A Sem teto

Capítulo 9

Fausta chegou à mansão visivelmente abalada com o que havia lembrado do seu passado e foi direto para seu quarto.

Carmela e Conrad continuam no escritório.

Conrad fala: "Mãe, me conta como a senhora conheceu Aila e a outra mulher?"

Carmela: "Algumas vezes fui visitar sua tia Marine e, ao passar por uma rua próxima de onde sua tia mora, vi pela primeira vez a Aila. Não sei por que pedi ao Sebastião para parar o carro. Fiquei reparando. Ela não se encaixava naquela realidade. Não que qualquer um se encaixe, mas não sei explicar direito. Mas senti que tinha que tirá-la dali. E ela me surpreendeu no dia em que decidi ajudá-la. Pedi ao Sebastião para parar o carro e, quando eu ia descer, ela gritou: 'Não fique aí!' Eu não entendi nada, mas fiz o que ela falou. Vieram três rapazes, acho que eles iriam me assaltar, e ela não deixou. Ela chamou a atenção, Sebastião mostrou que estava armado, e eles saíram."

Conrad: "Então ela te ajudou?"

Carmela: "Sim."

Carmela: "Ela, na verdade, não queria vir para essa casa e deixar Fausta, pois foi quem a protegeu nas ruas."

Então, Carmela conta toda a história de Aila.

Conrad: "Mãe, não acredito nessa história. Não, me desculpe, acho que ela só falou isso para te deixar com pena. Eu acho que ela aprontou alguma coisa e a família dela a colocou na rua."

Carmela: "Não é, meu filho, eu acredito nela, ela é uma boa menina."

Conrad: "Essa história parece de filme."

Conrad: "Eu acho que ela está querendo fazer cena de boa moça para tomar todo o nosso dinheiro."

Carmela: "Não adianta discutir com você. Tome cuidado, meu filho, para não se arrepender de estar julgando sem conhecer Aila direito. Ela não estava na igreja? Ela inventou os rapazes atrás dela?"

Conrad: "Não, mãe, mas essa história do tio fazer ela assinar... quem assina documentos sem ler? E ele ficar com tudo dela. Eu acho que é mentira."

Carmela, bom, meu filho, já falei: cuidado para não fazer um julgamento errado e depois se arrepender. E aí vai ser tarde demais.

Conrad, então vou fazer assim: vou chamar meu amigo Arthur, ele é investigador. Vou mandar ele investigar a vida da Aila.

Carmela, tudo bem, mas você vai me fazer uma promessa: se for verdade, você vai se casar com ela.

Conrad, mãe, desculpa o desrespeito, mas a senhora está louca! Como vou casar com ela assim? Só a conheci há pouco tempo.

Carmela, meu filho, entenda: eu tenho certeza de que a história da Aila é verdade e ela precisa de ajuda. Se ela se casar com você, o tio dela não vai poder fazer mal para ela.

Conrad, mãe, Aila é bem mais nova do que eu, e ela nunca vai aceitar isso, ainda mais depois de como a tratei.

Carmela, deixa que eu cuido disso. Não gosto do fato de você investigar a vida dela, porém, como você é teimoso, eu vou deixar você ver que ela não está mentindo.

Conrad, mãe, tá bom também. Não concordo com essa ideia maluca da senhora de casamento, mas sou um homem de palavra. Se essa história da Aila for verdadeira, eu me caso com ela e dou toda a proteção que ela precisa.

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