Capítulo 05

Alice Delfino.

— Kilian não tira o olho de você — Fernanda sussurrou se aproximando de onde eu estava.

— Kilian? — indago e olho para onde ela apontava discretamente — então ele se chama Kilian.

— Sim, Kilian Clark — ela fala — vai me dizer que você não o conhece? — ela pergunta e eu nego.

— Não sabia de sua existência, até ele chegar na cafeteria e chamar atenção de todos.

— Ou melhor de todas — ela fala e eu concordo — esse é Kilian Clark, um dos homens mais poderosos do país. Ele é aquele tipo de homem que tem tudo o que quer e tem qualquer uma aos seus pés. Existem várias histórias sobre ele, uma delas é que ele tem a fama de ser um homem cruel.

— Cruel como? — pergunto.

— Não sei, como eu disse são apenas histórias e só quem convive com ele sabe se são verdadeiras — ela diz e se afasta indo atender outra mesa.

Encaro onde Kilian estava sentado e logo seu olhar veio em direção ao meu me fazendo ficar presa em seus olhos azuis. Mordo os meus lábios sentindo um arrepio em minha espinha e logo nosso contato é quebrado quando Kilian encara o amigo e se levanta ajeitando o terno em seu corpo.

Ele passa por onde eu estava deixando uma trilha do seu perfume forte e amadeirado e sai da cafeteria com o olhar das mulheres tudo em cima dele.

“ mas que merda elas viam nele “

Vejo o homem que estava sentado com ele segundos atrás me chamando e pego o tablet e caminho até onde ele estava me parando diante dele.

— O senhor deseja alguma coisa? — pergunto e sinto ele olhar de cima a baixo para mim.

— A conta por favor — ele diz e eu acesso os dados do pedido deles e falo o valor que havia ficado tudo — muito obrigada, senhorita — ele agradece após finalizar o pagamento e se levanta ajustando a roupa no corpo.

— Eu quem te agradeço — falo e maneio a cabeça em forma de dizer que eu já estava me retirando.

Volto para de trás do balcão e não demora muito para que o outro homem trace o mesmo caminho que o primeiro o qual eu havia descoberto se chamar Kilian Clark.

Um homem bonito, atraente, completamente misterioso e com fama de ser cruel.

Não era todo dia que aparecia um homem assim no seu serviço.

Espero dar meu horário de almoço e me retiro para comer e descansar um pouco, respondo as mensagens da Lara reclamando do seu chefe babaca.

Assim que acabou meu horário de descanso volto para o trabalho e no final do dia quando havia acabado meu expediente, passo no mercado para comprar as coisas de fazer uma lasanha.

Chamo um carro por aplicativo que não demora muito para chegar e logo eu estava em casa. Vou para o meu quarto e me despindo de minhas roupas indo direto para debaixo do chuveiro, tomar um banho relaxante e gostoso.

Quando finalizo, visto um baby doll fresquinho, coloco uma música no celular e vou pra cozinha preparar nosso jantar. Quando estava colocando os pratos na mesa a porta do apartamento é aberta e Lara entra com uma cara nada boa.

— Que cara é essa? — pergunto vendo ela tirar os saltos deixando jogado pelo chão da sala.

— Espero que aquele babaca do meu chefe ganhe uma mordida no päu hoje — ela diz me fazendo soltar uma gargalhada.

— O que ele fez de tão ruim assim? — questiono.

— Acordou com o capeta no rabo dele, só pode — ela diz revoltada — insuportável, idiota e babaca bom gostoso também, mas podemos ignorar esse fato.

— Pelo jeito o dia foi agitado.

— E como garota, além do idiota do meu chefe o poderoso chefão apareceu no meu andar hoje e não teve coragem de responder o meu “bom dia”. Será que esses bando de rico não sabe o que é educação básica.

— Bom eles eu não sei, mas a gente sabe e é isso que importa — falo — agora vai tomar um banho e vem para a gente jantar.

— Nossa, que cheiro maravilhoso. Você fez lasanha? — ela pergunta parecendo só agora perceber o cheiro de comida que vinha da cozinha.

— Sim — respondo.

— Puta merda tô com uma fome do cão — Lara diz e se levanta rapidamente do sofá — vou tomar banho e já venho — ela fala e corre para o seu quarto me fazendo rir.

— Maluca — falo quando ela desaparece da minha visão.

Volto a colocar a mesa e pego a coca-cola na geladeira. Logo minha melhor amiga aparece com um sorriso estampado no rosto.

— Já disse que te amo hoje? — ela fala e eu a encaro.

— Você nem secou o cabelo — comento.

— estou com fome Lice — ela diz e se senta na mesa encarando a tigela de vidro — posso?

— Pode — falo e ela começa a se servir.

Me sento na mesa e sirvo o meu prato, vendo ela dar a primeira garfada e comer soltando um gemido logo em seguida.

— Isso deveria ser considerado uma das sétimas maravilhas do mundo. Comida já é bom, ainda feita por você se torna coisa de outro patamar cara.

— Não é para tanto.

— Modéstia a parte Alice, você sabe que é boa em tudo que faz.

— Nem tudo — falo e sirvo nossos copos com coca.

Começamos a comer e conversar sobre assuntos aleatórios, Lara repete três vezes me fazendo questionar como cabia tanta comida. Quando ela estava satisfeita me ajuda a lavar e secar a louça, pegamos o pote de sorvete e duas colheres e nos sentamos na sala.

Lara vai no quarto e pega uma coberta e dois travesseiros, abrimos o sofá já que era sofa-cama e nos aconchegamos enquanto escolhemos um filme.

Assim que colocamos um filme de romance para rodar na TV, começamos a comer nosso sorvete de chocolate e assistir.

Quando não queremos mais comer guardo no congelador o pote e me deito no sofá junto com Lara, não sei por quanto tempo fiquei acordada ou até que parte do filme eu havia assistido eu só sabia que aos poucos fui adormecer sentindo o cansaço me vencer.

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