HIPÓLITA MARIA SFORZA
Hipólita Maria Sforza (em italiano: Ippolita Maria; Cremona, 18 de abril de 1446 — Nápoles, 20 de agosto de 1484) foi uma nobre, escritora e poeta italiana. Ela foi duquesa consorte da Calábria pelo seu casamento com Afonso, Duque da Calábria, futuro rei de Nápoles.
Hipólita Maria foi a primeira filha e segunda criança nascida de Francisco I Sforza, duque de Milão e de sua segunda esposa, Branca Maria Visconti. Seus avós paternos eram Muzio Attendolo Sforza, um condotiero, e sua amante, Lucia Terzani. Seus avós maternos eram Filipe Maria Visconti, duque de Milão e Inês del Maino, amante de Filipe.
Ela teve oito irmãos por parte de mãe e pai, entre eles: Galeácio Maria, duque de Milão; Ludovico, duque de Milão; Ascanio, um cardeal; Isabel, mãe de Branca de Monferrato, etc.
Além destes, seu pai teve três filhos ilegítimos com três amantes diferentes. Com Giovana d'Acquapendente foi pai de Tristão Sforza, senhor de Saliceto, Noceto e Lusurasco. Com uma amante de nome desconhecido teve Polissena Sforza, esposa de Sigismundo Pandolfo Malatesta, senhor de Rimini, que teria sido assassinada pelo próprio marido. E um último filho conhecido como Sforza, cuja mãe é desconhecida, que foi governador-general de Parma e governador de Placência.
Hipólita era inteligente e culta. Com o seu tutor Constantino Láscaris, um humanista bizantino, ela aprendeu filosofia e a língua grega. Aos 14 anos de idade fez um discurso em latim para o Papa Pio II, durante a Dieta de Mântua, que se tornou célebre após sua circulação em forma de manuscrito.
Ela escreveu várias cartas, que foram publicadas na Itália, intituladas "As Cartas de Hipólita Maria Sforza", editadas por Serena Castaldo.
Hipólita também possui poesias sob sua autoria e uma eulogia dedicada a seu pai, Francisco.
De acordo com as Crônicas de Gaspare Fuscolillo, a jovem de dezenove anos de idade, chegou em Nápoles em 14 de setembro de 1465.
Em 10 de outubro de 1465, em Milão, ela casou-se com o duque Afonso, o filho mais velho do rei Fernando I de Nápoles e de Isabel de Clermont, princesa de Tarento.
O casal teve três filhos. A duquesa morreu em Nápoles, 20 de agosto de 1484, aos 38 anos de idade.
Somente anos após a sua morte, em 1494, seu marido se tornou rei com o nome de Afonso II de Nápoles, reinando até 1495.
Descendência:
Fernando II de Nápoles (26 de agosto de 1469 - 5/7 de outubro de 1496), sucessor do pai. Casou-se com sua tia Joana de Nápoles, meia-irmã de seu pai. Sem descendência;
Isabel de Nápoles (2 de outubro de 1470 - 1 de fevereiro de 1524), suo jure duquesa de Bari. Foi duquesa consorte de Milão como esposa de seu primo João Galeácio Sforza. Teve três filhos, inclusive Bona Sforza, rainha consorte da Polônia;
Pedro (31 de março de 1471 - 17 de fevereiro de 1491) foi príncipe de Rossano e tenente general de Apúlia. Morreu de infecção após ter sua perna operada. Não se casou e nem teve filhos.
Referências:
Foundation for Medieval Genealogy
The Peerage
Stevenson, Jane (2005). Women Latin poets: language, gender, and authority, from antiquity to the Eighteenth Century. [S.l.]: Oxford University Press.
BRANCA MARIA SFORZA
Branca Maria Sforza (em italiano: Bianca Maria Sforza; Pavia, 5 de abril de 1472 — Innsbruck, 31 de dezembro de 1510) foi duquesa consorte de Saboia por seu casamento com Felisberto I, Duque de Saboia. Após sua morte, se casou com o imperador Maximiliano I do Sacro Império Romano-Germânico, como sua terceira esposa, e assim se tornou imperatriz do Sacro Império Romano-Germânico e rainha consorte da Germânia.
Ela era a filha de Galeácio Maria Sforza, duque de Milão, e de sua segunda esposa, Bona de Saboia.
