O horizonte estava tomado por nuvens negras, e o cheiro de cinzas e carne queimada era constante. A humanidade havia destruído o mundo muito antes do meteoro, mas o impacto final trouxe o caos absoluto. Ainda assim, eu estava aqui, não como um sobrevivente, mas como alguém que moldaria este novo inferno ao meu gosto.
Ayumi estava ao meu lado, sua determinação crescendo a cada dia. Os outros sobreviventes que encontramos — agora sob minha liderança — ainda eram frágeis. Mas eu os faria fortes, ou os descartaria como o lixo que eram.
— Vamos nos mover — ordenei, com minha voz firme ecoando no silêncio.
— Para onde? — perguntou um dos homens do grupo.
Olhei para ele, meus olhos frios.
— Para o topo.
A viagem era exaustiva, mas o objetivo era claro. Eu precisava de mais poder, mais seguidores e mais informações sobre esses chamados "Salvadores". O grupo que eu liderava não tinha escolha senão me seguir, porque, para eles, eu era a única coisa entre a sobrevivência e a morte.
Ao atravessar uma floresta retorcida, repleta de árvores carbonizadas e cadáveres de Karrash espalhados, nos deparamos com algo peculiar: uma construção em ruínas, provavelmente uma antiga base militar.
— Vamos entrar — declarei, avançando sem hesitar.
O grupo me seguiu, embora hesitantes. Lá dentro, o ar era pesado, e o silêncio era opressor. Porém, o que realmente chamou minha atenção foi o que encontramos no centro do prédio: uma máquina estranha, com tubos conectados a um tanque cheio de líquido vermelho.
— O que é isso? — perguntou Ayumi, cautelosa.
— Criar: Analisador Universal.
Uma pequena tela holográfica surgiu em minha mão, escaneando a máquina. A resposta me surpreendeu.
— Isso é... um núcleo de energia.
— E o que significa? — Ayumi perguntou novamente, seus olhos cheios de curiosidade.
— Significa que temos a chave para criar algo maior.
Passei horas ajustando o núcleo com o "Desejo Creator", moldando-o para se tornar uma arma e uma fonte de energia para nós. Enquanto trabalhava, observei Ayumi e os outros treinando com armas rudimentares que eu havia criado para eles.
— Vocês são fracos — disse, aproximando-me do grupo. — Mas isso vai mudar.
— Como? — perguntou um dos homens, a voz cheia de ceticismo.
Sem responder, invoquei uma arma simples: uma espada feita de energia pura.
— Lutem contra mim.
— O quê?! Isso é suicídio! — protestou uma das mulheres.
— Ou lutam... ou morrem agora.
Meu tom deixou claro que não havia espaço para discussão. Relutantemente, eles se armaram e avançaram.
A "batalha" durou menos de cinco minutos. Todos estavam no chão, feridos, ofegantes e com expressões de puro terror.
— Isso... isso é impossível — murmurou um deles.
— Não é impossível. É necessário. — Dei um passo à frente, olhando para cada um deles. — Este mundo não vai poupar ninguém. Se não forem fortes, vão morrer.
Olhei para Ayumi, que estava de pé, embora com dificuldade. Ela havia resistido mais do que os outros.
— E você, Ayumi? Vai continuar fraca?
Seus olhos se estreitaram, e pela primeira vez, vi um vislumbre de fúria neles.
— Não... não vou.
Um sorriso se formou em meu rosto.
— Ótimo.
Ao final do dia, o grupo estava exausto, mas algo havia mudado. Eu podia ver em seus olhos que a fraqueza estava sendo substituída por algo mais perigoso: determinação.
— Amanhã, vamos caçar — anunciei.
— Caçar o quê? — perguntou um deles, hesitante.
— Qualquer coisa que se mova. — Meu tom não deixou dúvidas sobre o que isso significava.
Este mundo precisava ser dominado, e eu seria o rei. Mas antes disso, eu moldaria meus seguidores, transformando-os em algo além de humanos. Eles seriam minhas armas, minhas mãos, e se preciso, meu sacrifício.
O núcleo de energia estava pronto, e com ele, o primeiro passo para criar meu reino havia sido dado.
— Vocês vão aprender a matar... ou serão as próximas vítimas.
A noite caiu, mas o brilho vermelho do núcleo iluminava o rosto de todos. Para eles, aquilo era uma luz de esperança. Para mim, era apenas o começo de um reinado de sangue.
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Atualizado até capítulo 41
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