A chuva caía forte sobre o morro, e a escuridão da noite parecia ainda mais densa conforme Alicia e Luiza subiam em direção ao escritório cada passo ecoava pelas ruas, como se o peso das escolhas que estavam prestes a ser feitas se fizesse sentir em cada movimento Alicia estava em silêncio, seu rosto sério e fechado, mas sua mente girava em uma velocidade impressionante a mensagem de recuo havia mudado tudo o chefe capturado... Quem seria?quem gavião sido levado no lugar dela?
Assim que chegaram à porta do escritório, Alicia empurrou-a com um movimento rápido e decidido o ambiente estava silencioso, mas a tensão era palpável alguns de seus homens estavam reunidos, com expressões tensas, enquanto outros pareciam inquietos eles sabiam que algo estava errado, mas ninguém ousava fazer perguntas antes que a dona do morro falasse.
Alicia se aproximou da mesa, onde um dos seus homens, Jonas, estava sentado com o rádio em mãos ele parecia nervoso, mas sua lealdade estava inquestionável.
— Quem foi? — Alicia perguntou, sua voz firme, mas com um toque de raiva.
Jonas levantou os olhos para ela, parecendo hesitar por um segundo, antes de finalmente dizer:
— Erick,ele foi capturado como dono do morro em seu lugar chefe.
Alicia sentiu um frio percorrer sua espinha Erick o homem que ela tinha confiado para cuidar de parte da operação no morro ele sempre esteve ao seu lado, fiel até o fim a surpresa foi imensa, pois ela nunca imaginaria que ele seria o escolhido para ser levado,mais também o perfil dele não diria outra coisa.
— Erick? — Luiza murmurou, surpresa, e se virou para Alicia, sua expressão de incredulidade refletindo o mesmo pensamento Erick não era o tipo de pessoa que cairia facilmente ele tinha experiência, força e habilidade por que ele?
Alicia fechou os olhos por um momento, tentando processar a informação algo não estava certo se Erick havia sido capturado no lugar dela, era porque havia algo mais por trás dessa invasão ela não acreditava que fosse uma simples missão do BOPE alguém estava jogando um jogo mais sujo, e ela tinha que descobrir o motivo.
Ela respirou fundo, tentando manter o controle.
— Onde ele está agora? — Alicia perguntou, sua voz mais calma, mas ainda carregada de raiva contida.
Jonas olhou para o rádio e respondeu:
— Ele foi levado para a base do BOPE, para interrogatório não sabemos mais nada por enquanto.
O silêncio no escritório foi pesado, e Alicia finalmente olhou para Luiza ambas sabiam que precisavam agir rápido Erick estava nas mãos do inimigo, e se ele fosse pressionado, poderiam perder não só um aliado importante, mas também informações cruciais sobre as operações do morro.
— Não podemos esperar vamos até lá e trazê-lo de volta — Alicia disse, sua voz cortando o silêncio com firmeza.— preciso de um mapa da sede deles na minha mesa em cinco minutos.
Luiza assentiu, já pegando sua arma e se preparando para seguir as ordens.
— Vamos fazer isso, chefe.
Alicia, com a mesma determinação que sempre carregava, se levantou e caminhou até a porta, mas parou por um momento, olhando para o grupo de homens reunidos.
— Preparem-se a guerra está apenas começando.
Com essas palavras, Alicia e Luiza saíram do escritório, com os homens do morro observando suas costas sabiam que a próxima ação seria crucial, e o que estava por vir mudaria a dinâmica do poder a captura de Erick havia sido apenas a primeira jogada, e Alicia não pensava em deixar o jogo escapar de suas mãos.
A noite estava densa, e o som da chuva batendo nas janelas do carro parecia amplificar a tensão que pairava no ar Alicia e Luiza estavam na parte de trás de um carro blindado, movendo-se silenciosamente pelas ruas da cidade, em direção à base do BOPE o plano era simples: infiltrar-se, resgatar Erick e sair sem deixar rastros mas, mesmo com a mente estratégica de Alicia, algo lhe dizia que não seria tão fácil.
Alicia olhou pela janela, seu olhar fixo, mas distante a imagem de Erick sendo levado, com as mãos amarradas e a expressão de surpresa estampada no rosto, não saía de sua mente ele não era apenas um aliado, era alguém que ela considerava quase como um irmão ele a tinha protegido quando mais precisou, e agora ela estava decidida a retribuir.
Luiza, ao seu lado, estava tão focada quanto Alicia, mas seus olhos mostravam a ansiedade que Alicia bem conhecia Luiza sempre foi a mais impetuosa das duas, mas também a mais fiel ela sabia que essa missão seria arriscada, mas estava disposta a fazer o que fosse necessário.
