Capítulo 5 - Um Reino Escrito em Sangue

A madrugada era opressora, o ar pesado com a umidade das árvores carbonizadas ao nosso redor. O núcleo de energia, agora alojado no meu bracelete, pulsava como uma extensão da minha própria alma. Uma fonte infinita de poder, aguardando para ser explorada.

O grupo dormia ao redor de uma fogueira improvisada, exaustos da "lição" que eu havia lhes dado mais cedo. Ayumi, no entanto, estava acordada, sentada ao meu lado. Seus olhos fitavam a chama, mas sua mente parecia longe.

— Ayumi — chamei, minha voz cortando o silêncio.

Ela virou o rosto, e eu vi algo diferente nela: uma centelha de determinação que não estava ali antes.

— O que foi? — respondeu, seca.

— O que você quer deste novo mundo?

Ela hesitou, seus lábios se comprimindo. Por fim, respondeu:

— Sobreviver.

Eu ri, um som baixo e frio.

— Sobrevivência é o mínimo. Eu não quero apenas sobreviver. Quero moldar este mundo. Quero que todos aqueles que ousarem cruzar meu caminho sejam esmagados sem piedade.

Ayumi ficou em silêncio, mas seus olhos não desviaram.

— E você vai me ajudar com isso.

O amanhecer trouxe mais do que luz: trouxe caos. Enquanto o grupo começava a se organizar, fomos atacados.

Criaturas, humanoides grotescos com garras afiadas e bocas cheias de dentes, emergiram da floresta. Karrash.

— Todos para suas posições! — gritei, ativando meu bracelete e conjurando uma lâmina feita de pura energia.

O primeiro ataque foi rápido e brutal. Um dos homens do grupo foi despedaçado antes de sequer reagir. Seus gritos de agonia ecoaram pelo campo, mas eu não me importei.

— Matem ou morram! — berrei, avançando contra as criaturas.

A batalha foi um massacre. Não para mim, é claro. Eu era uma tempestade de destruição, cortando e dilacerando qualquer Karrash que cruzasse meu caminho. Cada golpe meu era final, cada movimento uma obra de arte letal.

Mas o resto do grupo? Eles lutaram como podiam, mas a inexperiência e o medo os tornavam presas fáceis. Ayumi foi a única que se destacou, suas flechas precisas perfurando os monstros com uma eficiência surpreendente.

No final, restaram apenas cadáveres, tanto de Karrash quanto de humanos.

— Isso foi uma vergonha. — Minha voz era fria enquanto olhava para os sobreviventes restantes. — Se vocês não aprenderem a lutar, vou deixá-los para trás.

Ninguém ousou contestar.

Depois da batalha, seguimos em frente. A cada passo, eu sentia meu poder crescer. O núcleo no meu bracelete parecia responder ao meu desejo, alimentando minhas criações com mais força.

Enquanto caminhávamos, avistamos uma vila ao longe. As construções eram toscas, mas havia sinais de vida. Fumaça subia das chaminés, e podíamos ouvir vozes ao vento.

— Vamos até lá — ordenei, um sorriso cruel surgindo no meu rosto.

— E se forem hostis? — perguntou um dos homens, ainda trêmulo da batalha anterior.

— Então morrerão.

Ao chegarmos à vila, fomos recebidos por olhares desconfiados. Havia talvez vinte ou trinta pessoas ali, armadas com armas improvisadas.

— Quem são vocês? — gritou um homem, que parecia ser o líder.

— Sobreviventes — respondi, aproximando-me sem medo. — E vocês?

O homem hesitou.

— Também. O que vocês querem?

— Refúgio. E comida.

Ele estreitou os olhos, mas antes que pudesse responder, completei:

— E, em troca, posso garantir que nenhum Karrash vai tocar este lugar.

Os moradores se entreolharam. Eles sabiam que estavam vulneráveis, e minha demonstração de força foi suficiente para convencer a maioria.

— Tudo bem — disse o líder. — Mas você e seu grupo vão ter que trabalhar.

Eu sorri.

— Claro.

A vila era fraca, um amontoado de miseráveis tentando sobreviver em meio ao caos. Mas isso estava prestes a mudar.

Naquela noite, reuni os moradores em torno de uma fogueira.

— Este mundo é cruel. Fraco. E vocês são fracos. Mas isso pode mudar.

Alguns murmuraram entre si, mas ninguém teve coragem de me interromper.

— Sob minha liderança, esta vila não será apenas um refúgio. Será o início de algo maior. Um reino.

— E por que deveríamos seguir você? — perguntou o líder, cruzando os braços.

Olhei para ele, meu sorriso desaparecendo.

— Porque eu sou a única coisa que pode impedir sua morte.

Antes que ele pudesse responder, levantei a mão, e uma lança de energia pura atravessou o peito dele.

Os moradores gritaram, mas eu os silenciei com um único olhar.

— Alguém mais quer questionar minha autoridade?

O silêncio que se seguiu foi absoluto.

