Confusão na minha vida

Narrado por Clara

A minha cabeça ficou um caos. Uma confusão... Como alguém que sequer sei o nome, pode mexer tanto assim comigo? Aqueles olhos não me sai da cabeça, e que audácia não?

Melhor trocar o meu caminho, trocar horário, vai que seja um louco qualquer..., mas não tinha jeito de doido não, hahahah

Assim eu fiz por dias. Entrava mais cedo no trabalho. Fiz outros caminhos e não encontrei ninguém.

Mas algo dentro de mim, aquela Clara adormecida, que adora uma bela aventura e confusão, resolveu me pentelhar. E após alguns dias, voltei a minha rotina normal.

Não vi nada, nem ninguém. Respirei aliviada e decepcionada. Fim de uma graça matinal sem importância.

Dois dias depois, estou eu cantando uma música que amo, KISS AND SAY GOODBYE - The Manhattans, muito em paz comigo, e sou fechada por um carro. Freiei com tudo. Mas não bati no carro da frente. Que susto! Eis que desce do carro a minha frente, um homem de 1.90m, num terno muito bem alinhado, sorriso estonteante, cabelo impecável, e vem na minha direção, que nessa altura do momento, eu sequer tinha descido do carro, tamanho era meu susto. Eu estava em choque! Tentei abrir a porta do meu carro, mas ele rapidamente abriu pra mim, me puxou pela mão e disse:

Ele: Quem bate atras tem que pagar. Me dá seu WhatsApp para acertarmos tudo!

Tremendo muito, tomando choque naquele simples toque de mãos, respondi com a voz falhada:

Eu: Não, eu, eu não bati. Não pegou no carro.

Ele: Que pena, mesmo assim, me da seu WhatsApp.

Nisso o trânsito começou a ficar grande atras de nós. Os carros atravessados na avenida estreita.

Ele: Vamos parar ali no posto de gasolina, aí podemos conversar.

Eu: Ta bem.

Entramos em nossos carros e saímos dali, levando os carros até o posto. Ele então veio até mim, eu sai do carro, olhando pra cima, com os meus pobres 1.63m, me sentindo totalmente hipnotizada com aquele homem, que além de tudo era muito cheiroso.

Ele: Oi eu sou Roberto, não sou doido, só precisava conversar com você, escutar sua voz, saber seu nome. Não tinha outro meio de você sair do carro...

Ele passava a mão nos cabelos, ao mesmo tempo que confiante, estava tenso. Eu não sabia mesmo o que dizer.

Eu: Desculpa. Não estou entendendo nada... Olha, eu sou casada, não vou te dar meu Zap porque não fiz nada no seu carro. E nem sequer sei o que mais devo falar nessa situação…

Ele: Seu nome!

Eu: Não precisa, vamos embora.

Ele: Não fica tensa, nem nervosa, eu só queria te ver de perto, precisava escutar sua voz. Só me diz seu nome.

Eu: Melhor não. Fique bem Roberto.

Ele ainda pegou na minha mão e beijou, eu fiquei tão desnorteada que entrei no carro e sai o mais rápido que pude. Meu coração descompensado. Minha mão tinha o cheiro dele, e que cheiro maravilhoso. Tudo naquele homem me deixava impressionada, embriagada, mas eu tinha que seguir adiante. Essa não sou eu, eu sou uma mãe de família, e não uma doidivanas que fica por aí paquerando no trânsito.

Roberto Narrando

Meu Deus, acho que perdi o juízo mesmo. Mas caral*o que mulher é essa. Que cabelo cheiroso, quando ela virou para ir embora, só senti aquele aroma que me deu vontade de agarrar e não soltar mais. E casada??? E agora? Não me falou seu nome, estava assustada, mas sinto que mexi com ela. Eu não vou pensar em nada agora, só preciso falar com ela de novo. Não sei como, mas vou conseguir. Vou ter essa mulher pra mim.

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