Seus avós paternos eram o condotiero Francisco I Sforza e Branca Maria Visconti, de quem recebeu o nome. Sua avó era filha ilegítima de Filipe Maria Visconti, duque de Milão, com sua amante, Inês del Maino.
Seus avós maternos eram Luís, Duque de Saboia e Ana de Lusignan.
Tinha dois irmãos e uma irmã por parte de pai e mãe: João Galeácio Sforza, sucessor do pai, que foi marido de Isabel de Aragão, filha de sua tia, Hipólita Maria Sforza; Hermes Maria Sforza, marquês de Tortona, e Ana Sforza, esposa de Afonso I d'Este, que após sua morte, se casou com Lucrécia Bórgia.
Com a sua amante, Lucrécia Landriani, Galeácio foi pai da famosa Catarina Sforza, sendo assim meia-irmã de Branca.
Seu pai morreu assassinado em 26 de dezembro de 1476, um dia depois do natal, no dia de Santo Estêvão.
Branca se casou com seu primo Felisberto de Saboia, em janeiro de 1474. Ele era filho de Amadeu IX, Duque de Saboia e de Iolanda da França. A noiva tinha menos de dois anos de idade, e o noivo, nove anos. Ele morreu em 22 de setembro de 1482. A jovem viúva retornou a Milão, passando a viver sob a tutela do tio, Ludovico Sforza.
Mais tarde, em 31 de julho de 1485, ela ficou formalmente noiva de João Corvino, duque de Silésia e Troppau, filho ilegítimo do rei Matias I da Hungria, com Barbara Edelpöck. Porém, o casamento não ocorreu devido às intrigas da rainha Beatriz de Nápoles.
Em março de 1492, uma união entre Branca e o rei Jaime IV da Escócia foi considerada, mas logo descartada.
Seu tio Ludovico arranjou o seu casamento com o imperador Maximiliano, em troca de ter o título de duque reconhecido. Assim, em 16 de março de 1494, Branca se casou com o imperador, na cidade austríaca de Hall, em Tirol. Sua primeira esposa havia sido Maria, Duquesa da Borgonha, que morreu aos 25 anos de idade, e depois foi marido de Ana, Duquesa da Bretanha, cujo casamento foi anulado.
No cerimônia de casamento, ela usou um corselet (um tipo de espartilho) com 80 pedaços de joias presos, sendo que cada pedaço era composto por um rubi e quatro pérolas.
Ela trouxe ao marido um dote de 400 000 ducados, além de ter lhe proporcionado a reivindicação de seu direito sobre o estado de Milão.
A união não foi feliz, e o imperador reclamava que apesar de ter sido mais bonita do que Maria, sua primeira esposa, Branca não era tão sábia quanto ela.
Apesar de suas gravidezes, a rainha não teve nenhum filho. Seus enteados eram Filipe I de Castela, marido da soberana Joana de Castela e a arquiduquesa Margarida de Áustria, governadora dos Países Baixos.
A rainha morreu aos 38 anos em 31 de dezembro de 1510, em Innsbruck e foi enterrada na cidade de Stams.
Referências:
MILAN». fmg.ac. Consultado em 2 de janeiro de 2021
«Person Page». www.thepeerage.com. Consultado em 2 de janeiro de 2021
Merek, George Richard (1976). The Bed and the Throne: The Life of Isabella D'Este. [S.l.]: Harper & Row. p. 42
CATARINA SFORZA
Catarina Sforza (em italiano: Caterina Sforza; Milão, 1463 — Florença, 20 de maio de 1509) famosa por sua audácia no amor e na guerra, era filha ilegítima do Duque Galeácio Maria Sforza, de Milão e de Lucrécia Landriani. Aos 14 anos, em 1477, desposou Girolamo Riario, se tornando assim Senhora de Ímola e Condessa de Forli.
Educada na corte milanesa refinada, que no século XV era admirada por toda a Europa, viveu durante os primeiros anos de casada em Roma, amparada pelos bens e títulos conferidos a Girolamo por seu tio, o papa Sisto IV, cumprindo seus deveres de esposa e mãe e desempenhando papéis em geral reservados aos homens. Com a morte de Sisto IV, em 1484, Caterina tomou de assalto o Castelo de Santo Ângelo, na esperança de intimidar os cardeais para sagrarem como novo pontífice alguém de sua família. Fracassando, mudou-se para Forli com o marido. Uma vez lá, caíram vítimas de uma revolta local onde Girolamo Riário foi assassinado (1488) e Caterina foi aprisionada com os seus seis filhos pelos conspiradores. Sua fuga das mãos dos inimigos, deixando os filhos para trás como reféns, ocasionou a história, provavelmente apócrifa, de que, acuada, ela levantou a saia e, mostrando a genitália desnuda, teria gritado para a multidão de que “tinha isto aqui ao seu favor” para produzir mais filhos.
