capítulo 4: O Encontro Perigoso

Capítulo 4 – O Encontro Perigoso

Os dias seguintes passaram lentamente para Lucas. Ele passava o tempo patrulhando as fronteiras da alcateia e ajudando nas tarefas diárias, mas sua mente estava sempre à parte, perdida nos pensamentos sobre Gabriel. A cada lua cheia que se aproximava, a expectativa de se encontrar novamente com o vampiro o consumia, embora ele soubesse que essa relação era arriscada. Não podia deixar que sua família soubesse do que estava acontecendo, mas a cada encontro, mais difícil se tornava ignorar a crescente conexão entre eles.

Na manhã de um dia cinzento, Lucas foi chamado até o centro da vila por Viktor, que o aguardava junto a um pequeno grupo de guerreiros. Algo estava acontecendo. Os lobos estavam tensos, e a notícia que se espalhou rapidamente parecia ser um presságio de algo maior.

“Há rumores de que vampiros estão se infiltrando em nosso território,” Viktor disse, com o olhar severo. “Alaric quer que todos se preparem para o pior. Não podemos permitir que nos peguem desprevenidos.”

“Eu entendo, mas não há sinais de que eles realmente tenham invadido?” Lucas perguntou, tentando esconder a preocupação que crescia dentro de si.

“Não, mas isso é exatamente o que querem que pensemos. Quando menos esperarmos, estarão em nosso meio. E você... mantenha os olhos bem abertos, Lucas. Não podemos nos dar ao luxo de fraquejar.” Viktor falava com uma frieza que era própria dele. Lucas sabia que, embora se preocupasse com o irmão, a relação deles nunca foi uma de amizade verdadeira.

Enquanto se preparavam para patrulhar mais a fundo o território, Lucas sentiu uma estranha sensação de inquietação. Algo estava prestes a acontecer, algo que mudaria tudo.

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Quando a noite chegou, Lucas não conseguiu se concentrar em seus deveres. Ele sabia que havia algo acontecendo no fundo de sua alma, algo que o chamava até a floresta novamente. Ele se afastou da patrulha, sem avisar a ninguém, e se dirigiu em direção ao Lago da Fronteira, mesmo sabendo que seria perigoso se afastar da alcateia agora.

A floresta estava silenciosa, como se estivesse esperando por algo. Os galhos das árvores se moviam suavemente ao vento, e o brilho da lua refletia no riacho com um toque sobrenatural. Lucas sentiu a presença de Gabriel antes de vê-lo. Uma sensação familiar e acolhedora preencheu seu peito quando o viu, parado à beira do lago, com os olhos fixos na água.

“Eu sabia que você viria,” Gabriel disse, sem se virar para olhá-lo.

“Não podia deixar de vir,” Lucas respondeu, aproximando-se. “Estou começando a achar que estou ficando perdido aqui, entre dois mundos.”

Gabriel se virou lentamente, os olhos de um tom prateado, como se refletissem a luz da lua. “Eu também. Às vezes, sinto que nunca serei aceito por nenhum deles. Os vampiros me veem como fraco, e os lobos... bem, já sei o que pensam de nós.”

“Eu me pergunto se algum dia conseguiremos mudar isso,” disse Lucas, seus olhos fixos em Gabriel. “Mas, por enquanto, é só você e eu, certo?”

Gabriel deu um sorriso triste e assentiu. “Sim. Só nós dois.”

Eles ficaram em silêncio, compartilhando a beleza do momento. Mas a tranquilidade foi interrompida por um som distante, um uivo forte que atravessou a noite. Lucas se endireitou imediatamente, seus sentidos aguçados. Ele reconhecia aquele som – era da sua alcateia, e estava mais próximo do que deveria.

“Eu preciso ir,” Lucas disse rapidamente, o coração batendo forte.

Gabriel o segurou pelo braço, seu toque frio e firme. “Você está em perigo, Lucas. O que está acontecendo? Por que seus irmãos estão tão próximos daqui?”

Lucas olhou para Gabriel, seus olhos cheios de conflito. “Eu não sei. Mas preciso voltar. Se eles souberem que estive aqui...” Ele não terminou a frase, pois sabia que as consequências seriam sérias.

Gabriel olhou para o lobo com intensidade. “Então vá, mas tenha cuidado. Eu não posso ajudá-lo se for descoberto.”

Lucas se afastou rapidamente, correndo de volta para a floresta, seu coração disparado. Cada passo parecia mais pesado à medida que se aproximava da alcateia. O uivo havia sido apenas o começo – algo estava acontecendo. Ele sentiu que o perigo estava muito mais próximo do que imaginava.

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Quando Lucas chegou à borda do território da alcateia, ele viu um grupo de lobos patrulhando. Mas algo estava errado. Eles não estavam apenas patrulhando – estavam em alerta, suas cabeças viradas em direção à floresta onde Lucas havia estado.

Viktor estava no comando, e seus olhos dourados fixaram-se em Lucas imediatamente.

“Você... onde esteve?” Viktor perguntou, com uma expressão desconfiada.

“Estava apenas patrulhando, procurando sinais de invasores,” Lucas mentiu rapidamente, tentando parecer natural.

Viktor não parecia convencido, mas não disse nada. Ele se virou para o restante do grupo. “Vamos fazer um cerco mais apertado. Se há vampiros por aqui, não podemos correr o risco de sermos pegos desprevenidos.”

Lucas sentiu uma onda de pânico. Ele sabia que seu encontro com Gabriel não havia sido casual, mas agora a situação se tornava mais perigosa a cada minuto. A guerra que ele temia estava prestes a começar, e ele se via no meio dela, dividido entre dois mundos, sem saber como escolher.

Enquanto a patrulha avançava, Lucas foi chamado por Alaric, que se aproximou com um olhar grave.

“Lucas, você parece agitado. Algo está acontecendo?”

“Não, pai, só... preocupado com os vampiros.”

“Se alguém nos traiu, será responsabilizado. Cuidado com quem você se aproxima, Lucas. Se tiver alguma dúvida sobre a lealdade de alguém, me avise.” Alaric deu-lhe um olhar penetrante antes de continuar.

Lucas sabia que as palavras de seu pai eram uma ameaça velada. Se ele descobrisse o que realmente estava acontecendo, o resultado seria devastador para todos os envolvidos.

Mas, enquanto a noite caía, Lucas não conseguia parar de pensar em Gabriel. Ele sabia que algo maior estava por vir, algo que iria testar sua lealdade, seu amor e sua coragem como nunca antes.

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Naquela mesma noite, em um lugar distante da floresta, Gabriel estava observando a aldeia dos lobos de longe. Ele sabia que algo estava prestes a mudar – e talvez, dessa vez, ele não poderia fugir das consequências.

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