Ryan tentava se concentrar no trabalho, mas a presença de Felipe o deixava inquieto. O CEO, apesar de manter uma postura profissional, o observava com frequência, e seu olhar parecia carregado de uma intensidade que o deixava desconfortável.
Ele se sentia observado, analisado, como se estivesse sendo julgado por algo que nem ele mesmo entendia. O ar na sala ficava denso quando os olhos de Felipe encontravam os seus, e Ryan sentia um tremor percorrer seu corpo.
Durante uma pausa, Ryan foi até a cozinha para pegar um café. Ele precisava de um momento para si, para tentar organizar seus pensamentos e controlar a crescente sensação de apreensão.
Ao retornar para a sala, ele viu Felipe em uma conversa animada com um grupo de executivos. Ryan se aproximou da mesa, procurando um lugar discreto para se sentar. Mas Felipe, como se tivesse sentido sua presença, interrompeu a conversa e se virou para ele.
"Ryan, está tudo bem?", perguntou Felipe, com um tom de preocupação fingida. "Parece um pouco distante."
"Estou bem, sim", respondeu Ryan, tentando parecer tranquilo. "Só um pouco cansado do dia."
"Cansado de tanto trabalho?", disse Felipe, com um sorriso irônico. "Ou talvez cansado de outras coisas?"
A pergunta, com um tom de provocação velada, deixou Ryan desconcertado. Ele sentiu um frio na barriga, como se Felipe tivesse adivinhado seus pensamentos.
"Do que está falando, Felipe?", perguntou Ryan, com a voz trêmula.
Felipe se aproximou, seu olhar intenso o prendendo. Ele segurou o colarinho de Ryan com força, puxando-o para mais perto.
"Você não está me respondendo", disse Felipe, com a voz baixa e ameaçadora. "E eu não gosto de ficar no escuro."
Ryan se encolheu, a respiração presa na garganta. O aperto de Felipe era forte, doloroso, e o cheiro de perfume do CEO invadiu suas narinas, o deixando tonto.
"Eu estou bem", repetiu Ryan, com a voz quase inaudível. "Só estou... um pouco nervoso com o trabalho."
"Nervoso?", disse Felipe, com um sorriso cruel. "Ou talvez esteja se sentindo atraído por outro alguém?"
A pergunta de Felipe, com um tom de ciúmes mal disfarçado, o chocou. Ele não conseguia acreditar que o CEO estava insinuando que ele estava interessado em outra pessoa.
"Felipe, o que você está fazendo?", disse Ryan, tentando se soltar do aperto de Felipe. "Isso está errado."
"Errado?", disse Felipe, com uma risada seca. "Não me diga que você não está sentindo nada por mim. Não me diga que você não sente o que eu sinto por você."
Ryan, confuso e aterrorizado, apenas olhou para Felipe. Ele não entendia o que estava acontecendo, mas a intensidade do olhar de Felipe, o aperto em seu colarinho, o deixavam petrificado.
"Saia da minha sala", disse Felipe, com a voz fria, soltando Ryan bruscamente.
Ryan, atordoado, saiu da sala, com o coração batendo forte no peito. Ele não conseguia entender o comportamento de Felipe, mas sentia que havia algo de muito errado.
Felipe, sozinho em sua sala, se apoiou na mesa, com a cabeça nas mãos. Ele sentia um misto de fúria e desconforto. A atração que sentia por Ryan era inegável, mas ele não entendia por que estava com tanto ciúmes. Ele nunca tinha se sentido assim antes.
Ele respirou fundo, tentando controlar seus impulsos. Ele precisava se controlar. Não podia deixar que seus sentimentos o dominassem. Mas o que ele sentia por Ryan era tão forte, tão intenso, que parecia quebrar todas as barreiras que ele havia construído ao longo da vida.
Ele precisava entender o que estava acontecendo. Ele precisava entender Ryan. E, acima de tudo, ele precisava entender a si mesmo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 29
Comments