Com a ajuda das forças militares do tio, Ludovico Sforza, Duque de Milão, controlou a rebelião e, na condição de regente, governou Forli com o filho Octaviano. Participou de inúmeras conspirações e foi vítima de tantas outras. Entre 1499 e 1500, César Bórgia, a frente de seu exército papal, atacou e dominou Ímola (novembro de 1499) e Forli (janeiro de 1500). Estuprada e humilhada, Caterina e o filho Octaviano foram levados para Roma como prisioneiros. Nessa cidade, após renunciar suas reivindicações políticas, ela amargou um ano de prisão no Castelo de Santo Ângelo. Libertada, passou o resto de seus dias em Florença a dedicar-se a alquimia e até a compilar um livro de receitas de cosméticos e prescrições médicas. Faleceu em 1509, aos 46 anos, vítima de pneumonia.
O filho de seu casamento secreto (1496) com Giovani de Médici, - Giovanni dalle Bande Nere – herdou o caráter militante e audaz da mãe, que nunca foi distinguida como patronesse da literatura e das artes, comuns as mulheres nobres de sua época. Ao contrário: os historiadores a chamavam de Virago, palavra que significava “mulher guerreira”.
Referências:
E. Breisach, Caterina Sforza, a Renaissance Virago (1967
Buriel: Vita di Caterina Sforza-Jtiario (Bologna, I7-5
Pietro Desiderio Pesolini Dali Onda: Caterina Sforza (3 vol. Rome, 1893
Abrahão, Miguel M. - O Strip do Diabo - Ed. Agbook -2009
BONA SFORZA
Bona Sforza (2 de fevereiro de 1494 - 19 de novembro de 1557) foi Rainha do Polônia e Grã-Duquesa da Lituânia como a segunda esposa de Sigismundo, o Velho, e duquesa de Bari e Rossano por direito próprio. Ela era um membro sobrevivente da poderosa Casa de Sforza, que governava o Ducado de Milão desde 1450.
Inteligente, enérgica e ambiciosa, Bona envolveu-se fortemente na vida política e cultural da união polaco-lituana. Para aumentar a receita do estado durante a Guerra das Galinhas (1537), ela implementou várias reformas econômicas e agrícolas, incluindo a Reforma Wallach de longo alcance no Grão-Ducado da Lituânia. Na política externa, ela se aliou ao Império Otomano e às vezes se opôs aos Habsburgos. Seus descendentes tornaram-se beneficiários das Somas Napolitanas, um empréstimo a Filipe II de Espanha que nunca foi totalmente pago.
Bona nasceu em 2 de fevereiro de 1494, em Vigevano, Milão, como a terceira dos quatro filhos de Gian Galeazzo Sforza, o herdeiro legal do Ducado de Milão, e Isabel de Nápoles, filha do rei Afonso II de Nápoles da Casa de Trastámara. Seu tio-avô paterno Ludovico Sforza, conhecido na história como "Il Moro", usurpou o poder de seu pai e enviou a pequena família para morar no Castello Visconteo em Pavia, onde seu pai faleceu no mesmo ano em que ela nasceu. Espalharam-se boatos de que ele foi envenenado por Ludovico.
A família de Bona mudou-se para o Castello Sforzesco em Milão, onde viveram sob o olhar atento de Ludovico, que temia que os moradores de Milão se rebelassem e instalassem no trono seu irmão popular Francesco Sforza. Para minimizar o risco, Ludovico separou o menino da família e entregou Bari e Rossano à mãe dela. Os planos foram interrompidos pela Guerra Italiana de 1499-1504. O rei Luís XII da França depôs Ludovico e levou Francesco para Paris. Sem mais nada em Milão, sua família restante partiu para Nápoles em fevereiro de 1500. No entanto, a guerra atingiu o Reino de Nápoles e seu tio-avô materno, o rei Frederico de Nápoles, foi deposto. Juntamente com outros parentes, Bona foi temporariamente escondida no Castelo Aragonês, em Ischia.
