A madrugada era opressora, o ar pesado com a umidade das árvores carbonizadas ao nosso redor. O núcleo de energia, agora alojado no meu bracelete, pulsava como uma extensão da minha própria alma. Uma fonte infinita de poder, aguardando para ser explorada.
O grupo dormia ao redor de uma fogueira improvisada, exaustos da "lição" que eu havia lhes dado mais cedo. Ayumi, no entanto, estava acordada, sentada ao meu lado. Seus olhos fitavam a chama, mas sua mente parecia longe.
— Ayumi — chamei, minha voz cortando o silêncio.
Ela virou o rosto, e eu vi algo diferente nela: uma centelha de determinação que não estava ali antes.
— O que foi? — respondeu, seca.
— O que você quer deste novo mundo?
Ela hesitou, seus lábios se comprimindo. Por fim, respondeu:
— Sobreviver.
Eu ri, um som baixo e frio.
— Sobrevivência é o mínimo. Eu não quero apenas sobreviver. Quero moldar este mundo. Quero que todos aqueles que ousarem cruzar meu caminho sejam esmagados sem piedade.
Ayumi ficou em silêncio, mas seus olhos não desviaram.
— E você vai me ajudar com isso.
O amanhecer trouxe mais do que luz: trouxe caos. Enquanto o grupo começava a se organizar, fomos atacados.
Criaturas, humanoides grotescos com garras afiadas e bocas cheias de dentes, emergiram da floresta. Karrash.
— Todos para suas posições! — gritei, ativando meu bracelete e conjurando uma lâmina feita de pura energia.
O primeiro ataque foi rápido e brutal. Um dos homens do grupo foi despedaçado antes de sequer reagir. Seus gritos de agonia ecoaram pelo campo, mas eu não me importei.
— Matem ou morram! — berrei, avançando contra as criaturas.
A batalha foi um massacre. Não para mim, é claro. Eu era uma tempestade de destruição, cortando e dilacerando qualquer Karrash que cruzasse meu caminho. Cada golpe meu era final, cada movimento uma obra de arte letal.
Mas o resto do grupo? Eles lutaram como podiam, mas a inexperiência e o medo os tornavam presas fáceis. Ayumi foi a única que se destacou, suas flechas precisas perfurando os monstros com uma eficiência surpreendente.
No final, restaram apenas cadáveres, tanto de Karrash quanto de humanos.
— Isso foi uma vergonha. — Minha voz era fria enquanto olhava para os sobreviventes restantes. — Se vocês não aprenderem a lutar, vou deixá-los para trás.
Ninguém ousou contestar.
Depois da batalha, seguimos em frente. A cada passo, eu sentia meu poder crescer. O núcleo no meu bracelete parecia responder ao meu desejo, alimentando minhas criações com mais força.
Enquanto caminhávamos, avistamos uma vila ao longe. As construções eram toscas, mas havia sinais de vida. Fumaça subia das chaminés, e podíamos ouvir vozes ao vento.
— Vamos até lá — ordenei, um sorriso cruel surgindo no meu rosto.
— E se forem hostis? — perguntou um dos homens, ainda trêmulo da batalha anterior.
— Então morrerão.
Ao chegarmos à vila, fomos recebidos por olhares desconfiados. Havia talvez vinte ou trinta pessoas ali, armadas com armas improvisadas.
— Quem são vocês? — gritou um homem, que parecia ser o líder.
— Sobreviventes — respondi, aproximando-me sem medo. — E vocês?
O homem hesitou.
— Também. O que vocês querem?
— Refúgio. E comida.
Ele estreitou os olhos, mas antes que pudesse responder, completei:
— E, em troca, posso garantir que nenhum Karrash vai tocar este lugar.
Os moradores se entreolharam. Eles sabiam que estavam vulneráveis, e minha demonstração de força foi suficiente para convencer a maioria.
— Tudo bem — disse o líder. — Mas você e seu grupo vão ter que trabalhar.
Eu sorri.
— Claro.
A vila era fraca, um amontoado de miseráveis tentando sobreviver em meio ao caos. Mas isso estava prestes a mudar.
Naquela noite, reuni os moradores em torno de uma fogueira.
— Este mundo é cruel. Fraco. E vocês são fracos. Mas isso pode mudar.
Alguns murmuraram entre si, mas ninguém teve coragem de me interromper.
— Sob minha liderança, esta vila não será apenas um refúgio. Será o início de algo maior. Um reino.
— E por que deveríamos seguir você? — perguntou o líder, cruzando os braços.
Olhei para ele, meu sorriso desaparecendo.
— Porque eu sou a única coisa que pode impedir sua morte.
Antes que ele pudesse responder, levantei a mão, e uma lança de energia pura atravessou o peito dele.
Os moradores gritaram, mas eu os silenciei com um único olhar.
— Alguém mais quer questionar minha autoridade?
O silêncio que se seguiu foi absoluto.
— Ótimo. Agora, ajoelhem-se.
Um por um, eles se ajoelharam, e eu senti algo dentro de mim despertar. Este era o começo. Não de um refúgio, mas de um império.
— A partir de hoje, vocês não são sobreviventes. Vocês são soldados. E eu sou o vosso rei.
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Atualizado até capítulo 41
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