ela conheceu Geovana pessoalmente.

Já fazia alguns dias que ela não conseguia dormir direito, ficava quase o dia todo trancada no quarto, sua vida perdera o sentido.

Inês estava cada dia mais preocupada, com medo que Catarina acabasse confessando o que elas fizeram.

Ela estava sinceramente pensando em usar o dinheiro que ganhou de Catarina pela troca dos bebês, e comprar uma casa em outra cidade e se mudar.

Os dias passavam e Catarina só piorava, Edgar não sabia mais o que fazer.

Esta tarde ao chegar do serviço, perguntou a Inês de Catarina.

— Boa tarde! Inês, boa tarde! princesinha do papai. Onde está sua patroa Inês?

— A Senhora não desceu nem para o almoço, está no quarto o dia todo.

— Esta situação não está me agradando, eu vou subir e vou obrigar Catarina a ir ao médico hoje.

Ao entrar no quarto, Edgar encontrou Catarina caída no chão.

Ele ficou desesperado ao ver um vidro de calmante na mão de Catarina.

Edgar tentou acordar Catarina mais era como se ela estivesse morta.

Edgar verificou o pulso, e a respiração.

Ela estava respirando, então ele pegou ela nos braços desceu imediatamente, pediu a Inês para cuidar de Liz, colocou Catarina no banco traseiro do carro e correu para o hospital.

A situação era urgente e Edgar levou Catarina correndo para o hospital, pois ela havia ingerido uma grande quantidade de calmantes tarja preta e estava desmaiada. Após a chegada ao hospital, os médicos prestaram os primeiros socorros e posteriormente um deles chamou Edgar para uma conversa privada.

— Senhor, por favor, me acompanhe.—disse o médico, levando-o para uma sala reservada. Entendo que essa situação é muito preocupante, então preciso explicar algumas coisas para você.

Edgar estava visivelmente agitado e ansioso.

— Por favor, me diga como está a Catarina, qual é a situação dela?

O médico respirou fundo e respondeu com calma:

— Nós estabilizamos Catarina, mas devemos ser honestos sobre as possíveis complicações. A quantidade de calmantes que ela ingeriu é extremamente perigosa. Além do risco de overdose, ela pode enfrentar dificuldades respiratórias, sonolência extrema e até mesmo entrar em coma. Além disso, a longo prazo, o uso excessivo desse tipo de medicamento pode levar à dependência, problemas cardíacos e danos ao fígado.

Edgar ficou atônito, tentando assimilar todas as informações.

 — Ela vai ficar bem? Como podemos reverter os danos?

O médico suspirou e olhou para Edgar com compaixão.

— Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para ajudá-la. No momento, estamos monitorando sua condição de perto e fazendo o possível para evitar complicações. Mas eu preciso que você esteja ciente de que o processo de recuperação pode ser longo e difícil. Além disso, ela vai precisar de suporte psicológico para lidar com o motivo que a levou a isso.

Edgar ouviu atentamente, com os olhos cheios de lágrimas, e assentiu.

— Eu farei o que for preciso para ajudá-la. Obrigado por me manter informado, doutor.

O médico colocou a mão no ombro de Edgar num gesto reconfortante.

— Estamos aqui para apoiá-los. Agora, vamos nos concentrar em garantir que Catarina tenha o cuidado e o apoio de que ela precisa. Por favor, me avise se precisar de alguma coisa, ok?

Edgar agradeceu ao médico e ficou ao lado de Catarina, aguardando notícias sobre sua recuperação, consciente de que enfrentariam desafios significativos pela frente.

Edgar foi ao restaurante do hospital comer alguma coisa pois estava com muita fome, não jantara.

Assim que Edgar retornou o médico veio falar com ele novamente. Seu semblante era sério e preocupado.

— Edgar, eu tenho novidades sobre a Catarina. — disse o médico com cautela. Ela acordou, mas está bastante confusa e desorientada. Não está conseguindo falar coisa com coisa. É um sinal de que os efeitos da overdose ainda estão presentes e ela precisa de cuidados especiais.

Edgar sentiu um aperto no peito ao ouvir isso. Ele queria abraçar Catarina e dizer que tudo ficaria bem, mas impacto do que o médico estava dizendo era pesado.

O médico continuou:

— Diante dessa situação, o ideal seria internar Catarina em uma clínica psiquiátrica. Lá ela receberá o tratamento especializado que precisa, com acompanhamento 24 horas por dia. As próximas semanas serão cruciais para a recuperação dela.

Edgar estava atordoado, mas sabia ser a decisão mais sensata.

— Sim, se for o melhor para ela, então vamos fazer isso. Só quero que ela fique bem, doutor.

O médico assentiu, compreendendo a angústia de Edgar.

— Estamos fazendo o melhor possível para ajudá-la. Vou iniciar os trâmites necessários para a internação o mais rápido possível. E, por favor, saiba que estamos aqui para oferecer o apoio necessário a você também.

Edgar agradeceu ao médico e, por um momento, sentiu um misto de alívio e apreensão. Ele sabia que o caminho à frente seria difícil, mas estava determinado a fazer tudo o que fosse preciso para ajudar Catarina a superar essa terrível experiência.

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