Em abril de 1502, Bona era a única sobrevivente de seus irmãos. Ela e sua mãe se estabeleceram no Castelo Normanno-Svevo, em Bari de forma mais permanente, onde Bona iniciou uma excelente educação. Seus professores incluíam os humanistas italianos Crisostomo Colonna e Antonio de Ferraris, que lhe ensinaram matemática, ciências naturais, geografia, história, direito, latim, literatura clássica, teologia e como tocar diversos instrumentos musicais.
Quando a Casa de Sforza foi restaurada ao Ducado de Milão em 1512, Isabel esperava casar Bona com o duque Maximiliano Sforza, proporcionando assim mais legitimidade ao reinado de Maximiliano. Houve outras propostas também: o rei espanhol Fernando II de Aragão propôs Giuliano de' Medici, irmão do Papa Leão X. Isabel contrapropôs o neto de 10 anos de Fernando, Fernando da Áustria. O Papa Leão X propôs Filipe de Saboia, Duque de Nemours, que herdaria o Ducado de Saboia se seu irmão Carlos III abdicasse. O plano inicial e mais provável de se casar com Maximiliano Sforza falhou depois que ele foi deposto, após a vitória francesa na Batalha de Marignano em 1515. Então, o Papa Leão X propôs seu sobrinho Lorenzo de' Medici, Duque de Urbino, pois esperava instalar Lorenzo como duque de Milão usando as reivindicações de herança de Bona. No entanto, o domínio francês sobre o Milão era demasiado forte e o plano falhou.
Depois que o rei polonês Sigismundo I, o Velho ficou viúvo em outubro de 1515, Maximiliano I do Sacro Império Romano-Germânico não queria que ele se casasse com outro oponente dos Habsburgos como sua falecida esposa, Barbara Zápolya. Portanto, o imperador agiu rapidamente e selecionou três candidatas adequadas para Sigismundo: sua neta Leonor da Áustria, a rainha viúva Joana de Castela e Bona Sforza. Embora Joana, de 36 anos, tenha sido eliminada por causa de sua idade e Carlos irmão de Leonor tenha escolhido o rei Manuel I de Portugalpara seu marido, os nobres poloneses sugeriram Anna Radziwiłł, a viúva de Conrado III da Masóvia. Isabel enviou o antigo professor de Bona, Crisóstomo Colonna, e o diplomata Sigismund von Herberstein para Vilnius a fim de convencer Sigismundo a selecioná-la. Eles tiveram sucesso e o tratado de casamento foi assinado em setembro de 1517 em Viena. O dote de Bona era muito grande: 100.000 ducados, itens pessoais no valor de 50.000 ducados e o Ducado de Bari. Em troca, Sigismundo concedeu à sua futura esposa as cidades de Nowy Korczyn, Wiślica, Żarnów, Radomsko, Jedlnia, Kozienice, Chęciny e Inowrocław.
Jan Konarski, Arcebispo de Cracóvia, viajou para Bari e trouxe Bona para a Polônia. O casamento por procuração ocorreu em 6 de dezembro de 1517, em Nápoles. Bona usava um vestido de cetim veneziano azul claro que teria custado 7 000 ducados. A viagem à Polónia durou mais de três meses. Bona e Sigismundo se encontraram pela primeira vez em 15 de abril de 1518, nos arredores de Cracóvia.
O casamento e a coroação ocorreram em 18 de abril de 1518, mas as celebrações continuaram por uma semana. Quase desde o início da sua vida na Polónia, a enérgica rainha tentou conquistar uma posição política forte e começou a formar um círculo de apoiantes. Em 23 de janeiro de 1519, o Papa Leão X, com quem Bona mantinha uma relação amigável desde seus tempos italianos, concedeu-lhe o privilégio de conceder oito benefícios em cinco catedrais polonesas: Cracóvia, Gniezno, Poznań, Włocławek e Frombork.
Em maio de 1519, o privilégio foi ampliado para quinze benefícios. Esse foi um privilégio muito importante que lhe permitiu garantir o apoio de vários funcionários. Três de seus apoiadores mais confiáveis, Piotr Kmita Sobieński, Andrzej Krzycki e Piotr Gamrat, às vezes eram conhecidos como o Triunvirato. Ela se envolveu abertamente em vários assuntos de estado, o que não estava de acordo com o ideal tradicional de uma esposa real, ou seja, usar manipulação discreta no governo. Embora o casal real discordasse em muitas questões nacionais e estrangeiras, o casamento foi uma parceria de apoio e sucesso.
