Capítulo 19

Alice Delfino.

— Você vai para a boate mesmo? — pergunta.

— Irei, após o evento eu vou para lá — respondo, enquanto finalizo a minha maquiagem.

— Você está muito linda.

— Obrigada — agradeço e me levanto de frente a penteadeira para me olhar no espelho de corpo inteiro — Não sabia que eles tinham a minha medida — falo e Lara arqueia as sobrancelhas.

— Pelo menos acertaram, esse vestido te deixou fantástica.

— Eu amei, apesar de achar muito colado ao corpo — falo e minha melhor amiga sorri.

— Ele tem o caimento adequado para o seu corpo, destaca as suas curvas e valoriza os seus seios. E esse terninho te deixa com o ar de secretária sexy mas profissional — ela diz me fazendo rir.

— Só você mesmo. Você acha melhor meu cabelo jogado de lado ou repartido ao meio?

— Jogado de lado — ela fala e eu arrumo meu cabelo e pego um gloss para passar nos lábios.

— Nunca te vi se arrumar tanto — comenta e foi impossível não morder os lábios — e essa mordidinha é a resposta para tudo.

— Não crie paranoias — falo e ela sorri.

— Você não pode negar que o poderoso chefão é bonito.

— Não, eu não posso. Como eu não posso negar o cheiro de encrenca que ele exala — falo — como às vezes ele me encara, como se quisesse me despir e outra vez como se quisesse me esganar.

— Credo, Alice.

— Essa é a verdade, Lara. E como a sensata que eu sou, prefiro ficar longe dele — digo e ela concorda, e antes que ela falasse algo escuto meu celular tocar.

Pego meu celular e ligo a tela vendo ser uma mensagem do meu chefe.

“ estou aqui fora, desça logo “

— Babaca — murmuro — o poderoso chefão chegou, deixa eu ir.

— Até mais tarde, não se esqueça da boate. Iremos encher a cara e pegar geral.

— Eu só irei beber, mesmo — falo e deposito um beijo na sua bochecha.

( Alice,pronta para o evento)

Saiu do apartamento e pego o elevador, assim que as portas de metais se abrem saio apressada de dentro e caminho para fora da recepção sentindo o vento balançar meus cabelos.

Vejo Kilian encostado em seu carro com uma mão no bolso, me aproximo de onde ele estava atraindo sua atenção. Seu olhar percorre todo o meu corpo de cima para baixo me fazendo prender o ar.

— Boa noite — comprimento assim que fico uma distância considerável dele.

Ele prende seu olhar ao meu me deixando nervosa e algo dentro de mim se embrulhar, mas logo nosso contato é quebrado.

Kilian não fala nada, como na maioria das vezes, ele dá a volta no carro e abre a porta para que eu possa entrar. Caminho até onde ele estava e abro um sorriso tímido e me sento no banco.

Ele dá a volta novamente no carro e abre a porta do motorista e se senta ao meu lado, ele prende o cinto de segurança em seu corpo e eu não podia deixar de notar o quão lindo ele estava.

Certamente um colírio para os olhos de qualquer uma.

Kilian encontra o meu olhar em cima dele e abre um sorrisinho discreto nos lábios me deixando envergonhada me fazendo desviar meu olhar. Logo ele dá partida no carro e estávamos pelas ruas agitadas de New York.

Fomos o caminho todo em silêncio, exceto pelo barulho de nossas respirações. Depois de alguns minutos Kilian adentrar o carro pelos portões imenso de uma luxuosa mansão e estaciona o carro.

Ele desce do carro e antes que eu abra a porta para sair ele dá a volta e abre para mim me ajudando a sair de dentro, encaro seus olhos azuis e por um segundo seus olhar recai em meus lábios.

— Obrigada — murmuro, mas ele não me responde e volta com sua postura arrogante e fria de sempre.

— Não fale com ninguém se não falarem com você — ele diz — e de preferência mantenha a boca fechada, e só faça seu trabalho.

— Sim, senhor — falo e vejo Kilian trinca o maxilar.

Ele ajeita novamente o terno em seu corpo e começa a caminhar na frente, enquanto eu o seguia atrás. Quando chegamos na entrada um monte de gente queria tirar foto dele, mas como um passe da mágica entramos dentro do salão atraindo a atenção de todos para nós.

— Kilian Clark — um homem falou do meio do salão, atraindo a atenção de Kilian que logo caminhou em sua direção e o cumprimentou — Obrigado por ter vindo, velho amigo.

— Não perderia por nada — respondeu e pegou um copo de whisky com o garçom que estava passando — meus parabéns William.

— Obrigado, Kilian — ele fala e levanta o copo de whisky como um brinde — e quem é a bela mulher?

Kilian vira seu rosto para me encarar, mas logo volta a sua atenção para o homem à sua frente.

— Minha nova secretária, já que Esther saiu de licença.

— Sou William Jones — ele fala e estende sua mão para mim.

— Alice Delfino, é um prazer senhor — falo e ele leva minha mão aos lábios e deposita um beijo.

— Bonita e educada — ele fala olhando em meus olhos me deixando constrangida.

— Irei cumprimentar outras pessoas, Licença William — Kilian fala e o homem concorda.

Ele sai caminhando na frente e eu sigo logo a sua atrás, Kilian conversa com várias pessoas e fala sobre negócios. Sinto meus pés doendo pelo tempo que estávamos em pé e resolvo falar com ele.

— Senhor — chamo — posso me sentar um pouquinho.

— Podemos terminar a nossa conversa depois, senhor Davis.

— Claro que sim, Clark.

Kilian se despede do homem e me leva até uma mesa onde nos sentamos.

— Está com dor? — questiona e nego — não minta.

— Só um pouco.

— Não está acostumada com salto?

— Mais ou menos.

Kilian chama um garçom e pega uma taça de espumante para mim e um copo de whisky para ele.

— Não acho apropriado eu beber em serviço.

— Não acho apropriado você fazer tantos questionamentos, se eu estou te oferecendo. Seja a educada que o William disse que você era e aceite.

— Você…

— Eu?

— Nada — falo e mordo meus lábios, pego a taça de espumante e levo até os lábios e dou um gole.

Ficamos sentados e começamos a falar sobre trabalho e com quem Kilian estava pensando em fazer negócios essa noite. Algumas pessoas haviam vindo na mesa para cumprimentá-lo, algumas mulheres o encaravam como se ele fosse um pedaço de carne e eu não podia negar o quão perfeito ele estava em sua postura rígida e implacável.

Estava a cada segundo que se passava difícil de não reparar em Kilian Clark e isso era com certeza o sinal que era hora de parar com as taças de espumante.

— Irei usar o banheiro — aviso e ele concorda.

Me levanto e vou para o banheiro,e quando volto. Kilian não estava mais lá.

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