Clara Narrando
Hoje não vamos nos ver. Ele foi em um congresso em São Paulo e deve voltar somente daqui a alguns dias.
Hoje vou almoçar com a Karen, distrair a cabeça na hora do almoço. Nos últimos dias ficamos mais próximas no trabalho e na vida pessoal também.
Combinamos, e na hora marcada já estamos a caminho de um belo almoço engordativo.
Karen é uma moça boa, muito esforçada, pro ativa, inteligente e muito esperta. Ela começou a sair com um rapaz, e vejo que está apaixonadinha por ele. Conheceu o rapaz num site de relacionamentos, marcou um encontro e estão juntos. Nada oficial, porque hoje em dia esses jovens são assim. Eles ficam.
Confesso que estou um pouco preocupada com o que ela me conta. O Denis, esse é o nome dele, pouco aparece, diz que sempre está trabalhando. Ela me conta que tem alguns anos que ele sofreu um acidente e perdeu a memória. Tem dois filhos. Trabalha como autônomo em eventos, por isso viaja muito, o trabalho é sempre exaustivo, montando estruturas durante a madrugada. Porém existem lacunas nas histórias contadas. E resolvemos investigar mais de perto.
Sugiro verificar antecedentes criminais, processos e o tal acidente, para entender melhor a postura dele.
Voltamos ao trabalho e imediatamente vou atrás dessas informações.
Ficha limpa. Encontramos apenas alguns processos cíveis em Atibaia. Nada de importante, mas são processos de IPTU.
Encontrei também algumas dívidas em seu nome.
📱Eu: Amiga, encontrei algumas coisas. Mas nada preocupante. Só fica alerta, caso ele te peça dinheiro, ou algo do tipo.
📱Ela: Me manda tudo, quero ver. - Envio os arquivos para ela.
📱Ela: Nada demais né? Mas vou descobrir o que esse IPTU de Atibaia. Te conto. Bjs
Retorno às minha atividades e o assunto fica adormecido.
Um novo dia. Céu azul. E sigo para o trabalho. No caminho, sem avisar, está ele me seguindo, com um carro diferente. Percebo porque ele para do meu lado.
Estacionamos, e ele vem na minha direção. Nos beijamos.
Eu: Ja voltou?
Ele: Nao pequena, vim so pra te ver e ja vou embora. Doido de saudades. Gostou? - e aponta o carro.
Eu: Lindíssimo. Não sabia que tinha um branco também.
Ele: Não tenho. É seu!
Eu: O que? Enlouqueceu?
Ele: Só de amor! É seu sim.
Eu: Claro que não Roberto. Primeiro que eu nunca aceitaria um presente desses. Segundo que nem teria como aparecer com um carro desses. Fora dos meus padrões.
Ele: Diz que vendeu o seu, financiou esse. Vamos pensar em algo.
Eu: Nunca. Não posso aceitar e não quero nada de você, a não ser os momentos bons. Sempre vivi do meu trabalho, sustento minha casa, meus pequenos luxos. Não tive herança, nem ajuda. Tudo, exatamente tudo que tenho, é fruto do meu trabalho. Não fique chateado, mas é assim que eu sou, assim que eu vivo.
Ele: Te entendo, mas eu só queria te ver feliz.
Eu: Sou feliz com os momentos que você me proporciona.
Ele: Queria te dar mais que momentos.
Eu: Momentos bastam.
Ele: Não vou insistir. Mas quero que ao menos dirija o carro. Leva ele até o seu trabalho, eu levo o seu.
Eu: Aí eu aceito - falo sorrindo e ele me abraça.
Entro no carro, trocamos as chaves e vou até uma rua próxima ao trabalho. Ai meu Deus que adrenalina. Sonho realizado.
Mas ele tem que entender que não quero nada dele, nada material.
Nos despedimos, trocamos os carros e ele vai embora.
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Atualizado até capítulo 54
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