Capítulo 18

Kilian Clark.

— Qual a porra do seu problema — falo quebrando a nossa distância e me abaixando para pegar a máscara a qual ela havia deixado cair no chão — Eu não permitir que você mexesse nas minhas coisas, Alice — rosno e me levanto, encarnando seus olhos que estavam arregalados.

— Des…

— Não peça desculpas, merda — rosno com meu rosto próximo ao seu a fazendo se encolher em seu próprio corpo.

— Senhor — ela diz e a vejo engolir em seco — eu estava procurando uma caneta.

— Não minta, Alice — falo e vejo seus olhos formarem lágrimas.

— Não estou mentindo, eu juro — ela diz — Não seja rude.

— Alice…

— Era você — murmura — Senhor…

— Era o que?

— Não tem o porque negar, aquilo… — fala e faz uma pausa respirando fundo — foi estranho, mas eu sei que é você.

— Não importa se é ou não — falo e me afasto de perto dela, abro a gaveta e enfio novamente a maldita máscara lá dentro.

— Você sabia que era eu? — questiona.

— Sempre soube, desde o seu primeiro dia em minha empresa — confesso.

— Podemos esquecer que aquilo nunca aconteceu? — sussurro.

— Você entrou em um lugar proibido, Alice — falo e ela vira o rosto por alguns segundos.

— Estava procurando minha amiga, eu não sabia…

— Isso pouco me importa — falo a fazendo se calar — aquilo está no passado, faça apenas o seu trabalho — digo e ela concorda.

Pego uma caneta e a entrego a fazendo pegar rapidamente.

— Mexa nas minhas coisas novamente sem permissão, que eu corto suas mãos — a ameaço a fazendo arregalar os olhos e abrir a boca para falar alguma coisa mas nada sai.

Alice concorda e se senta onde havia organizado para ela, me sento em minha cadeira arrumando a roupa em meu corpo. Ligo meu notebook e passo as mãos pelo meu rosto e massageio minha testa.

A encaro concentrada em seu notebook e me questiono internamente se ela estava procurando alguma coisa útil para ela ou até mesmo para seu querido pai.

Algo que ela nunca encontraria, nem mesmo se quisesse.

Eu preciso urgente de um café amargo para começar o meu dia e raciocinar melhor.

— Alice — a chamo e logo seus olhos me encaram.

— Sim?

— Pegue um café para mim — peço e ela concorda e se levanta indo em direção a porta rebolando sua bunda redonda e empinada.

Alice some da minha visão e me encosto na cadeira e respiro fundo prendendo o ar por alguns segundos antes de soltá-lo. Ela despertava algo dentro de mim, algo muito perigoso.

Ao mesmo tempo que eu desejo matá-la eu desejo foder ela e fazê-la gemer a porra do meu nome enquanto eu a como gostoso.

Alice me excitava com a facilidade que nenhuma outra mulher já conseguiu antes seu: sorriso, voz, gesto e olhar ingênuo e curioso me deixa louco e me fascina. Eu sabia que ela me observava, sabia que se eu me aproximasse seu corpo reagiria.

Mas eu não podia ir com sede ao copo, eu precisava calcular cada lance que eu fazia e não me arriscar tanto. Ao mesmo tempo que eu queria perder o controle e mandá-la de volta para onde ela não deveria ter saído, ela se parecia com ele em vários detalhes e aquilo me deixava puto.

Ela era filha do meu maior inimigo.

Alice volta carregando uma bandeja e me encara com um sorriso nos lábios.

— Dalva mandou você comer — ela fala me fazendo revirar os olhos — Não faça essa cara, senhor.

— Não estou com fome — aviso e Alice morde aqueles malditos lábios, antes de me responder,um gesto que ela faz quando está nervosa.

— Ela me mandou te obrigar, nem que para isso eu tenha que abrir a sua boca e enfiar cada coisa que tem aqui — fala depositando a bandeira na minha frente.

Inalo seu perfume que parecia com cerejas, e fecho meus punhos com a vontade de agarrá-la.

— Está com fome, Alice? — pergunto e ela nega.

— Já comi, senhor — ela diz e se senta novamente em seu lugar — mas obrigada.

— Coma pelo menos os morangos, Alice — falo e ela novamente nega — estou mandando e não pedindo.

— Mas…

— Coma — rosno e ela concorda e pega um morango e leva até os lábios o mordendo.

O caldo escorre pelos cantos da sua boca e sem me conter limpo com meu dedo e levo a boca o chupando a fazendo engolir em seco e ficar paralisada me encarando.

Me desprendo do seu olhar a fazendo sair do transe em que ela se encontrava, ela come o resto do morango e volta a mexer em seu notebook enquanto eu comia.

— Você tem duas reuniões amanhã — avisa.

— Que horas? — pergunto enquanto eu limpava minha boca.

— Uma às oito horas da manhã e outra no horário do almoço, marcado em seu restaurante preferido. Senhor — ela fala e eu apenas concordo com a cabeça — levarei a bandeja para Dalva, já volto — ela diz e se levanta pegando o objeto de metal e sumindo da minha visão.

Mas não demora muito para que voltasse.

— Terei um evento para ir e preciso que você vá comigo — aviso e ela me encara.

— O de sexta-feira? — questiona.

— Ele mesmo.

— Mas estarei fora do meu horário de trabalho, senhor — ela diz.

— Não te perguntei isso — falo e volto a digitar em meu notebook — te pagarei a mais.

— Tenho um compromisso — ela diz e levanto meu olhar para ela.

— Desmarque.

— Mas, senhor Kilian…

— Mandarei te entregarem o vestido para você usar no dia, e esteja atenta para tudo que eu precisar.

— Como o senhor desejar — ela murmura e solta um suspiro longo.

Voltamos a trabalhar e discutir assuntos sobre minha empresa, vejo tudo que estava faltando e eu precisava organizar das minhas boates e cassinos e mando para Caio resolver esse assunto para mim.

Alice almoça comigo e logo voltamos aos serviços e quando percebemos o sol estava se pondo e era hora dela ir embora da minha casa.

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