— Estamos quase lá, chefe — Luiza disse em um tom baixo, como se falasse com receio de ser ouvida, mesmo sabendo que não havia ninguém ali para escutá-las.
Alicia não respondeu imediatamente, mas deu um breve aceno ela estava analisando a situação mentalmente, ajustando o plano à medida que o carro se aproximava da base a operação de resgate exigiria que fossem rápidas e silenciosas não havia margem para erro.
Quando o carro chegou ao local, estacionaram a uma distância segura saíram sem fazer barulho, com seus coletes à prova de balas bem ajustados e as armas prontas para qualquer eventualidade.
A base do BOPE era fortemente vigiada, com patrulhas constantes e câmeras espalhadas por todo o terreno Alicia e Luiza precisavam se infiltrar sem chamar atenção usaram a escuridão da noite e a chuva torrencial a seu favor, se movendo entre os becos e passando pelos pontos cegos das câmeras.
Chegaram até uma cerca de arame farpado e, com agilidade, cortaram o suficiente para que pudessem passar em seguida, seguiram pelo corredor lateral da base, evitando patrulhas e entrando em um edifício adjacente onde acreditavam que Erick estava sendo mantido, tudo segundo o mapa.
— Estamos perto, chefe — Luiza murmurou, seu tom grave, mas com um toque de tensão.
Alicia fez um gesto para que Luiza ficasse em silêncio elas precisavam agir com rapidez encontraram uma porta lateral trancada, mas Alicia, com a precisão de quem já havia feito isso muitas vezes, forçou a fechadura em segundos ao abrir a porta, se depararam com um corredor escuro e vazio.
Avançaram, sem fazer barulho, até chegar a uma sala de interrogatório Alicia sabia que Erick estava lá, talvez já sendo pressionado e torturado por horas a raiva cresceu dentro dela, mas ela manteve a calma,o mais importante agora era resgatá-lo, sem alertar os soldados do BOPE que poderiam estar nas proximidades.
Ao entrar na sala, encontraram Erick amarrado a uma cadeira, com os olhos fechados e a respiração pesada ouvindo o som suave de sua respiração, Alicia sentiu um alívio momentâneo ele ainda estava vivo, mas com sinais de que o interrogatório não havia sido gentil.
Luiza se aproximou rapidamente, cortando as cordas que prendiam Erick,Alicia, por sua vez, olhou para ele, tentando avaliar seu estado Erick abriu os olhos lentamente, e um leve sorriso apareceu em seu rosto, mesmo fraco.
— Achei que você não viria — ele disse, sua voz rouca.
Alicia se abaixou, com um olhar de preocupação, mas também de determinação.
— Nunca deixo ninguém para trás,agora vamos sair daqui.
Erick tentou se levantar, mas estava fraco, seus movimentos lentos e descoordenados,Luiza ajudou a sustentá-lo, e Alicia ficou atenta a qualquer som vindo do corredor eles precisavam sair de lá o mais rápido possível.
Alicia fez sinal para que seguissem por um caminho alternativo, o que significava cruzar por áreas mais arriscadas da base quando estavam quase saindo, um alarme soou, quebrando o silêncio da noite.
Alicia olhou para Luiza e Erick, com os olhos agora cheios de adrenalina não havia tempo para recuar.
— Vamos! — ela ordenou.
O trio começou a correr, desviando do caminho dos guardas e das câmeras, com a tensão aumentando a cada segundo eles precisavam sair dali antes que o BOPE os encontrasse mas, à medida que se aproximavam do ponto de fuga, encontraram uma patrulha bem à frente.
— Merda! — Luiza gritou, puxando a arma e mirando nos soldados, que se aproximavam.
Alicia, com rapidez, atirou para desabilitar as luzes de segurança, criando uma cortina de escuridão ao redor deles as sombras os cobriram, e, por um momento, ninguém sabia ao certo onde estavam.
— Agora, Erick! — Alicia gritou.
Erick, com o resto de força que tinha, correu ao lado delas, enquanto Luiza cobria suas costas,a base estava se tornando um caos, mas elas estavam quase lá o som das patrulhas e das sirenes ecoava atrás deles, mas o que importava agora era chegar ao carro e sair de lá antes que fossem cercados.
Finalmente, após o que pareceram horas de tensão, chegaram ao carro blindado Alicia deu a ordem para que o motor fosse ligado imediatamente.
— Vamos embora! — ela gritou.
Enquanto o carro partia em alta velocidade, Alicia olhou para Erick, que estava visivelmente exausto, mas com um olhar de gratidão.
— Obrigada — ele disse, sorrindo fraco.
Alicia assentiu, mas seu olhar estava distante ela sabia que o BOPE não desistiria tão facilmente, e a guerra entre ela e eles estava longe de acabar.
O resgate de Erick tinha sido apenas o começo.
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Atualizado até capítulo 71
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