Dark Tales

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Quem Vê Cara, Vê Muita Coisa!

Quem Vê Cara, Vê Muita Coisa!

No ano de 1235, na cidade de Darla do Sul

— "A culpa é dele!" Sussurrou com raiva. "— Bradan nunca deveria ter tentado um acordo com aquela raça maldita!"

Dor, tristeza, angústia: Culpa de Bradan. Brigas, guerras, corrupções: Quem fez o mundo sobrenatural assim, não foram os  Deuses e as Deusas? Pobreza, fome miséria: Injustiça dos Deuses e Deusas". Agonia, sofrimento, morte: Maldade pura de uma raça que se julgam superiores - Malditos Humanos!...

Alvorada vivia em uma pequena mansão no coração da recém criada cidade de Darla do Sul. As luzes dos antigos castelos e o ruído constante das carruagens, faziam parte da rotina diária dela.

Havia algo na vida noturna da cidade, que a fazia sentir-se viva, mesmo com o seu coração partido.

Desde que o seu predestinado companheiro, Bradan, faleceu num trágico conflito, a vida tinha-lhe perdido a sua cor e o seu sabor. Mas continuava em frente, sem mais companhia além da memória de seu finado amor.

Uma noite, enquanto olhava pela janela, perdida em seus pensamentos, sua mente se conectou, parecia estar em transe.

Era uma conexão desconhecida. Hesitou, mas na insistência da desconhecida força magnética que a envolvia. Uma voz profunda e familiar ressoou do outro lado.

" — Alvorada, sou eu, Bradan."

O coração imortal dela, parou por alguns segundos.

Era impossível, Bradan tinha morrido! Ela pensou que era uma piada cruel, mas a voz... Àquela voz era inconfundível. E insistiu.

" — Alvorada, sei que sentes a minha falta. Estou aqui no espelho do seu aposento! Olha pra mim!"

Confusa e aterrorizada, Alvorada dirigiu-se para o grande espelho negro que estava pendurado em seu aposento. No início, ela só viu o reflexo dela. Mas pouco a pouco, a figura de Bradan começou a se materializar por trás dela. Estava exatamente como ela se lembrava, com aquele sorriso que sempre a tinha feito se sentir feliz por milhares de séculos.

" — Como isso é possível?" " —  murmurou Alvorada, com seus olhos cheios de lágrimas.

" —  Não importa como, meu amor! O importante é que agora podemos estar juntos outra vez, nem que seja através do espelho!" — Respondeu Bradan com doçura.

Nas semanas seguintes, Alvorada passou mais e mais tempo em frente ao espelho, conversando com Bradan. Embora soubesse que algo não estava certo, a tristeza e a solidão a empurravam à seguir em frente, com essa estranha relação.

E toda vez que ela estava em frente ao espelho, sentia uma ligação indescritível com ele, como se realmente estivesse lá, do outro lado do vidro negro.

Mas uma noite, Bradan pediu-lhe algo que a encheu de pavor.

" — Vem comigo, Alvorada! Basta cruzar o espelho e aqui estaremos juntos para sempre."

Alvorada, cheia de receios, acariciou a superfície fria do espelho. Sentia uma atração impressionante, como se algo à estivesse empurrando para o outro lado.

" — Não posso! Nosso povo precisa de mim..." — Sussurrou.

Bradan olhou para ela, com olhos cheios de tristeza.

" — Se não vieres, estarei preso aqui sozinho para sempre! Não suporto a idéia de estar sem você."

Então Alvorada tomou uma decisão: Se houvesse alguma chance de estar com ele de novo, aproveitaria, sem se importar com mais nada. Aproximou-se do espelho e, com um último olhar em volta, estendeu a mão.

Ao tocar no espelho, a superfície começou a ondular, como água. Sua mão afundou no vidro negro e sentiu um frio intenso percorrer seu corpo. Fechou os olhos e deu um passo em frente.

Mas algo não estava certo!

Em vez de sentir o calor de Bradan, sentiu uma pressão imensa, como se o espelho tentasse absorvê-la. Abriu os olhos e viu, com horror, o seu próprio reflexo, que a olhava com um sorriso maligno.