Acreditando que uma das coisas mais importantes necessárias para fortalecer a autoridade real era uma receita apropriada, Bona procurou reunir o máximo possível de riqueza dinástica, o que daria ao seu marido independência financeira para defender o reino de ameaças externas sem o lento apoio do Parlamento. apoiar. A família real ganhou inúmeras propriedades na Lituânia e finalmente assumiu o Grão-Ducado em 1536-1546. Ela ajudou a reformar a tributação da agricultura, incluindo deveres uniformes para os camponeses e medições de área (Reforma Volok). Essas ações geraram enormes lucros.
Querendo garantir a continuidade da dinastia Jaguelônica no trono polonês, o casal real decidiu fazer com que os nobres e magnatas reconhecessem seu único filho, o menor Sigismundo Augusto, como herdeiro do trono. Primeiro, os nobres lituanos deram-lhe o trono ducal (c. 1527–1528). Em 1529, ele foi então coroado Sigismundo II Augusto. Isso trouxe uma enorme oposição dos senhores polacos, o que levou à aprovação do projeto de lei de que a próxima coroação ocorreria após a morte de Sigismundo Augusto e apenas com o consentimento de todos os nobres irmãos.
Em 1539, Bona presidiu relutantemente a queima por heresia de Katarzyna Weiglowa, de 80 anos. No entanto, esse evento inaugurou uma era de tolerância. O confessor da Rainha, Francesco Lismanini, ajudou no estabelecimento de uma Academia Calvinista em Pińczów.
Bona foi fundamental no estabelecimento de alianças para a Polônia, mas havia rumores de que ela era uma conspiradora notória devido ao seu gênero e herança italiana. Além de seu bom relacionamento com o Vaticano, ela procurou manter boas relações com o Império Otomano e teve contatos com Hürrem Sultan, consorte chefe de Solimão, o Magnífico. Acredita-se que o bom relacionamento entre as rainhas salvou a Polônia do ataque do Exército Otomano durante as Guerras Italianas.
Preocupado com os laços crescentes entre os Habsburgos e a Rússia em 1524, Sigismundo assinou uma aliança franco-polonesa com o rei Francisco I da França para evitar uma possível guerra em duas frentes. Bona foi fundamental no estabelecimento de uma aliança entre a Polônia e a França com o objetivo de recuperar Milão. As negociações chegaram ao fim e a aliança foi dissolvida depois que as tropas de Francisco foram derrotadas por Carlos V na Batalha de Pavia em 1525.
Apesar de sua relação sanguínea, Bona às vezes era um oponente feroz dos Habsburgos. Ela defendeu a anexação da Silésia à coroa polonesa em troca de seus principados hereditários de Bari e Rossano, mas Sigismundo, o Velho, não apoiou totalmente essa ideia. Querendo garantir sua filha mais velha no Reino da Hungria, Bona apoiou com sucesso seu genro João Zápolya como sucessor contra Fernando de Habsburgo depois que Luís II da Hungria foi morto em Mohács, em 1526.
Juntamente com o profundo interesse de seu marido no renascimento da antiguidade clássica, Bona foi fundamental no desenvolvimento da Renascença Polonesa. Ela trouxe renomados artistas, arquitetos e escultores italianos de seu país natal. O seu envolvimento artístico mais conhecido foi a expansão do Palácio dos Grão-Duques da Lituânia em Vilnius e a construção de Castelo de Ujazdów, que incluía um grande parque e um zoológico. Os planos foram elaborados por Bartolomeo Berrecci da Pontassieve, que desenhou vários outros projetos na Polônia.
Em 1º de abril de 1548, Sigismundo I, o Velho, morreu e foi sucedido por Sigismundo Augusto. A mãe e o filho entraram em conflito por causa do casamento dele com Bárbara Radziwiłł, uma ex-amante que sofreu oposição veemente da nobreza, mas ela acabou aceitando a decisão do filho. Mesmo assim, o relacionamento deles tornou-se difícil e, após a morte do marido, Bona mudou-se com as filhas solteiras para a Mazóvia e lá permaneceu por oito anos antes de voltar para Bari.
