Capítulo 15

A profissão é a verdadeira paixão de Lincon.

A guarda compartilhada é a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres onde os pais separados ou divorciados que não vivem sob o mesmo teto, devem compartilhar igualmente em relação aos filhos. Se fundamenta na ideia de que o envolvimento ativo de ambos os pais é essencial para o desenvolvimento saudável da criança. Além de dividir as responsabilidades cotidianas, busca-se um equilíbrio nas decisões sobre educação, saúde e bem-estar, assegurando que ambos os genitores contribuam para o crescimento e formação dos filhos. A tomada de decisão compartilhada significa que ambos os pais devem concordar sobre questões fundamentais, como mudanças de escola, práticas educativas ou intervenções médicas. Isso requer comunicação efetiva e a capacidade de chegar a consensos, priorizando sempre o bem-estar da criança. E Lincon entende muito bem disso.

Lincon — Mas se ambos têm guarda compartilhada, a sua ex esposa não pode simplesmente ir embora para outro país levando a filha sem que você concorde ou cheguem a um acordo. — Digo ao homem como um profissional.

Escobar — A minha ex esposa sabe disso, doutor, mas se nega a cumprir com a lei e está decidida a levar a minha filha para a Espanha, eu amo demais a minha filha para ficar longe dela. — Respondo ao doutor advogado apreensivo.

Lincon — Com que frequência o senhor vê a sua filha?

Escobar — A vejo todos os finais de semanas já que fica comigo, esse foi o nosso combinado.

Lincon — A sua ex esposa sabe da sua negativa em relação a isso?

Escobar — Mas é claro que ela sabe, mas ignora o que penso ou sinto, não posso aceitar que ela leve a minha filha para longe de mim e sei que a minha filha sofrerá se ficarmos longe, ela é muito apegada a mim. — Falo em tom de desespero.

Lincon — Vou pegar o seu caso, não costumo recusar casos porque sou um advogado de família, é um profissional especializado em lidar com questões legais relacionadas à estrutura familiar, faço o possível e o impossível para que todos saiam satisfeitos. — Digo isso para tentar acalmá-lo.

— Falo isso enquanto faço a minha refeição e confesso que realmente estava com fome e mesmo que não sou muito de comer pela manhã acordei faminto após uma noite extremamente louca com a Evelyn que não sai da minha cabeça um só momento e isso não é bom até que o Escobar me agradece e fala.

Escobar — Obrigado doutor, eu pago o que for preciso para que a minha filha não seja levada para longe de mim, só que não temos muito tempo porque a minha ex mulher planeja ir embora em mais ou menos seis meses. — Falo isso para que seja ágil.

Lincon — Vou estudar o seu caso com calma, mas sabe que não será tão simples e muito menos tão rápido, mas farei o possível para que a sua filha não seja levada para longe, a sua ex mulher nunca falou em abdicar da guarda para a menina ficar em definitivo com o senhor? — O pergunto seriamente.

Escobar — Eu pago uma pensão para ela também, assim que nos separamos ela exigiu uma pensão, nunca fomos casados do papel, apenas tínhamos uma união estável, mas a alegação dela foi a que largou todos os sonhos para casar comigo e depois para ser mãe. — O explico detalhadamente.

Lincon — O senhor é um homem muito bom porque nesses casos o casal precisar passar por um juiz que irá decidir, mas concordou por conta própria. — Falo bastante surpreso.

— O homem me olha sem jeito porque de fato deve ser muito bom para aceitar algo assim sem ao menos passar por um juiz que decidiria se a sua ex esposa teria direito a pensão ou não. Acredito que a sua ex mulher gosta muito de dinheiro e talvez só queira ficar com a filha pelo benefício que tem de duas pensões dada pelo Escobar que me parece realmente preocupado e com medo de nunca mais poder ver a sua filha até que ele me responde.

Escobar — O senhor pode estar certo, talvez eu seja bom demais para pagar uma pensão para a minha ex mulher que vive as minhas custas desde que nos casamos, arrumou um homem rico que agora pode bancar os seus luxos, já que agora não sou mais marido dela. — Falo para o advogado bem esperançoso agora.

Lincon — Isso também pode ser acrescentado no seu processo, já que o senhor não quer mais pagar a pensão da sua ex esposa, como eu falei vou analisar o seu caso e voltaremos a nos encontrar novamente em dois ou três dias. — Falo para o homem que fica contente.

— Deixo o meu cliente contente ao falar que pegarei o caso dele e farei de tudo para que ele consiga a guarda definitiva da filha ou pelo menos impedir que e ex mulher leve a menina para morar em outro país até que um homem entra no restaurante do Escobar se aproximando da mesa em que estamos.

Homem — Escobar, te liguei algumas vezes e você não atendeu, então resolvi vim até aqui falar com você.

Escobar — Ah Danilo, esse aqui é o meu advogado Lincon Rezende, estava conversando com ele e o meu celular está no escritório por isso não pude atender.

Danilo — Tudo bem, me desculpa eu não queria incomodar você, achei que havia esquecido do nosso encontro de negócios?

Escobar — Eu não esqueci Danilo, tinha um assunto para resolver com o meu advogado, mas se você me dá só um minuto podemos conversar depois. — Falo para o meu futuro sócio.

Danilo — Tudo bem Escobar, tenho todo o tempo do mundo, o meu filho Cauê está na escola e a minha esposa fazendo compras, sabe como é né, mulheres gostam de gastar, o doutor deve ser casado e deve saber o que estou falando.

Lincon — Não, eu não sou casado... Escobar eu acho que já acabamos, está livre, vou analisar tudo que me mandar e conversamos no nosso próximo encontro.

— O meu cliente concorda e nos cumprimentarmos com um aperto de mãos e logo em seguida vai para o seu escritório com o seu amigo enquanto eu termino de comer o meu café da manhã tranquilamente. Eu não fui muito com a cara desse Danilo, senti um pouco de arrogância no tom de voz dele, mas como isso não é problema meu faço a minha refeição enquanto penso no meu novo caso, ao mesmo tempo que penso na Evelyn que infelizmente não sai da minha cabeça e sem ao menos saber onde mora e com quem está...