Capítulo 02

A nova realidade de Melissa.

São Paulo, sexta-feira, bairro de Osasco, dia comum entre os Paulistanos. Melissa conversa com a sua melhor amiga Raissa, que a acolheu no momento mais difícil da vida e como uma boa geminiana adora as suas horas de descanso para colocar as fofocas em dias e Melissa adora esses bons momentos.

Melissa — É sério que você devolveu a gorjeta? — Pergunto surpresa.

Raissa — Mas é claro, mel, eu sou recepcionista e não garçonete. — Respondo a minha amiga.

Melissa — Vai ver ele, só queria te agradar porque gostou do seu atendimento.

Raissa — Pode até ser, mas ele tinha cara de tarado, não são todas que tem a mesma sorte que você, o primeiro cliente só queira conversar porque é gay e o segundo só queria uma companhia para fazer ciúmes a ex esposa, não estou te falando que o seu trabalho é fácil, mas para o começo está leve. — Falo em tom duvidoso.

Melissa — Hoje terei mais um dia, meu terceiro dia na agência, estou nervosa e preocupada, mas faço isso só pelo meu filho.

Raissa — Mel, eu te falei que posso falar com o meu chefe para ele conseguir uma vaga para você no restaurante, como garçonete ou até na cozinha, você cozinha tão bem. — Indago-a insatisfeita.

Melissa — Já te falei que o dono do restaurante é amigo do Danilo que assim que descobrir que estou trabalhando lá irá fazer de tudo para me prejudicar, enquanto eu puder me disfarçar farei Raissa, só preciso juntar o dinheiro de pagar um bom advogado e conseguir a guarda do Cauê de volta. — Falo inconformada e com muito receio.

Raissa — Vou te apoiar no que decidi amiga, mesmo achando que você não merece passar por tanta humilhação.

Melissa — Obrigada Rai, mas faço qualquer sacrifício para ter o meu pequeno de volta.

— Ela me olha tristonha porque sabe que sou capaz de tudo para ter o meu filho de volta, não será fácil a minha vida daqui para frente, mas eu não tenho outra opção. Vou ter o meu Cauê de volta mesmo me humilhando dessa maneira.

Raissa — Você pode sair dessa vida e procurar outro emprego, posso segurar as pontas até você conseguir outro, sabe que consigo dá conta Mel. Sei que o seu propósito maior é recuperar o seu filho, mas quem sabe um emprego que te pague melhor você não consiga juntar esse valor. — Imploro em prol da minha amiga.

Melissa — Não posso fazer isso, Rai, não seria justo você segurar tudo sozinha. Eu só não posso revelar a minha identidade para não atrapalhar os meus planos de recuperar o meu filho, me deixa continuar com isso, tá bom, eu nunca vou conseguir te agradecer por ter me acolhido aqui. — Agradeço a Raissa emocionada.

Raissa — Não precisa me agradecer, somos amigas e temos que ajudar uma a outra.

Melissa — Obrigada Raissa, eu amo você sabia.

— Ela sorrir e logo em seguida nos abraçamos porque somos amigas e confidentes e por mais que eu faça nunca poderei agradecê-la por tudo que tem feito por mim. Assim que fui expulsa da minha casa pelo meu ex marido, fiquei sem saber o que fazer e como me sustentar até ser acolhida pela Rai, que sempre foi uma grande amiga, não podia morar na casa dela sem ajudar nas despesas...

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Mais um dia comum para Lincon.

São Paulo, sexta-feira, bairro do Morumbi, mais um dia a típica na vida do Lincon que como um bom advogado vive unicamente para o seu trabalho, mas aproveita a companhia do seu melhor amigo Natan, um baladeiro convicto e sem pressa na vida.

Lincon — Te convidei para almoçar comigo Natan, você não pensa em outra coisa cara? — Falo irritado com ele.

Natan — Você só pensa em trabalho, essa causa já está ganha e ao invés de relaxar só pensa em trabalho, eu não acredito que vai fazer desfeita com Téo, fomos convidados por ele para a inauguração do seu novo empreendimento, custa nada ir até lá. — Eu tento convencê-lo ir.

Lincon — Inauguração do novo empreendimento Natan, pelo amor de Deus cara, o Open bar do Téo só aumentou o espaço. — Resmungo como de costume.

Natan — É claro, o cara está cada vez mais rico e comprou a outra parte do imóvel e aumentou a sua boate se tornando o maior empresário da noite da grande São Paulo, somos amigos dele e não custa nada irmos prestigiá-lo, hoje é sexta-feira Lincon. — Insisto mais uma vez.

Lincon — Um dia como o outro Natan, mas acho que não tem problema se irmos, mas nada de mulheres interesseiras ou prostitutas. — Eu aceito, mas sempre impondo minhas condições .

Natan — Só vamos curtir a noite Lincon, mas se aparecer uma gostosa né, não vai nos fazer mal. — Falo vibrando por finalmente consegur.

Lincon — Nada de sangue e sugas Natan. — Falo resmungando mais uma vez.

— O Natan somente me olha insatisfeito porque não sou muito de mulheres que só se aproximam por sermos solteiros, ricos e de grande conhecimento na cidade. O Natan consegue me convencer sempre porque não tenho outra diversão noturna além de tomar algumas doses de Whisky nos finais de semana. Faço prática de tênis duas vezes por semana por esporte e atividade de lazer, mas dedico-me exclusivamente a minha profissão que sou completamente dedicado e apaixonado.

Natan — Você viu a capa da revista luxos desse mês? — Pergunto ao amigo ironicamente.

Lincon — E por que eu teria que vê? — Respondo mal-humorado.

Natan — A sua ex está na capa, ela está fazendo um sucesso estrondoso na Europa. - Falo o provocando.

Lincon — Isso não me diz respeito Natan, foi a vida que ela escolheu, elegância, dinheiro, fama era exatamente o que ela sempre buscou, então que fique bem feliz longe de mim, eu já não me importo mais com a vida e sentimentos dela. — Respondo completamente disperso.

Natan — Mas um motivo para curtir uma boa balada e arrumar uma mulher para passar o tempo, você precisa de uma companhia. — Eu insisto com ele porque não me canso e sou teimoso.

Lincon — Estou muito bem assim Natan, mas obrigado por querer me ajudar, não estou desesperado por mulher como você, se rolar um clima com alguém eu posso ficar cara, mas não vou sair por aí procurando quem me queira. — Falo mais seguro e irritado porque isso ainda machuca o meu coração.

— Ele somente me olha revirando os olhos porque sempre tenta arrumar mulher para eu me divertir, mas já tive decepções demais para me preocupar com isso. Não que eu corra de mulheres, mas sou do tipo de homem que vivo o momento e se rolar clima até porque não estou a procura de mulheres. Conheço o Téo desde a faculdade e também por ser o primo da Bianca já que através dele a conheci, mas esse assunto não faz mais parte da minha vida já que decidi virar essa página...