— Ótimo. Agora, ajoelhem-se.

Um por um, eles se ajoelharam, e eu senti algo dentro de mim despertar. Este era o começo. Não de um refúgio, mas de um império.

— A partir de hoje, vocês não são sobreviventes. Vocês são soldados. E eu sou o vosso rei.

Capítulos
1 Capítulo 1 - O Fim da Humanidade
2 Capítulo 2 - O Primeiro Seguidor
3 Capítulo 3 - O Início do Reino de Sangue
4 Capítulo 4 - O Primeiro Passo para o Reino
5 Capítulo 5 - Um Reino Escrito em Sangue
6 Capítulo 6 - O Nascimento de um Império
7 Capítulo 7 - Sangue no Horizonte
8 Capítulo 8 - A Ascensão do Rei
9 Capítulo 9 - A Chama da Submissão
10 Capítulo 10 - Banho de Sangue
11 Capítulo 11 - A Fortaleza de Pedra
12 Capítulo 12 - O Império da Ruína
13 Capítulo 13 - As Cinzas do Antigo Mundo
14 Capítulo 14 - Um Trono Erguido em Sangue
15 Capítulo 15 - O Peso da Coroa
16 Capítulo 16 - Sangue e Estrategistas
17 Capítulo 17 - O Primeiro Cerco
18 Capítulo 18 - Reinado de Cinzas
19 Capítulo 19 - A Fortaleza de Eryon
20 Capítulo 20 - O Império da Cinza
21 Capítulo 21 - A Profundidade do Abismo
22 Capítulo 22 - A Origem do Inimigo
23 Capítulo 23 - O Despertar do Pesadelo
24 Capítulo 24 - O Reino dos Mortos
25 Capítulo 25 - A Torre Negra
26 Capítulo 26 - O Reino dos Mortos
27 Capítulo 27 - O Nascimento do Terror
28 Capítulo 28 - Ascensão Entre as Sombras
29 Capítulo 29 - Chamas da Revolta
30 Capítulo 30 - A Canção do Desespero
31 Capítulo 31 - O Preço da Luz
32 Capítulo 32 - A Forja do Império
33 Capítulo 33 - Uma Coroa de Cinzas
34 Capítulo 34 - O Eco do Vazio
35 Capítulo 35 - O Surgir de Elyndra
36 Capítulo 36 - O Retorno de Ryuuto
37 Capítulo 37 - A Caçada aos Últimos Resistentes
38 Capítulo 38 - O Peso do Império
39 Capítulo 39 - Fragmentos de Esperança
40 Capítulo 40 - O Último Sacrifício
41 Capítulo 41 - O Caminho do Abismo
Capítulos

Atualizado até capítulo 41

1
Capítulo 1 - O Fim da Humanidade
2
Capítulo 2 - O Primeiro Seguidor
3
Capítulo 3 - O Início do Reino de Sangue
4
Capítulo 4 - O Primeiro Passo para o Reino
5
Capítulo 5 - Um Reino Escrito em Sangue
6
Capítulo 6 - O Nascimento de um Império
7
Capítulo 7 - Sangue no Horizonte
8
Capítulo 8 - A Ascensão do Rei
9
Capítulo 9 - A Chama da Submissão
10
Capítulo 10 - Banho de Sangue
11
Capítulo 11 - A Fortaleza de Pedra
12
Capítulo 12 - O Império da Ruína
13
Capítulo 13 - As Cinzas do Antigo Mundo
14
Capítulo 14 - Um Trono Erguido em Sangue
15
Capítulo 15 - O Peso da Coroa
16
Capítulo 16 - Sangue e Estrategistas
17
Capítulo 17 - O Primeiro Cerco
18
Capítulo 18 - Reinado de Cinzas
19
Capítulo 19 - A Fortaleza de Eryon
20
Capítulo 20 - O Império da Cinza
21
Capítulo 21 - A Profundidade do Abismo
22
Capítulo 22 - A Origem do Inimigo
23
Capítulo 23 - O Despertar do Pesadelo
24
Capítulo 24 - O Reino dos Mortos
25
Capítulo 25 - A Torre Negra
26
Capítulo 26 - O Reino dos Mortos
27
Capítulo 27 - O Nascimento do Terror
28
Capítulo 28 - Ascensão Entre as Sombras
29
Capítulo 29 - Chamas da Revolta
30
Capítulo 30 - A Canção do Desespero
31
Capítulo 31 - O Preço da Luz
32
Capítulo 32 - A Forja do Império
33
Capítulo 33 - Uma Coroa de Cinzas
34
Capítulo 34 - O Eco do Vazio
35
Capítulo 35 - O Surgir de Elyndra
36
Capítulo 36 - O Retorno de Ryuuto
37
Capítulo 37 - A Caçada aos Últimos Resistentes
38
Capítulo 38 - O Peso do Império
39
Capítulo 39 - Fragmentos de Esperança
40
Capítulo 40 - O Último Sacrifício
41
Capítulo 41 - O Caminho do Abismo

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