Em fevereiro de 1556, Bona deixou a Polônia e foi para sua Itália natal com tesouros que acumulou ao longo de 38 anos. Em maio ela chegou a Bari e tomou posse do ducado de sua mãe. Logo foi visitada por enviados do rei Filipe II de Espanha, que tentaram convencê-la a desistir dos ducados de Bari e Rossano em favor da Espanha dos Habsburgos. No entanto, Fernando Álvarez de Toledo, 3º Duque de Alba, o vice-rei de Nápoles, temia um ataque francês e arrecadou dinheiro para as tropas. Talvez tendo ambições de se tornar vice-rei de Nápoles, Bona concordou em emprestar ao duque de Alba uma enorme soma de 430.000 ducados com juros anuais de 10%. O empréstimo foi garantido pelos direitos aduaneiros cobrados em Foggia e os acordos foram assinados em 23 de setembro e 5 de dezembro de 1556.
No entanto, os Habsburgos estavam determinados a obter Bari e não pretendiam reembolsar o empréstimo. Em 8 de novembro, Bona adoeceu com dores de estômago. No dia 17 de novembro, quando ela perdia a consciência, seu cortesão de confiança, Gian Lorenzo Pappacoda, trouxe-lhe o notário Marco Vincenzo de Baldis, que escreveu seu último testamento. Deixou Bari, Rossano, Ostuni e Grottaglie para Filipe II da Espanha e grandes somas para a família de Pappacoda. Suas filhas receberiam um pagamento único de 50.000 ducados, exceto Isabella Jagiellon, que receberia 10.000 ducados anualmente. Seu único filho, o rei Sigismundo II Augusto, foi apontado como o principal beneficiário, mas no final herdaria apenas dinheiro, joias e outros bens pessoais. No dia seguinte, porém, Bona sentiu-se melhor e ditou um novo testamento a Cipião Catapani, que deixou Bari e outras propriedades para Sigismundo Augusto.
Bona morreu na madrugada de 19 de novembro de 1557, aos 63 anos. Suspeita-se que ela tenha sido envenenada por membros de confiança da família. Ela foi enterrada na Basílica de São Nicolau em Bari, onde sua filha, Anna, mandou erguer para ela um túmulo em estilo renascentista.
Bona foi considerada desde a juventude uma mulher muito feia, tanto que a proposta (avançada por Nápoles) de casamento entre ela e o jovem de quatorze anos Frederico Gonzaga não foi mesmo levado em consideração por sua mãe Isabella d'Este, nem pelo arquidiácono Alessandro di Gabbioneta, que considerou um pecado sacrificar a beleza florescente do jovem Federico a uma mulher "madura e feia" como Bona. Esta, por sua vez, tentou deixar seu rosto mais gracioso por meio de joias e tecidos, mas com pouco sucesso, pois “pouco ou nada a enfeitou”.
Durante a juventude em Bari, Bona Sforza tomou como amante o jovem Ettore Pignatelli. Ele era o filho mais velho de Alessandro Pignatelli, que, por sua vez, era amante de sua mãe Isabella de Aragão, Duquesa de Milão. No entanto, Ettore morreu em circunstâncias misteriosas. Acredita-se que ele foi envenenado por Bona depois de se recusar a segui-la até a Polônia, onde ela pretendia se casar com Sigismundo. Viúva do marido em 1548, Bona envolveu-se num caso romântico com Giovanni Lorenzo Pappacoda.
Descendência:
Embora ela não tenha viajado com o marido e tenha passado três anos sozinha no Castelo Real de Wawel, Bona engravidou sete vezes durante os primeiros nove anos de seu casamento. Seus filhos incluíam:
Isabella Jagiellon (18 de janeiro de 1519 - 15 de setembro de 1559): Casada com João Zápolya, Rei da Hungria.
Sigismundo II Augusto (1 de agosto de 1520 - 7 de julho de 1572): Sucedeu a seu pai como Rei da Polônia e Grão-Duque da Lituânia.
Sophia Jagiellon (13 de julho de 1522 - 28 de maio de 1575): Casada com Henrique V, Duque de Brunswick-Lüneburg.
Anna Jagiellon (18 de outubro de 1523 - 9 de setembro de 1596): Eventualmente sucedeu a seu irmão como Rainha da Polônia e Grã-Duquesa da Lituânia por direito próprio.
Catherine Jagiellon (1 de novembro de 1526 - 16 de setembro de 1583): Casada com João III da Suécia.
