Ryan tentava se concentrar no trabalho, mas o medo de Felipe o perseguia como uma sombra. A sensação de estar sendo observado, analisado, controlado, o deixava inquieto. Ele se sentia como um rato em uma gaiola, com o predador observando cada movimento.
A semana se arrastava, marcada por longas horas de trabalho e por um silêncio ensurdecedor entre ele e Felipe. O CEO mantinha uma postura profissional, mas o olhar que ele lançava para Ryan era carregado de uma intensidade que o deixava desconfortável.
Na sexta-feira à tarde, Felipe o chamou para uma "reunião informal" após o expediente.
"É só uma festinha rápida com alguns investidores", explicou Felipe, com um sorriso que não chegava aos olhos. "Nada de mais. Mas achei que seria legal você ir, conhecer mais gente."
Ryan hesitou. Ele não estava confortável com a ideia de participar de uma festa com Felipe, mas também não queria parecer rude. Ele se sentia preso em uma teia de obrigações e de medo.
"Tudo bem", respondeu Ryan, com a voz trêmula.
A festa era em um bar elegante, com música ambiente e um clima sofisticado. Ryan se sentia deslocado, como se estivesse em um filme que não entendia.
Felipe, com um copo de vinho na mão, o apresentou a alguns dos investidores, com um tom de orgulho que o deixava desconfortável.
"Ryan é o nosso novo designer", anunciou Felipe, com uma voz firme e possessiva. "Ele vai revolucionar a nossa linha de produtos."
Ryan se sentiu encurralado, como se estivesse sendo exibido como um troféu. Ele tentava disfarçar o desconforto, mas a sensação de estar sendo observado, analisado, o deixava tenso.
Felipe, como se pudesse ler seus pensamentos, se aproximou dele.
"Ryan, você está bem?", perguntou Felipe, com uma voz suave, mas com um tom possessivo que o deixava inquieto. "Parece um pouco distante."
"Estou bem, sim", respondeu Ryan, forçando um sorriso. "Só um pouco cansado."
"Cansado de tanto trabalho?", disse Felipe, com um sorriso irônico. "Ou talvez cansado de outras coisas?"
Ryan se encolheu, sentindo um frio na barriga. A pergunta de Felipe, com um tom de provocação velada, o deixava desconcertado.
"Do que está falando?", perguntou Ryan, com a voz trêmula.
Felipe se aproximou, seu olhar intenso o prendendo. Ele segurou o rosto de Ryan com as mãos, seus dedos acariciando a pele do designer, o deixando arrepiado.
"Você não está me respondendo", disse Felipe, com a voz baixa e rouca. "E eu não gosto de ficar no escuro."
Ryan se encolheu, a respiração presa na garganta. O toque de Felipe era suave, mas a intensidade do olhar do CEO o deixava petrificado.
"Eu estou bem", repetiu Ryan, com a voz quase inaudível. "Só estou... um pouco nervoso com o trabalho."
"Nervoso?", disse Felipe, com um sorriso cruel. "Ou talvez esteja se sentindo atraído por outro alguém?"
A pergunta de Felipe, com um tom de ciúmes mal disfarçado, o chocou. Ele não conseguia acreditar que o CEO estava insinuando que ele estava interessado em outra pessoa.
"Felipe, o que você está fazendo?", disse Ryan, tentando se soltar do aperto de Felipe. "Isso está errado."
"Errado?", disse Felipe, com uma risada seca. "Não me diga que você não está sentindo nada por mim. Não me diga que você não sente o que eu sinto por você."
Ryan, confuso e aterrorizado, apenas olhou para Felipe. Ele não entendia o que estava acontecendo, mas a intensidade do olhar de Felipe, o toque em seu rosto, o deixavam petrificado.
De repente, uma voz familiar o interrompeu: "Ryan? Que surpresa te encontrar aqui!"
Ryan se virou, e seus olhos se arregalaram ao ver Daniel, seu ex-namorado. Daniel estava acompanhado de um grupo de amigos, e sorria para Ryan com um brilho de malícia nos olhos.
Felipe, que estava observando a cena, pareceu mudar de repente. A alegria em seu rosto foi substituída por uma expressão fria e ameaçadora.
"Daniel? O que você está fazendo aqui?", perguntou Felipe, com um tom cortante.
"É uma festa, não é?", respondeu Daniel, com uma risada irônica. "Só estou aproveitando."
Daniel se aproximou de Ryan e o abraçou com força. "Faz tempo, Ryan. Como você está?"
Ryan, constrangido, se afastou de Daniel, sentindo o olhar de Felipe queimando suas costas.
"Eu estou bem", respondeu Ryan, com a voz trêmula. "E você?"
Daniel sorriu, e Ryan sentiu um aperto no peito. Ele sabia que Daniel estava tentando provocá-lo, e ele não gostava disso.
"Estou ótimo", respondeu Daniel. "Mas poderia estar melhor se estivesse com você."
Felipe, com o rosto fechado, se aproximou de Ryan e o puxou para mais perto.
"Deixe o Ryan em paz, Daniel", disse Felipe, com a voz baixa e ameaçadora. "Ele não está interessado em você."
Felipe, sem esperar a resposta de Daniel, puxou Ryan para um beijo. Ryan, atordoado, não conseguiu se opor. Ele sentia o corpo de Felipe forte e quente contra o seu, e o cheiro de vinho e perfume dele o embriagava.
Quando Felipe finalmente se afastou, ele encarou Daniel com um olhar de fúria. "Não se meta no que não te diz respeito", sibilou Felipe.
Daniel, surpreso, apenas observou Felipe, com um sorriso irônico. "Parece que alguém está com ciúmes", murmurou Daniel, se afastando.
Ryan, ainda atordoado, observava a cena, sem conseguir entender o que estava acontecendo. Ele se sentia confuso, dividido entre o desejo por Felipe e a lembrança de seu passado com Daniel.
A atmosfera na festa ficou tensa. As pessoas observavam a cena, sussurrando entre si, comentando o ocorrido. Ryan se sentia como um objeto, sendo disputado por dois homens, e não conseguia se livrar da sensação de estar sendo controlado.
Ele se afastou de Felipe, com o coração batendo forte no peito. Ele precisava sair dali, precisava respirar, precisava pensar.
"Eu preciso ir", disse Ryan, com a voz trêmula.
"Espere", disse Felipe, com um tom de reprovação. "Ainda não acabou."
Ryan, sem coragem de discutir, apenas assentiu e se afastou, caminhando em direção à saída. Ele não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia que aquele relacionamento, cheio de intensidade, de atração e de medo, o levaria para um caminho que ele não estava preparado para trilhar.
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Atualizado até capítulo 29
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