O sol já começava a se pôr quando os agentes do BOPE se reuniram na sala de operações mapas detalhados do Morro do Alemão estavam espalhados sobre a mesa principal, marcados com pontos estratégicos e rotas de entrada e saída.
Heitor observava tudo com atenção, mas, por dentro, algo o incomodava o morro estava quieto nos últimos meses nenhum incidente grave, nenhuma movimentação suspeita então, por que essa invasão repentina?
O comandante, um homem de olhar duro e voz firme, entrou na sala e bateu palmas para chamar a atenção.
— Atenção, senhores! Essa operação não é apenas mais uma missão nosso objetivo é claro e direto: eliminar o chefe do tráfico do Morro do Alemão.
Heitor franziu a testa.
— Eliminar? — murmurou para Caio, que estava ao seu lado.
Caio deu de ombros, mas também parecia surpreso.
— As informações que temos — continuou o comandante — apontam que o chefe é altamente perigoso e lidera com mão de ferro vamos entrar com tudo, sem margem para erros entendido?
— Sim, senhor! — todos responderam em uníssono, mas Heitor permaneceu calado.
Quando a reunião terminou, ele se aproximou do comandante.
— Com licença, senhor.
— Fale, Heitor.
— Qual é a justificativa para essa operação? O morro está quieto há meses nenhum movimento suspeito, nenhuma denúncia recente... Por que atacar agora?
O comandante o encarou por alguns segundos antes de responder.
— Ordens superiores eles querem a cabeça do chefe do morro e, para ser sincero, nem eu entendo o porquê dessa pressa só sei que nossa missão é entrar e cumprir as ordens.
— E quem é esse chefe? Temos informações concretas sobre ele?
— Sabemos que é alguém extremamente estratégico e perigoso mas ainda não temos uma descrição exata.
Heitor soltou um suspiro discreto parecia tudo muito estranho para ele, mas sabia que discutir ordens era inútil.
Enquanto se preparavam no vestiário, Caio tentou aliviar a tensão.
— Relaxa, Heitor vai ser só mais uma missão entramos, fazemos o trabalho e saímos depois disso, a gente toma uma cerveja pra comemorar.
Heitor não conseguiu evitar um sorriso de canto.
— Você sempre pensando em festa...mais me fala comemorar o que? Vidas que a gente tira toda vez que tem invasão?
— Claro,alguém tem que manter o bom humor nessa equipe,e vamos comemorar a prisão do chefe do morro e não as mortes que infelizmente acontece.
— Você não acha estranho? — Heitor perguntou, puxando o zíper do colete tático. — O morro está tranquilo,por que agora?
— Cara, não tenta entender o sistema a gente só obedece,sempre foi assim se você for tentar entender logo logo vamos receber uma ligação do seu pai também e eu prefiro mil vezes invadir o morro do que receber uma visita do seu velho.
Heitor balançou a cabeça, mas sabia que, no fundo, Caio também tinha dúvidas só que ele preferia não pensar muito.
Com as armas carregadas e os coletes ajustados, os agentes seguiram para os veículos blindados Heitor olhou para o céu escurecendo e sentiu o peso daquela missão como nunca antes.
— Vamos nessa — disse Caio, batendo no ombro dele.
Heitor respirou fundo e entrou no carro eles estavam a caminho do Morro do Alemão e, no fundo, ele sabia que aquela noite mudaria tudo.
O motor dos veículos blindados rugia enquanto subiam a estrada estreita em direção ao Morro do Alemão as luzes vermelhas e azuis piscavam, iluminando o caminho sinuoso e reforçando o ar de urgência dentro do carro principal, Heitor permanecia em silêncio, observando a equipe ao seu redor.
— Atenção — a voz do comandante soou pelo rádio. — Todos em posição a aproximação será rápida e precisa repito: sem erros.
Heitor olhou para Caio, que tentava disfarçar o nervosismo brincando com o rádio em sua mão.
— Pronto para isso? — perguntou Caio, tentando parecer despreocupado.
— Sempre — respondeu Heitor, ajustando sua arma,e olhando para os companheiros dentro do carro.
Mas, por dentro, ele ainda sentia aquela sensação incômoda algo não se encaixava.
— Sabe o que eu acho? — disse Caio, quebrando o silêncio. — Isso aqui parece mais execução do que missão.
Heitor não respondeu, mas concordava o plano parecia menos uma operação para manter a paz e mais uma caça deliberada.
O rádio estalou novamente.
— Estamos chegando última checagem de equipamentos.
Os homens revisaram suas armas e comunicadores Heitor apertou o colete, sentindo o peso do armamento e da responsabilidade.
— Você acha que ele vai resistir? — perguntou Caio.
— Não sei — respondeu Heitor, encarando o morro à frente. — Mas, se for inteligente, não vai.
Eles saíram dos veículos em formação tática, avançando pelas vielas estreitas a tensão no ar era quase visível e a ser pegar com as mãos.
— Movimentação confirmada nos pontos marcados — veio a voz do comandante pelo rádio. — Fiquem atentos.
Heitor olhou para os becos escuros e janelas abertas acima deles sabia que estavam sendo observados.
— Isso está errado — murmurou para si mesmo.
— O quê? — perguntou Caio.
— Eles sabiam que estávamos vindo.
Caio parou por um segundo, mas logo continuou andando.
— Claro que sabiam sempre sabem a questão é o que vão fazer com essa informação.
Antes que Heitor pudesse responder, o rádio chiou novamente.
— Tiros disparados! Repetindo: tiros disparados!
O som ecoou pelas vielas, fazendo os agentes se abaixarem imediatamente,os sons era de fogos com tiros.
— Em formação! — gritou o comandante. — Avancem com cautela!
Heitor sentiu a adrenalina tomar conta enquanto seguia com a equipe eles ainda não sabiam o que os esperava, mas uma coisa era certa: o Morro do Alemão estava longe de ser um alvo fácil.
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Atualizado até capítulo 71
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