Capítulo 11

Kilian Clark.

Acendo um cigarro black e levo até os lábios puxando a fumaça e a soltando logo em seguida, encaro a vista pela grande janela de vidro do meu escritório e rodo o copo de whisky que estava em minha mão. Alguém bate na porta e no segundo toque mando entrar.

— Cara, você sabe que são oito horas ainda — Caio fala, mas eu estava pouco me importando.

O idiota do meu melhor amigo se joga no sofá que havia em minha sala e me encara novamente esperando que eu fale alguma coisa.

Puxo novamente a fumaça do cigarro e seguro um pouco a fumaça na boca antes de soltá-la novamente.

— Descobri quem é a garota da boate — falo e apago o cigarro que estava entre meus dedos e bebo o restante da bebida em um gole só.

— A de vestido azul? — indaga e eu concordo.

Arrumo meu terno no corpo e caminho até a minha cadeira e me sento apoiando meu corpo logo em seguida na mesa. Caio se levanta de onde ele estava e se senta na cadeira à minha frente, pego o envelope que o meu investigador havia me entregado no domingo e empurro em sua direção que logo pega e tira tudo que havia lá dentro.

— Alice Delfino, 21 anos… — ele fala lendo mais logo para e vejo seus olhos semicerrar, enquanto ele lia o resto do conteúdo — puta que pariu, você viu de quem ela é filha — meu amigo fala e foi impossível não deixar um sorriso brincar em meus lábios — Killian.

— Italiana, foi largada em um orfanato com apenas cinco dias de vida e só saiu com 18 anos — falo me lembrando de tudo que eu havia lido — viveu em um relacionamento por três anos, antes do filho da puta a traiu e espancou ela grávida a fazendo perder o bebê — sinto um nó em minha garganta e encaro Caio que agora via as fotos que meu investigador havia conseguido.

— Meu Deus — ele murmura — Porque ela não deu queixa na polícia?

— Você ainda pergunta — falo e ele me encara com as sobrancelhas arqueadas — nós sabemos como a justiça é filha da puta quando ela quer, e até tomarem a porra de uma atitude ela já estaria a sete palmos da terra.

— A melhor opção foi fugir do país — ele sussurra o óbvio e volta a ler cada informação que estava no papel.

Me levanto e caminho novamente até a mesa onde ficava minha garrafa de whisky, encho um copo e levo até o nariz sentindo o cheiro maravilhoso da bebida amber antes de levá-la a boca.

— Sabe que isso pode ser uma armação — ele fala e minha atenção se volta para ele — ela cheira a problema.

— Eu sempre adorei um problema — falo e dou um gole na bebida.

— Kilian, ela é filha do seu maior inimigo! Você sabe como ele tentou foder você no passado e se isso tudo não passa de mais um plano para acabar com você — ele fala e larga os papeis em cima da mesa e se levanta ajeitando o terno no corpo.

— Eu pouco me importo de quem ela é filha — falo e ele para do meu lado enchendo um copo de whisky e levando a boca dando um grande gole.

— Você pode usá-la para se vingar.

— Caio…

— Faça ela se apaixonar por você — ele diz — tome tudo que ela tem de direito do pai os deixando na merda e quebre o seu coração. Deixe cravado para sempre quem é Kilian Clark.

— Não é uma má ideia — sussurro e meu amigo me abre um sorriso — eu a quero e a terei, e não medirei esforços para isso — falo — e preciso da sua ajuda.

— Lá vem — ele diz e bebe mais da sua bebida — O que você precisa Kilian.

— Alice se tornará minha secretária.

— Mas e a…

— Entrará de licença maternidade, é o tempo que eu preciso para tê-la.

— Mas Alice trabalha na cafeteria.

— Cuidarei disso pessoalmente — afirmo.

— E o que eu terei que fazer? — questiona.

— Você terá que convencer a sua secretária de arrastar a amiga para cá.

— Kilian…

— Nem que para isso você tenha que se afundar quantas vezes for preciso em sua buceta — falo e o encaro — o que para você não será ruim.

— Lara não é assim.

— Pouco me importa como ela é ou deixa de ser. Só faça o que eu pedi, Caio — ordeno.

— Vou ver como te ajudar, mas e o emprego da garota? — indaga.

— Cuidarei disso agora — falo e bebo o resto da minha bebida e ele faz o mesmo com a sua.

Ajeito novamente o terno no meu corpo e caminho em direção a porta, mas antes deu abri-la me viro o encarando novamente.

— Quero ela ainda essa semana na minha empresa — falo e ele concorda com a cabeça.

Saiu do meu escritório e caminho em direção ao elevador sob o olhar atento da minha secretária, entro e disco o número do andar onde eu iria. Assim que as portas se abrem, caminho a passos rápidos até a saída e meu motorista abre a porta para que eu possa entrar.

— Para onde senhor? — pergunta.

— Vamos para a cafeteria, Jhon — respondo e ele concorda com um movimento de cabeça.

Me encosto no banco do carro e começo a mexer no meu celular para responder alguns e-mail, quando meu motorista estaciona em frente a cafeteria encaro a fachada ainda dentro do carro.

— Não irei demorar — aviso e ele concorda.

Entro dentro da cafeteria mas não avisto a Alice, falo com a atendente que avisa que irá falar com a sua chefe e não demora muito para que a mulher volte e libere a minha entrada.

— O que devo a honra de receber o grande Kilian Clark em meu escritório — a senhora fala assim que entro em sua sala.

— Queria pedir uma coisa — falo e ela me encara com as sobrancelhas arqueadas e se ajeita em sua cadeira.

— Não será um pedido, tenho certeza — ela fala e eu a encaro.

— Esperta você — falo e ela sorri. — Quero que você demita uma de suas funcionárias.

— Quem? — Indaga.

— Alice Delfino.

— Eu não posso demiti-la, ela é uma boa funcionária e uma ótima garota — ela diz.

— Vejamos bem, em um suspiro eu consigo fazer esse lugar ir à falência ou tomá-lo de você e pelo que eu sei, esse lugar tem um valor sentimental imenso pela senhora — falo e me sento à sua frente.

— Kilian…

— Estamos negociando, senhora Conceição. Demita a garota ou perca seu negócio — falo e me levanto de onde eu estava sentado.

— Mas…

— Como sou alguém muito generoso, te darei até o final do dia para pensar em minha proposta — falo e saio da sua sala sem ao menos esperar sua resposta.

Atravesso a cafeteria e vejo Alice atendendo uma mesa com um sorriso nos lábios, a encaro por alguns segundos e saio da cafeteria antes que ela note a minha presença.

Entro no meu carro e logo meu motorista dá a partida e segue o caminho de volta para minha empresa.

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