The Karrash Slayer
Acordei com um som ensurdecedor. O teto do meu quarto tremia como se o mundo estivesse desabando. Meu corpo, preso ao colchão pela paralisia do medo, recusava-se a reagir. O que estava acontecendo?
Levantei-me cambaleante, meus olhos fixos na janela. Do lado de fora, o céu estava pintado em tons de vermelho e laranja, como se o inferno tivesse descido à Terra. No horizonte, um enorme meteoro rasgava os céus, sua cauda flamejante cuspindo destruição em todas as direções.
— Isso não pode ser real... — murmurei, sentindo um calafrio percorrer minha espinha.
Segundos depois, o impacto veio. Um estrondo que fez meu coração parar. A explosão foi tão forte que as janelas se estilhaçaram, e fui jogado contra a parede. Uma onda de calor me atingiu, queimando minha pele, mas não tanto quanto o desespero queimava minha alma.
Quando recuperei a consciência, o silêncio era ensurdecedor. Levantei-me, tropeçando nos cacos de vidro espalhados pelo chão. Olhei para fora novamente, e o que vi me fez vomitar no chão.
Minha cidade, minha casa... Tudo havia desaparecido. No lugar das ruas movimentadas e prédios familiares, só havia escombros e fumaça. Cadáveres espalhados por todos os lados, muitos irreconhecíveis. O cheiro de carne queimada e sangue fresco impregnava o ar.
Eu estava sozinho.
Os dias que se seguiram foram um borrão de dor e desespero. Sem comida, sem água, sem ninguém. Caminhei pelas ruínas, gritando por ajuda, mas só o eco da minha voz me respondia.
Até que eles apareceram.
Os primeiros Karrash que vi eram grotescos. Criaturas que pareciam ter saído dos piores pesadelos. Pele retorcida, olhos brilhantes como brasas e dentes que poderiam rasgar aço. Eles se moviam em bandos, caçando o que restava de humanos.
Minha primeira reação foi correr. Fugi como um covarde, escondendo-me entre os escombros enquanto os monstros devoravam um grupo de sobreviventes. Seus gritos de agonia ecoaram por horas na minha mente.
Mas então aconteceu algo estranho.
Uma voz ecoou na minha cabeça, uma voz que não era minha.
— Você deseja sobreviver?
Olhei em volta, procurando a origem daquela voz. Não havia ninguém ali, apenas os cadáveres e os monstros à distância.
— Quem... Quem está aí? — perguntei, minha voz trêmula.
— Responda, humano. Você deseja sobreviver?
Engoli em seco. Eu não sabia se estava ficando louco, mas uma coisa era certa: eu queria viver.
— Sim! — gritei. — Sim, eu quero viver!
No instante em que respondi, uma dor lancinante atravessou meu corpo. Caí de joelhos, segurando a cabeça enquanto imagens caóticas inundavam minha mente. Era como se todo o conhecimento do universo estivesse sendo despejado dentro de mim.
Quando a dor finalmente passou, percebi que algo havia mudado. Minhas mãos brilhavam com uma energia desconhecida, e de alguma forma, eu sabia o que fazer.
— "Desejo Creator"... — sussurrei, como se o nome da habilidade já estivesse gravado na minha alma.
Meu primeiro uso da habilidade foi desajeitado, mas eficaz. Criei uma espada simples, nada além de uma lâmina afiada feita de metal bruto. Quando os Karrash me encontraram, eu estava pronto.
Eles vieram em massa, suas garras e dentes prontos para me despedaçar. Mas eu não era mais o mesmo. Com cada balanço da espada, mais sangue escuro tingia o chão. A sensação de cortar aquelas criaturas... Era horrível e viciante ao mesmo tempo.
— Vocês não vão me matar! — gritei, enquanto cortava o último deles ao meio.
Quando tudo acabou, eu estava coberto de sangue, meu corpo tremendo de exaustão. Mas, pela primeira vez, senti algo além de medo: poder.
Os dias seguintes foram dedicados a explorar minha habilidade. Descobri que podia criar quase qualquer coisa que minha mente imaginasse, desde que tivesse energia suficiente. Comida, armas, até um abrigo improvisado. Tudo estava ao meu alcance.
Mas com o poder veio a arrogância. Cada vez que encontrava outros sobreviventes, sentia o desprezo crescer em meu coração. Eles eram fracos, desesperados. Um reflexo do que eu era antes.
A primeira vez que matei um humano foi quase acidental. Um homem tentou roubar minha comida. Ele veio com uma faca, gritando que precisava alimentar sua família.
— Não me importa sua família. — Minhas palavras foram frias, e minha lâmina foi ainda mais.
Cortei sua garganta sem hesitar, vendo a vida deixar seus olhos. Não senti remorso, apenas a certeza de que eu havia feito o que era necessário.
Agora, estou aqui, o único sobrevivente da minha cidade. Um nerd otaku que se tornou um assassino, um sobrevivente. Não confio em ninguém, e ninguém confia em mim.
Mas isso vai mudar.
Eu não vou apenas sobreviver. Eu vou dominar. E quando este mundo estiver aos meus pés, os fracos irão perecer.
Este é o começo de uma nova era. Minha era.
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Atualizado até capítulo 41
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