Capítulo 4-

Glace sentia-se devastada e dilacerada. Ela amava Arthur com todo o seu coração, mas, diante do ultimato que ele tinha dado, teria que escolher entre ele e o bebê que estava esperando. E, sem hesitar, Glace sabia que sua escolha seria sempre o seu filho. Jamais consideraria fazer um aborto, mesmo que esse fosse o desejo de Arthur.

Aquela criança, fruto do amor que Glace acreditava ter com Arthur, merecia ser amada e acolhida por seus pais. No entanto, ao ver a insistência de Arthur para que ela acabasse com a vida do bebê, Glace percebeu que talvez ele não a amasse da mesma forma profunda e verdadeira como ela o amava.

Os dias que se seguiram foram extremamente difíceis para Glace. A presença constante de Arthur no escritório, enquanto ele fingia que nada havia acontecido e ignorava completamente sua gravidez, corroía Glace por dentro. Mas, apesar de toda a dor e confusão que isso lhe causava, o bebê que crescia em seu ventre era sua força motriz. A cada dia que passava, ela nutria ainda mais amor por seu filho, sentindo-se abençoada por tê-lo em sua vida.

Enquanto isso, os pais de Arthur, Sônia e Bonifácio, preocupados e angustiados com a atitude do filho, tentavam incansavelmente dialogar com ele. Tentavam mostrar a importância da família e dos laços de sangue que os uniam. No entanto, o orgulho de Arthur falava mais alto, cegando-o para o amor e a responsabilidade que ele deveria ter em relação a Glace e ao filho que ela carregava.

— Arthur meu filho, você está agindo de forma muito errada, tem que ficar ao lado de Glace e do seu filho.

— Pai eu já disse que eu não quero esse filho, se ela quiser que tenha o bebê sozinha, ela que decidiu assim.

— Filho, eu só espero que você não venha a se arrepender, pois está perdendo uma grande mulher que é a Glace, e seu filho, e te digo mais a oportunidade de construir uma família feliz.

— Pai você e a mãe sempre me ensinaram que uma família não pode começar de repente, tem que ser planejada.

— Sim filho, mais você errou e tem que assumir seu erro, essa criança não tem culpa dos seus erros.

Glace, mesmo ferida e despedaçada, encontrou forças para não ceder ao desespero e à tristeza. Ela sabia que precisava ser uma lutadora, tanto para salvar seu bebê quanto para proteger a si mesma. Ela decidiu que não permitiria que o orgulho de Arthur a destruísse.

Com a determinação firmemente estabelecida em seu coração, Glace decidiu confrontar Arthur e fazer com que ele encarasse as consequências de suas escolhas. Ela estava disposta a lutar pelo amor e pela vida de seu filho, mesmo que isso significasse enfrentar barreiras e obstáculos aparentemente intransponíveis.

Naquele momento de dor e incerteza, Glace encontrou forças em seu amor incondicional pelo bebê que carregava. Ela sabia que, independentemente do que o futuro reservasse, o amor de mãe jamais falharia em proteger e nutrir a vida que crescia dentro dela.

E assim, Glace seguiu em sua jornada, com coragem e fé, enfrentando a desolação e a rejeição. Ela estava determinada a provar a Arthur que o amor verdadeiro não é algo que pode ser descartado ou negado, mas sim uma força que transcende todas as dificuldades.

Enquanto a batalha pela aceitação e pela união familiar se desenrolava, Glace permanecia esperançosa de que, com o tempo, as feridas seriam curadas e o amor prevaleceria sobre o orgulho. Pois, no final das contas, a vida é um mistério cheio de oportunidades para o amor e a redenção.

Se algum dia Arthur mudasse de ideia e aceitasse o bebê, quem sabe eles não poderiam ser felizes algum dia no futuro.

Mais naquela tarde toda a esperança de Glace foi para o espaço ao passar pela sala de Arthur e ouvir ele conversando com Mariza a secretária do escritório.

— Arthur eu gostaria de aceitar o seu pedido para namorar com você, mais a Glace foi sua namorada e espera um filho seu, é uma situação difícil para mim, eu gosto da Glace. — Mariza conversa com Arthur não imaginando que Glace está ouvindo.

— Mariza entre eu e a Glace não existe mais nada, na realidade eu nunca amei verdadeiramente ela, jamais vamos voltar a nos relacionar.

— Como assim Arthur, você e a Glace parecia um casal tão feliz, não é possível que você fingia o tempo todo estar apaixonado.

— A Glace nunca despertou em mim este desejo que estou tendo de te beijar, de ter você, eu sonho com você Mariza, sonho em ver este seu corpo lindo despido, você é uma mulher encantadora Mariza.

— Você está vendo, eu acho que você só quer se aproveitar de mim Arthur, esquece já vou te adiantando que não sou uma mulher fácil, para eu me relacionar com um homem, tem que existir sentimentos entre nós dois.

— Mais Mariza, eu estou tentando te dizer que o que eu estou sentindo por você, é um sentimento muito maior do que eu sentia pela Glace, depois do beijo que trocamos não consigo tirar você da minha cabeça.

— Beijo este que você me pegou desprevenida, você simplesmente me atacou.

— Mais você gostou, pois correspondeu, e sei que você gosta de mim e me deseja assim como eu te desejo.

— Eu me assustei Arthur, pois realmente não estava esperando, por aquele beijo, mais já me arrependi, te peço que esqueça não quero ser desleal com Glace.

Glace mais uma vez ficou sem chão, uma lágrima teimou em descer pelo seu rosto.

Ela sabia, mais agora teve a certeza de que Arthur nunca a amou.

Ela passou a mão sobre seu ventre, procurando forças, pois seu filho era o motivo da sua força.

Glace em um ato inesperado, secou a lágrima que teimou em cair com a mão, e entrou na sala que Arthur e Mariza estavam.

— Vocês me dão licença, sem querer eu ouvi a conversa entre vocês dois, e quero te dizer uma coisa Mariza.

— Glace me perdoa, eu não queria te magoar.

— Você não me magoou Mariza, só quero esclarecer um detalhe, eu e o Arthur terminamos, não terá mais volta Mariza, se você quiser assumir compromisso com ele, fique a vontade, só tome cuidado para ele não brincar com seus sentimentos, igual brincou com os meus.

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