Não era Bradan que a tinha chamado, mas uma versão distorcida de si mesma, presa num mundo sombrio e retorcido. Instintivamente, Alvorada gritou fervorosamente.

" — HÉCATE, salva-me!!!"

Imediatamente, sua mão desprendeu-se do espelho fazendo, na sequência, ele se partir em mil pedaços.

No chão, frustrada e melancólica, Alvorada chorou dolorosamente. Levantou-se, virando-se e se atirou na cama, ainda muito sentida. E assim adormeceu por várias horas.

Num Jardim muito iluminado pelo sol, rodeado por uma natureza exuberante, Bradan a esperava, dizendo.

" — Estou bem, minha querida feiticeira! Não se engane mais! Siga com sua vida. Um dia nos encontraremos, não como amor de Lycan e nem uma imortal, mas como duas almas que um dia se atraíram e que têm muito à viver ainda, neste Universo desconhecido e governado por deuses mais misteriosos ainda! Cuide de nossa raça!..."

Alvorada acordou... não só deste sonho, mas para tudo: limpou os cacos do espelho negro, jogou todo ele fora e, como alguém que tira um peso enorme sobre si, saiu muito animada para rua e para a vida.

E agora, sempre que lembrava do príncipe Lycan, não sentia melancolia, mas vontade de viver! Em seu ventre quatro novas vidas estavam se formando e seriam tão fortes como os valentes guerreiros de um passado de glórias.

Além disso, a feiticeira Alvorada aprendeu que "Quem observa os olhos, vê no fundo da alma, e consegue se abrigar no fundo do coração daqueles que te causam tantas e boas emoções... Quem vê cara, não vê repressão!"

E acima de tudo, agradeça a Ele pelo príncipe dos Lycans, que assumiu uma culpa que não era dele e se dispôs a perdoar quem tão somente cresse nEle o O obedecesse.

Mas Alvorada não seria assim, ela veria cada humano implorar por misericórdia!

CONSIDERAÇÕES:

A história pode até chegar nas margens do imaginário, mas outros pontos-de-vista dão crédito, como aos inúmeros desencarnados que, uma vez evoluídos nos meios de um mundo desconhecido e sobrenatural, tem meios de utilizar ferramentas espirituais para se manterem vivos, como artefatos mágicos, desde que a "criatura de seu alvo" tenha algum grau de magia.

Há muito já é conhecido na Literatura, que os meios detentores de magnetismos, são "canais abertos" para Espíritos de maneira geral, cujos movimentos e ações são à base de "sintonias e vibrações" – mecanismos esses propulsores do Universo Sobrenatural.

Na história, não foi mencionado "quem" e "o motivo", que geralmente estão ligados à ocasiões pretéritas. Infelizmente, é permitido que maus ou bons espíritos plasmem o timbre de voz e até mesmo a aparência de Entes Queridos. Cabe ao ser encarnado nessa história averiguar nos seus meios, físicos, ou mesmo espirituais, sobre a veracidade desses fenômenos.

Entretanto, no momento em que "Alvorada" invocou à Deusa Hécate com todas as suas forças, o mal cessou. As bruxas e os antigos anciões do mundo sobrenatural, já anunciavam que "⁠ Todos de qual clã ou raça seja acreditam em fantasmas e eles  diziam que não eram apenas as criaturas más que se transformavam neles, as más ações também."

Assim é para todo o mal, tanto na vida física, como na espiritual, pois inúmeros são os que despertam no mundo sobrenatural ou em planos inferiores, como o mundo dos homens e, ao clamar por nossos deuses e deusas com fé, são imediatamente Socorridos, pois os verdadeiros Deuses e Deusas sempre aceitam seus filhos ou filhas, errados ou não! Assim é o mundo sobrenatural!...

Não basta apenas olhar, é preciso saber olhar com os olhos, enxergar com a alma e apreciar com o coração.

Às vezes o problema está em nós, não no outro, e só uma reforma interna nos fará sentir melhor.

QUANDO ENCONTRAMOS A NOSSA PAZ INTERIOR, PROMOVEMOS A PAZ! OU NÃO...

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Comments

cómics fans 🙂🍕

cómics fans 🙂🍕

Até agora, amei tudo! Só falta mais conteúdo!😍

2024-11-22

1

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