Albert (nascido e falecido em 20 de setembro de 1527): Morreu ao nascer, depois que sua mãe deu à luz prematuramente.[10]
Referências:
«Bona Sforza». Biblioteca Nacional da Alemanha (em alemão). Consultado em 17 de dezembro de 2019
Lepri 2019, p. 65.
«Gian Galeazzo Maria Sforza, duca di Milano - Treccani». Treccani (em italiano). Consultado em 25 de março de 2024
Rūta Janonienė (2015): The Lithuanian Millennium: History, Art and Culture, VDA leidykla, pp. 121–122.
Kosior 2019, p. 170.
Grandolfo, Alessandro (2023). «The funerary monument of Bona Sforza in the Basilica of San Nicola in Bari: history and background of a royal mausoleum of Polish patronage». Zeitschrift für Kunstgeschichte. 86 (4): 477–504
lombardo 1906, p. 155.
Ferrante 1924, p. 173.
«Brani di "La verità svelata a' principi o vero successi diversi tragici et amorosi occorsi in Napoli dall'anno 1442 sin all'anno 1688" Dedicati a Isabella D'Aragona, a Bona Sforza e Costanza di Capua. Dal Ms. Ital. Fol 145» (PDF)
Grzybowski, Polish history and Lithuania (1506–1648), p. 47
Ferrante, Giulio Marchetti (1924). Rievocazioni del rinascimento. [S.l.]: G. Laterza & figli
Kosior, Katarzyna (2019). Becoming A Queen in Early Modern Europe. Switzerland: Palgrave Macmillan
Lepri, Valentina (2019). Knowledge Transfer and the Early Modern University: Statecraft and Philosophy at the Akademia Zamojska (1596-1627). [S.l.]: Brill
lombardo (1906). Archivio storico lombardo. 33. [S.l.]: Società storica lombarda
ANA SFORZA
Anna Maria Sforza (21 de julho de 1476 - 30 de novembro de 1497) foi princesa hereditária de Ferrara como primeira esposa de Alfonso I d'Este , futuro duque de Ferrara . Ela foi a segunda filha legítima de Galeazzo Maria Sforza , duque de Milão , e sua segunda esposa, Bona de Saboia.
Nascida em Milão , ela foi a segunda filha e última filha legítima de Galeazzo Maria Sforza , duque de Milão, com sua segunda esposa, Bona de Saboia. Os avós paternos de Ana eram Francesco I Sforza e Bianca Maria Visconti , de quem ela recebeu o nome. Ela tinha dois irmãos mais velhos: Gian Galeazzo Sforza e Hermes Maria Sforza , marquês de Tortona, e uma irmã, Bianca Maria Sforza , segunda esposa de Maximiliano I, Sacro Imperador Romano.
Quando Ana era criança, seu pai foi assassinado dentro da Igreja de Santo Estêvão, em Milão, em 26 de dezembro de 1476, que era o dia da festa de Santo Estêvão . Ele foi esfaqueado até a morte por três altos funcionários da corte milanesa.
Em 1477, Ana foi formalmente prometida a Afonso I d'Este , o herdeiro de Ercole I d'Este, Duque de Ferrara . Seu casamento com o príncipe Afonso d'Este ocorreu quatorze anos depois, em 12 de janeiro de 1491, em meio a banquetes, recepções e representações teatrais. No entanto, o casamento foi considerado infeliz. Algumas fontes fizeram alegações sugerindo que Ana era atraída por mulheres, sugerindo que Ana era "pouco feminina" (talvez até se vestisse com roupas masculinas), preferia a companhia de mulheres e se recusava a consumar seu casamento com sexo; além disso, foi feita menção ao profundo apego de Ana a uma garota negra que fazia parte de sua comitiva. A suposta infelicidade do casamento, no entanto, também pode ter sido devido à conhecida reputação de Afonso por casos extraconjugais.
Somente após seis anos de casamento, Ana engravidou, mas morreu no parto. Ela foi enterrada no mosteiro, San Vito.
Referências:
Sarah Bradford, Lucrezia Borgia, Milão, Mondadori, 2005.
Turner, Jane (2000). Enciclopédia da Renascença Italiana e Arte Maneirista: Abacco a Lysippus . Grove's Dictionaries. ISBN 978-0-333-76094-9.p, 200, 202, 205.
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Elaine Rocha
essas mulheres do passado tinham que dá um herdeiro ao trono sob qualquer circunstâncias, pobres mulheres estás, tinha infeliz, apesar de serem princesas, só se casavam por conveniência.
2024-11-30
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